63ª Reunião Anual da SBPC |
F. Ciências Sociais Aplicadas - 3. Economia - 8. Economias Agrária e dos Recursos Naturais |
PRINCIPAIS GARGALOS, POTENCIALIDADES E PERSPECTIVAS DA PECUÁRIA LEITEIRA EM GOIÁS NO PERÍODO DE 1995 A 2008 |
Antônio Marcos de Queiroz 1 Edson Roberto Vieira 1 Flávia Rezende Campos 1 Cláudia Regina de Rosal Carvalho 1 Luciano Tiago Bernardo 2 |
1. Prof. Msc./Coordenador - Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Economia – NEPEC/FACE - Universidade Federal de Goiás - UFG. 2. Prof. Msc./ participante - Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Economia – NEPEC/FACE - Universidade Federal de Goiás - UFG. 3. Prof. Msc./ participante - Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Economia – NEPEC/FACE - Universidade Federal de Goiás - UFG. 4. Prof. Dra./ participante - Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Economia – NEPEC/FACE - Universidade Federal de Goiás - UFG. 5. Prof. Msc./ participante - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo – IFSP |
INTRODUÇÃO: |
A cadeia produtiva do leite é uma das mais importantes do complexo agroindustrial brasileiro. Movimenta anualmente cerca de US$10 bilhões, emprega 3 milhões de pessoas, das quais acima de 1 milhão são produtores, e produz aproximadamente 20 bilhões de litros de leite por ano, provenientes de um dos maiores rebanhos do mundo, com potencial para abastecer o mercado interno e exportar. O trabalho torna-se relevante na medida em que há uma tendência de enfraquecimento deste segmento no estado de Goiás, que ocupava em 2000, o segundo lugar entre os maiores produtores de leite do país, caiu para o quarto colocado em 2007, perdendo posições em relação aos estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná, embora continue sendo o maior produtor do Centro-Oeste. Além disso, Goiás tem apresentado uma grande capacidade para a produção de leite e seus derivados, uma vez que possui uma abundância área de pastagens para criação extensiva do rebanho, tendência de melhoramento genético, tecnificação, clima etc, o que tem elevado produtividade média nos últimos anos. Dessa, forma, o presente trabalho tem por objetivo demonstrar os principais gargalos e potencialidades da pecuária leiteira em Goiás, bem como as perspectivas do setor no estado para os próximos anos. |
METODOLOGIA: |
Na coleta dos dados foram utilizados os instrumentos com pesquisa qualitativa e documental com variáveis quantitativas, a partir de dados obtidos pela Secretaria de Planejamento de Goiás (SEPLAN-GO), pelo Anuário Pecuário (ANUALPEC), pela Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (EMBRAPA), pela Federação da Agricultura do Estado de Goiás (FAEG) e pelo Sindicato das Indústrias de Laticínios no Estado de Goiás (SINDILEITE), além de pesquisas em vários manuais, livros, revistas, periódicos e sítios relacionados ao assunto da investigação. No âmbito quantitativo foi realizada uma análise comparativa entre o período de 1995 a 2008, do comportamento da evolução do rebanho bovino, da produção e da produtividade do leite para a região Centro-Oeste, Brasil e Goiás. No âmbito qualitativo, foram feitas algumas discussões da importância dos incentivos fiscais em Goiás para o setor, os pontos favoráveis e desfavoráveis na produção de leite, bem como ações e propostas para o setor. |
RESULTADOS: |
Foi demonstrado que no estado de Goiás houve queda da produção de leite nos últimos anos e, conseqüentemente, perda da posição de segundo colocado de maior produtor do país, embora tenha apresentado relativo crescimento do setor tanto em termos de expansão do rebanho, bem como aumento da produtividade de leite no período estudado, mas inferior ao crescimento, comparado a outros estados. Paralelamente, foram constatadas também as várias vantagens da produção de leite em Goiás e a capacidade competitiva dos produtores. Entretanto, problemas como a falta de incentivos fiscais e de financiamentos, a queda do ICMS, a falta de profissionalização do setor, a falta de melhoria do rebanho, o baixo nível de assistência técnica, a escassez de pesquisa e desenvolvimento, revelaram um grande gargalo na cadeia produtiva, impedindo uma maior produtividade. Existem propostas quanto à questão tributária, revelando que há a reivindicação dos empresários de ampliação do crédito outorgado nas saídas interestaduais para 7% e a redução da base de cálculo nas operações internas, ficando estabelecido o teto máximo de 5%. A Sefaz-GO tem feito estudos e acredita na importância da tributação interna para a competitividade do setor leiteiro goiano diante de outros estados, como Minas Gerais e São Paulo. |
CONCLUSÃO: |
Verificou-se que em Goiás, várias potencialidades foram observadas no setor que propiciaram o crescimento da bacia leiteira, tais como: as pastagens abundantes, pequena melhoria genética no rebanho e da qualidade do leite, dentre outros. Notou-se também que a indústria do leite representa um setor de expressão na cadeia produtiva, bem como na economia goiana. Entretanto, apesar dessa representatividade, alguns gargalos podem ser observados, como: a falta de incentivos fiscais e de financiamentos, da queda do ICMS, da desqualificação do setor, falta de melhoria do rebanho, do baixo nível de assistência técnica. Todos estes problemas passaram a afetar periodicamente o desempenho desse produto, causando fortes variações na produção e, conseqüentemente, no nível de emprego e renda. Pode ser apontado também, que a proximidade com os estados de Minas Gerais e São Paulo, grandes produtores de matéria-prima e de produtos industrializados e que vêm adotando uma política agressiva de incentivos fiscais, tem se configurado como um dos principais problemas da indústria láctea local. |
Palavras-chave: Gargalos e potencialidades, Pecuária Leiteira, Estado de Goiás. |