63ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 4. Geografia - 3. Geografia
IMPACTOS AMBIENTAIS NO ECOSSISTEMA MANGUEZAL CAUSADOS PELAS AÇÕES ANTRÓPICAS EM IPOJUCA
Vanessa Vasconcelos Barbosa 1,2,4
Elidiane da Silva Amâncio 1,2,4
Rodrigo Araújo de Souza e Silva 1,2
Jairo Lopes Bezerra Filho 1,2
Alexandre Batista dos Santos 1,3
Aldemir Dantas Barbosa 1,2,5
1. Universidade Federal de Pernambuco
2. Departamento de Ciências Geográficas
3. Departamento de Serviço Social
4. Programa de Educação Tutorial em Geografia
5. Profª Orientadora
INTRODUÇÃO:
Os ecossistemas de mangues são sistemas de extrema importância, pois possuem condições para uma alta produtividade biológica oriunda da grande concentração de água, matéria orgânica e nutrientes, além de representar significativa fonte de recursos pesqueiros. Inúmeras atividades antrópicas, diretas ou indiretas, podem comprometer a estrutura e funcionamento dos manguezais, como desmatamento, aterro, drenagem, assoreamento, extração de madeira, exploração da fauna e poluição. Sob o pretexto de serem áreas “economicamente improdutivas”, frequentemente esses ecossistemas são excluídos e degradados pelos programas estaduais, regionais e/ou nacionais de desenvolvimento. A partir do crescimento econômico acelerado na zona costeira pernambucana propiciado através de atividades industriais e projetos de infraestrutura, pode-se exemplificar pelo Porto de Suape efeitos concentrados nas áreas de manguezal em nível local, tendo como consequência alterações bastante significativas. Das atividades de maior impacto sob o ecossistema de mangue, pode-se observar a supressão da vegetação em diversas áreas. A maior parte dessas agressões implica numa destruição de difícil reversibilidade, em decorrência dos posteriores desmatamentos e aterros necessários para o aproveitamento da área.
METODOLOGIA:
Para e realização deste trabalho foi feito inicialmente um levantamento bibliográfico acerca da temática abordada, onde foram selecionados diversos artigos e livros que tratassem desde a importância até os impactos negativos causados no manguezal pelas ações antrópicas. A partir da revisão desta bibliografia, foi necessário pesquisar como a construção do Porto de Suape influenciou de forma indireta sobre a expansão urbana no município de Ipojuca, e como esta acarretou impactos negativos em áreas de predominância dos ecossistemas de mangues, onde atividades pesqueiras eram desenvolvidas pela população local e inúmeras espécies animais se utilizavam dessa região em período de reprodução. Acompanhando como as leis de preservação ambiental eram tratadas pelos órgãos competentes, e ao mesmo tempo como estas são contornadas por projetos de compensação pouco embasados, foi possível identificar in loco as formas de degradação que podem ser observadas a partir do desenvolvimento econômico desmedido, bem como as inúmeras consequências que se podem instalar sobre o mangue, às espécies e, sobretudo, os próprios homens.
RESULTADOS:
O presente trabalho visou dar maior ênfase a problemas ambientais nos ecossistemas de mangues do município de Ipojuca, decorrentes direta ou indiretamente de atividades como: construção civil, de complexos portuários ou hoteleiros, instalação de indústrias, obras de infraestrutura, dentre outros. Além da supressão da vegetação que se pode observar na área estudada, verifica-se uma significativa redução do habitat natural de inúmeras espécies, o que interfere de forma direta na dinâmica do ecossistema estuarino diminuindo a diversidade biológica tanto em termos de fauna, quanto de flora, no ambiente. Como forma de avaliar as irregularidades que provocam impactos negativos nos manguezais foi necessário realizar uma análise comparativa entre o que estabelece os parâmetros legais relacionados à conservação desses ecossistemas, como o Código Florestal Brasileiro, Lei nº 4.771/1965, e a legislação estadual voltada para a preservação e fiscalização do mesmo. Diante as incoerências existentes, foi possível classificar formas de degradação e recorrentes consequências.
CONCLUSÃO:
Diante da realidade socioambiental que se instala no município de Ipojuca em virtude do grande interesse na ocupação de áreas, juntamente com projetos de infraestrutura atraídos por meio da instalação do complexo portuário de Suape, que trouxe um notável desenvolvimento econômico para o litoral Sul pernambucano, pôde-se concluir que as políticas públicas adotadas atualmente no cenário estadual encontram-se voltadas para o crescimento econômico e urbano do município em questão. Por sua vez, tais posicionamentos resultantes de articulações entre o setor público e privado geram externalidades que afetam diretamente o meio ambiente e grande parte da população local. Dentre as consequências mais notáveis dessa expansão, pode-se salientar a degradação dos ambientes costeiros expressa em fenômenos como: erosão, desmatamento, poluição, aterro e esgotos domésticos. A partir desse diagnóstico, espera-se uma maior atenção às consequências geradas pelas interferências antrópicas nesses ambientes, sobretudo no manguezal, e que haja uma maior efetividade nas práticas de recuperação e manejo das áreas ambientalmente degradadas em ecossistemas de mangues, garantindo assim uma sustentabilidade ambiental e social.
Palavras-chave: Impactos Ambientais, Ecossistema Manguezal, Desenvolvimento Econômico.