63ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 10. Microbiologia - 2. Microbiologia Aplicada
FUNGOS QUERATINOFÍLICOS EM AREIA DE PARQUES, PRAÇAS PÚBLICAS E PRAIAS DE BOA VISTA, RORAIMA – 2009/2010
Suena Márcia Barbosa dos Santos 1
Silvana Tulio Fortes 2
1. Acadêmica curso Licenciatura em Ciências Biológicas
2. Prof. Dra./ Orientadora - Centro de Estudos da Biodiversidade -UFRR
INTRODUÇÃO:
Micoses são infecções causadas por fungos classificadas em superficiais, cutâneas e sistêmicas de acordo com a resposta imunológica do hospedeiro. Os agentes etiológicos são habitantes naturais do solo e geralmente atuam como decompositores de matéria orgânica morta. Os fungos queratinofílicos possuem enzimas capazes de degradar queratina e são encontrados em natureza nos estágios finais da decomposição de carapaças, pele, pêlos e unhas. Os dermatófitos são fungos com habilidade de invadir os tecidos mais superficiais queratinizados do homem e animais e causar diferentes quadros clínicos de infecção cutânea e eventualmente subcutânea. O tratamento das micoses reside no conhecimento das fontes de contaminação ou dos reservatórios dos fungos patogênicos, sendo que estudos visando a identificação de tais reservatórios podem levar à obtenção de elementos suficientes e seguros para o combate a estas infecções. Neste sentido, estudos ambientais vêm sendo conduzidos em Boa Vista/RR desde 2003 tendo sido verificada a presença do dermatófito Trichophyton em 20% das amostras de areia estudadas em 10 parques e praças públicas, bem como em 20% daquelas de areia das praias dos Rios Branco e Cauamé. O objetivo do presente trabalho reside em ampliar o conhecimento da areia como fonte de contaminação por fungos patogênicos.
METODOLOGIA:
O presente estudo foi realizado no Parque Germano Augusto Sampaio, das Praças Mané Garrincha e Ayrton Senna e das praias do Curupira e Caçari, em Boa Vista/RR. Amostras compostas de cerca de 15g de areia foram coletadas nos meses de setembro/2009 e março/2010 e utilizadas iscas de cabelo e unhas humanos para o isolamento dos fungos queratinifílicos. Os espécimes isolados foram identificados taxonomicamente pelas características macromorfológicas da colônia e micromorfológias do microcultivo em lâmina; posteriormente os espécimes foram depositados no acervo de cultura de fungos filamentosos do Laboratório de Micologia-CBio/UFRR.
RESULTADOS:
A análise dos resultados revelou que das cinco amostras de areia foram isolados 45 espécimes de fungos filamentosos, sendo a maioria fungos mitospóricos (Filo Deuteromycota), à exceção do gênero Byssochlamys, teleomorfo de Paecilomyces, que pertence ao Filo Ascomycota. O gênero Paecilomyces ocorreu com maior freqüência, representando mais de 60% dos isolados, seguido dos gêneros Aspergillus e Penicillium, com 13,34% cada; os demais gêneros, Acremonium cf, Byssochlamys e Fusarium ocorreram com menor frequência. Com relação à distribuição dos fungos queratinifílicos, a análise dos resultados do presente trabalho apontam a maioria como abundantes, sendo apenas Acremonium cf de distribuição comum e nenhum fungo de distribuição ocasional ou rara.
CONCLUSÃO:
Considerando o uso da areia como importante recurso de lazer, o presente trabalho complementa os estudos anteriores. E, embora não tenha sido verificado nenhum patógeno importante, os fungos isolados podem atuar como oportunistas, sobretudo em indivíduos imunocomprometidos.
Palavras-chave: micoses, fungo patogênico, fonte ambiental.