63ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 8. Psicologia - 11. Psicologia Social
CONFIGURAÇÕES DA AUTORIDADE FAMILIAR NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA
CAMILA ROLDÃO DE LELLES DANTAS 1
SUSIE AMÂNCIO GONÇALVES DE ROURE 2
1. Bolsista de Iniciação Científica - FE/UFG
2. Profa. Dra.:Orientadora - Faculdade de Educação/ UFG
INTRODUÇÃO:
O presente artigo foi elaborado a partir do desenvolvimento da pesquisa Autoridade e família: perspectivas da formação do sujeito na sociedade contemporânea. Procedeu-se a uma investigação acerca das concepções de autoridade e família do psicólogo em formação. Pretende identificar como se articulam os processos subjetivos que permitem a adesão irracional de teorias e práticas consideradas psicológicas e que se sustentam em crenças de caráter místico e religioso, implicando, assim, em adesão e afirmação a teorias que guardam registro na exclusão e negação da explicação racional. Em meio a essa problemática, percebeu-se a importância dos estudos sobre a família e autoridade para se compreender a subjetividade que vêm se constituindo no mundo contemporâneo. A partir do pressuposto de que a família constitui-se como instância primeira de socialização e, portanto, de estruturação psíquica do sujeito, autores da Teoria Crítica da Escola de Frankfurt, especialmente Adorno e Horkheimer, elegeram a autoridade familiar como importante categoria para a compreensão do processo de internalização das relações de poder.
METODOLOGIA:
A partir da tabulação dos dados obtidos por questionários elaborados e aplicados pela equipe de pesquisa, os sujeitos da pesquisa foram divididos em grupos que, de acordo o desenvolvimento da pesquisa, sofreram algumas alterações em sua configuração. Ao longo da pesquisa foram elaborados artigos sobre as análises teóricas realizadas em um primeiro momento para que se pudesse compreender a relação entre autoridade e família. Ao mesmo tempo, os dados coletados por meio de questionários e Grupo Focal foram sendo tabulados. Foram elaboradas tabelas sobre as questões respondidas pelos sujeitos, bem como a transcrição de três encontros do Grupo.
RESULTADOS:
Os processos e etapas da pesquisa que incidiram na discussão da relação entre autoridade e família e as mediações envolvidas nas transformações da família e nas relações entre seus membros foram importantes, pois evidenciaram que esta instituição, apesar de em muitos momentos reproduzir a dialética do modo de produção do capital, ainda é vista por seus membros como lugar de refúgio e possível resistência à lógica do mercado por se instituir, também, pela afetividade. Os discursos dos sujeitos nos encontros (Grupos Focais), além de indicarem a possibilidade de resistência mediada pela família, colocam em destaque as categorias constitutivas das relações familiares, tais como formatos de família, autoridade e autoritarismo, identificação e função paterna que estão sendo investigadas na fase atual da pesquisa e será apresentada em oportunidades futuras.
CONCLUSÃO:
Com os estudos sobre formatos de família pôde-se perceber que, se a emergência da modernidade marcou transformações nos modelos de família, nesse ponto destaca-se a valorização da vida privada. A família nuclear, caracterizada pela monogamia, passa a estabelecer entre seus membros relações cada vez mais privatizadas. A despeito das mudanças objetivas em seu formato e nos papéis de seus membros, a família ainda parece representar uma base fundamental para a estruturação psíquica na concepção dos sujeitos da pesquisa. A função paterna, no que relaciona amparo, provisão, refúgio e afeto, encontra-se evidente nas falas dos sujeitos, o que revela uma forma de expressão de autoridade, ainda que implique o risco do autoritarismo.
Palavras-chave: autoridade, família, psicologia.