63ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 2. Enfermagem de Saúde Pública
MEIOS PARA O DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO GERENCIAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NO DISTRITO SANITÁRIO LESTE EM GOIÂNIA-GO.
Lorraine dos Santos Arraes 1
Thays Angélica de Pinho Santos 2
Joyce Santiago Ferreira 1
Raíra Castilho 1
Patrícia Moraes Antunes de Moraes 2
Claci Fátima Weirich 3
1. aluna de graduação - FEN/UFG
2. aluna do programa de pós graduação nível mestrado - FEN/UFG
3. profa. Dra./Orientadora - Faculdade de Enfermagem - UFG
INTRODUÇÃO:
A gerência dos serviços locais de saúde são as unidades produtoras, a porta de entrada no Sistema Local de Saúde, onde os agravos podem ser identificados, priorizados e atendidos pela equipe, sendo que a gerência pode definir mudanças no modo de organizar o processo gerencial. As mudanças ocorridas no contexto do trabalho em saúde exigem também o desenvolvimento de habilidades que estão diretamente relacionadas à introdução de novas tecnologias e formas de organização do trabalho, sendo fundamental para o desempenho das práticas profissionais considerar o contexto e a concepção de saúde que têm como referências doutrinárias a Reforma Sanitária Brasileira e como estratégias de reordenação setorial e institucional o Sistema Único de Saúde. A complexidade dos processos de gestão do sistema exige dos gestores constante desenvolvimento não só de conhecimentos, mas também atualização em ferramentas de gestão. Este estudo focaliza questões relacionadas à gerência nos serviços de Atenção Primária à Saúde em Goiânia tendo como objetivo a análise dos meios e instrumentos do trabalho gerencial desenvolvido pelos profissionais de saúde no Distrito Sanitário Leste em Goiânia –GO.
METODOLOGIA:
A Pesquisa foi exploratória descritiva realizada com 24 profissionais gestores da atenção primária à saúde o campo de estudo foi o Distrito Sanitário Leste (DSL) que se insere na Diretoria de Atenção à Saúde que compõe a Secretaria de Saúde de Goiânia. É nesse contexto de saúde que os alunos da Universidade Federal de Goiás desenvolvem atividades práticas e estágios curriculares. Os sujeitos de nosso estudo foram os profissionais da saúde que atuam como gerentes, coordenadores ou supervisores nos serviços de saúde, do DSL. Utilizamos um questionário estruturado desenvolvido a partir de uma relação fixa de perguntas previamente construídas, aplicado por meio de entrevista. Para o desenvolvimento da investigação foram observados os aspectos éticos conforme Resolução Nº 196/96 do Conselho Nacional de Pesquisa e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa Médica Humana e Animal do Hospital das Clínicas da UFG, sob Protocolo CEPMHA/HC/UFG Nº 087/2006. Para a análise dos dados coletados foi construído um banco de dados, utilizando o Software Epi-Info, e posterior codificação para proceder à análise descritiva desenvolvida com base no referencial teórico.
RESULTADOS:
Em relação aos indicadores de saúde 09 (37,5%) dos gestores utilizam tais ferramentas, 06 (25%) não utilizam indicadores, 01 (4,1%) utiliza parcialmente e 08 (33,4%) não souberam responder o que são indicadores de saúde. Em relação aos instrumentos utilizados pelos profissionais gerentes, na comunicação com os servidores, em ordem decrescente, são quadros de avisos, comunicação direta, reuniões, circulares, memorandos, telefone, protocolo. Na utilização de instrumentos para a comunicação dos gerentes com os usuários do serviço, em ordem decrescente, foram à comunicação direta, cartazes, não ter contato com os usuários, informativos, telefone, reuniões e reuniões com o Conselho Local. A proposta de capacitação da equipe de trabalho é realizada principalmente a nível central, e a proposta de capacitação para os gestores é em sua maioria realizada pela secretária Municipal de Saúde. O estudo realiza avaliação das atividades planejadas nas Unidades onde 03 (12,5%) relataram não fazer avaliação das atividades planejadas, enquanto 21 (87,5%) não fazem a avaliação das atividades planejadas. Dos que fazem avaliação das atividades planejadas 10 (47%) avaliação mensal, 04 (18,5%) semestral, 02 (09%) anual, 02 (09%) avaliação diária e 02 (09%) avaliam conforme a necessidade.
CONCLUSÃO:
A atuação dos profissionais gestores nos serviços públicos de saúde independe da sua formação profissional, e as experiências em gerenciamento que possuem são conseqüência do trabalho em gerência. Apesar de estudos apontarem que o enfermeiro possui na sua formação caráter de gestor possuindo um melhor perfil para o trabalho gerencial. Esses profissionais são moldados como gestores na prática em gestão, apesar de existirem capacitações os profissionais gestores nem sempre possuem contato durante a graduação com a teoria-prática da gestão e fazem com que a qualidade do serviço tenha déficit. Neste contexto é significativo repensarmos a formação desse profissional em nível de graduação e trabalharmos para um enfoque que privilegie a gestão pública nos serviços de saúde, para que o gerente possa conhecer os meios e instrumentos adequados para otimizar o seu trabalho gerencial.
Palavras-chave: Gerência em saúde, Atenção Primária, trabalho gerencial.