63ª Reunião Anual da SBPC |
G. Ciências Humanas - 4. Geografia - 2. Geografia Regional |
O ESPAÇO URBANO DE JUIZ DE FORA E A DINÂMICA REGIONAL CONTEMPORÂNEA. |
Régis Francisco Rafael Silva 1 Watuse Mirian de Jesus Geraldo 2 Maria Lucia Pires Menezes 3 |
1. Bolsista de Iniciação Cientifica-LATTUR-Geografia-UFJF 2. Bolsista de Iniciação Científica-LATTUR-GEOGRAFIA-UFJF 3. Profª. Dra./Orientadora - Depto de Geociências - UFJF |
INTRODUÇÃO: |
Juiz de Fora, município situado na Zona da Mata Mineira, polariza a prestação de serviços, infra-estrutura e equipamentos urbanos mais especializados da região. O município apresentou nas últimas décadas uma série de investimentos em fixos territoriais, que vem a contribuir para sua posição de destaque frente aos demais municípios da Zona da Mata; além de atender a demanda local e regional por negócios, valorização do espaço, ampliação do consumo e ofertas alternativas de emprego. Assim, o estudo do espaço urbano de Juiz de Fora e as dinâmicas regionais contemporâneas estruturadas a partir deste processo, tem como pressuposto que shoppings, aeroportos, centros de negócios e inovações, bem como novos projetos urbanísticos configuram novas geografias locais e instauram, portanto, novas territorialidades articuladas com as demais dimensões escalares: regional, nacional e global. |
METODOLOGIA: |
A metodologia do trabalho está estruturada em três etapas principais, sendo a primeira etapa referente ao levantamento de fontes de pesquisa acerca do tema proposto, envolvendo revisão de literatura referente à Geografia Urbana e Cartografia, bem como pesquisa em acervos da cidade a fim de entender e elaborar o histórico da territorialização e espacialização desigual, por meio do entendimento dos processos históricos para analisar o espaço e suas dinâmicas atuais. Logo, a primeira etapa da pesquisa irá alicerçar as demais. O trabalho de campo estará estruturado em visitas periódicas as áreas de estudos, com ênfase nas novas formas de uso e ocupação do solo; estas visitas serviram de base para elaboração de mapas e registro fotográfico. Por fim, pretende-se constatar empiricamente a territorialização das novas dinâmicas no espaço urbano de Juiz de Fora. |
RESULTADOS: |
Observamos que os novos investimentos em Juiz de Fora propiciam a criação de um novo eixo econômico na cidade, estruturado tradicionalmente no eixo noroeste-sudoeste ao longo da várzea do rio Paraibuna para as regiões Oeste e Norte, áreas de expansão urbana, mais especificamente ao longo da BR-040 (ligação regional com Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo). Na região Oeste destaca-se a implantação de grandes equipamentos, tais como: Universidade Federal de Juiz de Fora, EMBRAPA, Aeroporto, Estádio Municipal, Independência Shopping, Centro de Concessões – CONEX, Centro de Atenção a Saúde – CAS pertencente a UFJF, ACISPES - Agência de Cooperação Intermunicipal em Saúde Pé da Serra e o Hospital Monte Sinai. Na região Norte se destaca a construção do Acesso norte, eixo fundamental para a instalação de indústrias e redes de supermercados, regional (Bahamas) e nacional (Makro). Estes novos investimentos logísticos, industriais e em serviços são conseqüência de investimentos públicos e privados, refletindo principalmente no mercado imobiliário regional, com maior valorização do espaço urbano (aumento do valor venal dos imóveis, aumento dos aluguéis e impostos). Esta nova dinâmica é materialização do processo de seletividade espacial, hierarquização e re-funcionalização das regiões. |
CONCLUSÃO: |
As mudanças na paisagem urbana de Juiz de Fora com o estabelecimento de novos fixos, estruturam também novos fluxos, que materializam no espaço urbano um novo padrão de desenvolvimento baseado na re-funcionalização da cidade, e em especial das áreas valorizadas pelo capital imobiliário, onde são instalados grandes equipamentos urbanos. A ótica imposta pela inserção da região nas escalas nacional e global de consumo implica um aumento da especulação imobiliária, fragmentação do tecido urbano e contrastes de ocupação. Estes contrastes materializam-se nas novas formas de lazer e morar, baseadas na privatização do espaço urbano, em detrimento dos espaços públicos e coletivos. Estes processos não são exclusivos de Juiz de Fora, sendo observadas em outras cidades médias as mesmas dinâmicas sócio-espaciais, estando estas ligadas a reestruturação produtiva nacional, influenciadas pelo novo urbanismo imposto pela economia global. |
Palavras-chave: Novas geografias., Urbano, Escalas e Redes.. |