63ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 16. Orientação e Aconselhamento
PARCERIA: SAÚDE E EDUCAÇÃO PARA ORIENTAÇÃO E ACONSELHAMENTO-INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR- DIAGNÓSTICO PSICOSSOCIAL E EDUCACIONAL DAS CAUSAS QUE POSSAM CONTRIBUIR PARA O ENCAMINHAMENTO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES PARA AVALIAÇÃO EM SAÚDE MENTAL, NA REDE MUNICIPAL DE SAÚDE DE TEFÉ.
Marisa Rossi Monteiro 1
Ester Pellizzari 2
1. Profa Dra da Universidade do Estado do Amazonas- UEA,CEST-Tefé-AM
2. Dra Psiquiatra da Secretaria Municipal de Saúde de Tefé
INTRODUÇÃO:
É um estudo psicossocial realizado pela Policlínica Santa Teresa - Secretaria Municipal de Saúde de Tefé e educacional com a parceria docente e de discentes da Universidade do Estado do Amazonas(UEA).Foi feito em 2010, na escola municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental Prof. Luzivaldo Castro do Santos, no município de Tefé-AM, na região do Médio Solimões.O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) dessa escola em 2009 foi de 3,8, o que não é um resultado educacional adequado; quando comparado aos observados no país( 4,4) nesse mesmo ano(Ministério da Educação-2010), e os dados de evasão foi de 10,55% e de repetência 7,28%.O estudo objetivou: identificar as causas que contribuem para o grande encaminhamento de alunos, de toda rede municipal, para avaliação em saúde mental e tratamento na policlínica municipal; conhecer a dinâmica do aprendizado, a atuação e envolvimento de pais, professores, pedagogo e gestor frente as dificuldades psicossociais, fazer um levantamento das causas que contribuem para a falta de preparo dos professores no âmbito escolar e avaliar se a evasão escolar se relaciona com a falta do apoio e não funcionamento da escola como um espaço de atividades de orientação,lazer, cultura e esporte de modo contínuo junto à comunidade dessa escola.
METODOLOGIA:
Foi um trabalho semanal de setembro a novembro de 2010, na escola municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental Professor Luzivaldo Castro do Santos, no município de Tefé-AM.Os turnos utilizados foram o da manhã e o vespertino.Foram alternadas as reuniões da psiquiatra da policlínica, da docente da UEA e as professoras, com as da psiquiatra e os pais. Assim realizou-se orientações sobre diagnósticos e identificação de fatores comportamentais associados às diferentes doenças psicológicas e neurológicas das crianças e também das famílias; análise das ações dos pais e professores no acompanhamento das crianças, no tratamento e atividades na escola, que permitam a adequação social delas ;debateu-se também proposta das professoras sobre a grande necessidade do ensino da ética, cidadania e educação, para a relações socais na escola, assim como o tema e práticas da educação ambiental.No mesmo momento os discentes da UEA, dos cursos de biologia, história e geografia desenvolviam atividades lúdicas, nas diferentes séries para conhecer, integrar e expandir as habilidades e conhecimento das crianças com brincadeiras e assuntos variados, inclusive higiene e lixo.Os questionários sobre a dinâmica escolar foram aplicados aos professores, gestor, pedagogo, pais e os discentes da UEA.
RESULTADOS:
Os resultados percentuais do questionário foram-aspecto físico da escola :pequena e sem segurança-80%;econômico-social- pais:71,44% com ensino médio e sem atividade profissional; 42,84 % lidam na família com alcoolismo/droga, 42,86 % têm bom relacionamento na escola, 85,72 % não fazem parte do conselho escolar- professores: 59,40 % com até 5 anos de docência;73,22 % com curso superior completo e 94% desses registram dificuldades com: a organização escolar, a limpeza, o suporte pedagógico e a falta de interesse de alunos e familiares, os mesmos itens confirmados pelos discentes(40%).No entanto, 68%classificam como bom o trabalho das professoras com os alunos, mesmo diante das dificuldades apresentadas por elas em sala de aula (79,%), que afirmam tentar resolver (73%). Adicionam também a agitação dos alunos(72%) e a positiva receptividade nessa parceria psicossocial-educacional (80%),além do gosto por atividades recreativas(70%),como brincar(65%) e ouvir histórias(mais de 30%).A administração afirma haver parceria, porém coloca que as condições materiais são limitadas.Situação discutida é que todos os envolvidos devem ter o compromisso com a organização mais adequada da parte física, didática e a pedagógica com planejamento de atividades adequadas nas diferentes séries da escola.
CONCLUSÃO:
Esse estudo psicossocial – educacional permite afirmar que os resultados parciais obtidos nessa escola municipal de Tefé-AM, são indicadores que demonstram o que pode ser trabalhado com os diferentes grupos sociais da escola. As soluções das dificuldades físicas, pedagógicas, materiais e administrativas devem ser exigidas pelos próprios profissionais municipais: gestora, pedagogo, professoras e pais envolvidos, como essenciais, para continuarem a exercer a boa atuação como educadores. Com maior autonomia e organização podem planejar alternativas didáticas adequadas para manter o constante apoio pedagógico necessário, já que a maioria apresenta a formação acadêmica completa. A atuação dos pais junto à escola; mesmo com bom relacionamento, necessita ser mais intensa para aumentar o envolvimento real deles na formação e educação dos próprios filhos como cidadãos. Essa parceria realizada entre saúde e educação, reforça que as dificuldades com os diferentes problemas psicossociais, na relação escola-família podem e devem ser trabalhadas com projetos, orientação e aconselhamento de profissionais habilitados, de áreas afins na comunidade, colaborando dessa forma com a aquisição de conhecimentos pertinentes para a contínua melhoria do processo ensino-aprendizagem e da qualidade de vida.
Palavras-chave: educação, orientação, aconselhamento.