63ª Reunião Anual da SBPC |
G. Ciências Humanas - 4. Geografia - 1. Geografia Humana |
A DESCENTRALIZAÇÃO E A FORMAÇÃO DE NOVAS CENTRALIDADES: UM ESTUDO DE CASO DO BAIRRO JUNDIAÍ EM ANÁPOLIS (GO) |
Zuzy dos Reis Pereira 1 |
1. Mestranda em Geografia - Universidade Federal de Goiás |
INTRODUÇÃO: |
Este trabalho realiza uma análise do espaço intra-urbano de Anápolis (GO), enquanto cidade média, colocando em pauta o processo de descentralização em direção ao Bairro Jundiaí e a formação de novas centralidades na respectiva cidade. Para tanto, far-se-á uma discussão em torno dos processos e formas espaciais, responsáveis por desencadear esse processo de descentralização. Nessa perspectiva, faz-se necessário entender o contexto espacial intra-urbano da cidade de Anápolis. Dessa forma, essa pesquisa pretende por meio do recorte espacial (local), analisar a cidade de Anápolis, através do aprofundamento da discussão em torno dos conceitos de centralidade, área central e descentralização. |
METODOLOGIA: |
Esta pesquisa resulta de um trabalho monográfico de conclusão de curso, que foi desenvolvido na cidade de Anápolis, mais especificamente no Bairro Jundiaí, onde foi realizado um mapeamento, no qual foram identificadas as atividades Centrais, Não-centrais e da Zona Periférica do Centro. Através dos resultados obtidos, fica evidente o processo de descentralização em direção ao Bairro Jundiaí, que se constitui como sendo uma nova centralidade, por comportar uma maior gama de atividades Centrais em relação as Não-Centrais e da Zona Periférica do Centro. O método utilizado para compor essa análise é mais especificamente o dialético, por permitir que se faça uma análise crítica, que englobe a produção e reprodução do espaço, reconhecendo de fato, as suas possíveis contradições. Nesse âmbito, é de suma importância destacar que os processos e formas espaciais são elementos concretizados pelos agentes sociais que agem internamente na cidade, fazendo com que as atividades sejam localizadas e relocalizadas. Autores como Beaujeu-Garnier (1997), Corrêa (1995, 2005), Cavalcanti (2001), Carlos (1994, 2003), Villaça (2001), dentre outros, são responsáveis por trazer embasamento teórico no que tange a essa discussão. |
RESULTADOS: |
Sabe-se que o processo de descentralização que ocorre em meio ao urbano, cada vez mais, torna-se presente na dinâmica espacial das cidades. Inclusive, nota-se que a cidade de Anápolis (GO), em seu status de cidade média, corresponde a um cenário de ocorrência desse processo, sobretudo no que diz respeito ao estudo em pauta, em relação ao Bairro Jundiaí, que é alvo dessas transformações que se processam ao longo dos anos, principalmente, após os anos de 1990. Que prescinde de alguns fatores que acarretam a saída de certas atividades dessa localidade, as direcionando para outros locais. Nesse viés, é preciso salientar que esse processo é bem mais recente que o de centralidade. Ambos são considerados processos espaciais, que ocorrem no meio urbano das cidades. De acordo com os dados obtidos na pesquisa campo realizada no Bairro Jundiaí, que originou um mapeamento, constatou-se que 54% das atividades são Centrais, 28% são da Zona Periférica do Centro e 18% são Não-Centrais. O centro da cidade é um fator de maior expressão da centralidade. Por sinal, o espaço urbano se dinamiza, graças às imposições do sistema capitalista para com a sociedade. Assim, são vários os fatores que podem acarretar a saída de certas atividades dessa localidade, as direcionando para outros locais. |
CONCLUSÃO: |
Nesse ínterim, o que pode ocasionar a ocorrência do processo de descentralização são atrativos como: bairros onde o preço da terra e dos impostos é baixo, e possuem infra-estrutura, transporte de qualidade e também liberdade quanto ao uso da terra. Isto é, locais que proporcionem de certa forma, uma série de amenidades ao proprietário de determinada atividade. Elementos estes, permeados pela difusão dos automóveis, favorecendo o acesso das pessoas a outras localidades. Em função disso, a facilidade de deslocamento para áreas muitas vezes distantes da que reside é ampliada, o que aumenta a acessibilidade das pessoas a uma gama de serviços oferecidos na cidade. Assim, percebe-se que, em Anápolis (GO) está estampada a ocorrência do processo de descentralização, o Bairro Jundiaí pode ser considerado como uma nova centralidade, por localizar-se próximo ao centro da cidade, por apresentar uma população residente de maior poder aquisitivo, em relação às outras localidades da cidade, e por designar-se a atender a uma constante demanda (por parte das classes mais abastadas) pelos serviços que oferece; mas também, por comportar equipamentos urbanos de grande procura em toda a cidade, que atendem a população de classes diversificadas. |
Palavras-chave: Centralidade, Descentralização, Anápolis. |