63ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia
DOIS MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE FIRMEZA DE MANGA ‘TOMMY ATKINS’ TRATADA OU NÃO COM DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE ETILENO EXÓGENO
Juan Saavedra del Aguila 1
Adriano Esmael Gazzola 2
Fabio Vaz de Lima 2
Edwin Moisés Marcos Ortega 3
Lília Sichmann Heiffig - del Aguila 4
Ricardo Alfredo Kluge 5
1. Pós-Doutorando - Depto de Ciências Biológicas - ESALQ - USP
2. Estagiários - Depto de Ciências Biológicas - ESALQ - USP
3. Prof. Dr. - Depto de Ciências Exatas - ESALQ - USP
4. Pesquisadora - Embrapa Clima Temperado
5. Prof. Dr./Supervisor - Depto de Ciências Biológicas - ESALQ - USP
INTRODUÇÃO:
A manga (Mangifera indica L.), pertence à família Anacardiaceae, figura entre as frutas tropicais de maior expressão econômica nos mercados brasileiro e internacional. No Brasil, o consumo de manga está em declínio e a produção nacional está em queda, o que pode ser explicado, em parte, pelos frutos sem qualidade, desuniformes quanto à maturação, que geralmente são oferecidos ao consumidor. O hormônio vegetal etileno (C2H4) em condições normais de temperatura e pressão apresenta-se na forma gasosa, e cumpre um papel muito importante na regulação do amadurecimento dos frutos, inclusive da manga. O amadurecimento corresponde basicamente às mudanças nos fatores sensoriais: sabor, odor, cor e textura que tornam a fruta aceitável para o consumo. As reações ocorridas na etapa de amadurecimento controladas pelo etileno podem ser aumentadas por exposição do fruto a uma atmosfera que contém etileno exógeno produzindo modificações da firmeza dos frutos. Assim sendo, o objetivo deste trabalho foi estudar dois métodos de avaliação de firmeza em manga, cv. Tommy Atkins, submetida a diferentes concentrações de aplicação ou não de etileno exógena e armazenada sob condições controladas ou não controladas.
METODOLOGIA:
Mangas ‘Tommy Atkins’ provenientes da fazenda Ogata Citrus, receberam os seguintes tratamentos por um período de 2 dias: T1= armazenamento sob condições não controladas (25ºC ±5ºC e 65% UR) – sem etileno; T2= armazenamento a 20ºC ±1ºC e 90% UR, com aplicação de 10 ppm de etileno; T3= armazenamento a 20ºC ±1ºC e 90% UR e 20 ppm de etileno; T4= armazenamento a 20ºC ±1ºC e 90% UR e 40 ppm de etileno; T5= armazenamento a 20ºC ±1ºC e 90% UR e 60 ppm de etileno; T6= armazenamento a 20ºC ±1ºC e 90% UR e 80 ppm de etileno e T7= armazenamento a 20ºC ±1ºC e 90% UR e 100 ppm de etileno. Após os tratamentos, os frutos foram armazenados a 20ºC ±1ºC e 90% UR (T2 a T7) e a condições ambientais não controladas (25ºC ±5ºC e 65% UR), no tratamento T1. Os frutos foram avaliados na chegada ao laboratório (firmeza = 94,2 N e firmeza manual = 0,0), imediatamente após a saída dos distintos tratamentos (dia 0), no 7° e no 14° dia após a finalização dos tratamentos. Avaliou-se a firmeza da polpa, utilizando um penetrômetro digital marca SAMMAR e os resultados foram expressos em Newtons (N); e a firmeza manual do fruto, determinada utilizando um método não destrutivo, mediante o tato com as mãos, seguindo uma escala: 0 = duro (firme), 1 = mais ou menos duro, 2 = pouco mole, 3 = mole e 4 = muito mole.
RESULTADOS:
Na caracterização dos frutos, obtiveram-se resultados de firmeza similares entre os dois métodos testados. Imediatamente após a aplicação dos tratamentos (dia 0), o método objetivo de avaliação de firmeza, mediante a utilização do penetrômetro, permitiu diferenciar dois grupos de frutos, o primeiro formado pelos frutos do T1 (sem aplicação de etileno) e o segundo, formado pelos frutos tratados com etileno (T2 a T7), este último grupo apresentou valores de firmeza de polpa em média 100% inferiores aos valores apresentado pelos frutos do T1; por outro lado, o método subjetivo de avaliação da firmeza (firmeza manual do fruto), não conseguiu diferenciar estes grupos e obtiveram-se com este método, valores de firmeza manual do fruto de 0,0 para todos os tratamentos testados. No 7º dia de avaliação, ambos os métodos diferenciaram dois grupos, um formado por frutos mais firmes do T1 (sem etileno) e outro formado por grupos menos firmes (T2 a T7). E finalmente, no 14º dia de avaliação, ambos os métodos apresentaram resultados similares de firmeza, obtendo-se somente um grupo entre os tratamentos testados.
CONCLUSÃO:
Conclui-se que o método subjetivo de avaliação de firmeza manual do fruto testado neste experimento apresenta uma precisão em relação ao método objetivo de avaliação de firmeza da polpa, da ordem de 75%; em outras palavras dos 4 períodos de avaliação testados neste experimento (caracterização, dia 0, dia 7 e dia 14), em três, ambos os métodos apresentaram resultados similares (caracterização, dia 7 e dia 14) e somente em um período (dia 0), os métodos apresentaram valores diferentes.
Palavras-chave: Mangifera indica L., Parede celular, Fitohormônio.