63ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 2. Biologia Geral - 1. Biologia da Conservação
MANUNTENÇÃO E ENGORDA DA OSTRA (Crassostrea rhizophorae) EM SISTEMA DE BALSA FLUTUANTE LOCALIZADA NO ESTUÁRIO DO RIO PACIÊNCIA NO MUNICÍPIO DA RAPOSA NA ILHA DAS OSTRAS – MA
Keyla Marques Oliveira 1
Dayse Glória Silva Mendes 1
Jimena Santos da Silva 1
Walter Luis Muedas Yauri 2
1. Graduandos da Universidade Federal do Maranhão
2. Prof. Dr. da Universidade Federal do Maranhão
INTRODUÇÃO:
O Maranhão é um Estado que detém o segundo maior litoral do Brasil, com poucas tentativas experimentais na área de maricultura, além de possuir as condições potenciais para o estabelecimento destes cultivos de modo geral. Muitas famílias da população litorânea maranhense vivem na sua maioria em péssimas condições de qualidade de vida, sempre estiveram acostumadas à captura de peixes, camarões e moluscos (como a “ostra”), para seu sustento. A comunidade hoje, sente o esgotamento desses importantes recursos e socialmente desestruturados, migram a outras cidades em busca de melhores perspectivas de vida, deixando suas tradições e cultura e, conseqüentemente aumentando o concentrado urbano das periferias de cidades como São Luís. Atualmente, a ostra do mangue Crassostrea sp. é um dos mais importantes recursos explorados pelo setor pesqueiro artesanal do estuário do rio Paciência, responsável pelo sustento das famílias extrativistas há décadas. O sistema produtivo pode ser caracterizado como rudimentar, envolvendo a extração do recurso no mangue e sua comercialização direta ou a engorda prévia em viveiros tipo balsa. O produto é comercializado exclusivamente “in natura” e a depuração é a única forma de beneficiamento existente, envolvendo poucos extrativistas. O objetivo do presente trabalho é o estudo das características e práticas de manejo e comercialização do molusco Crassostrea rhizophorae na Ilha das ostras. A espécie citada tem larga ocorrência na linha de costa da região.
METODOLOGIA:
A área de objeto deste estudo, localiza-se no município de Raposa entre as coordenadas 2° 25’43.16” S e 44°04’12.49” O, a uma distância em linha reta de 2,79 km do porto do Braga no município da Raposa. O levantamento de dados foi através de coletas realizadas na balsa no mês de agosto de 2010, o tamanho amostral foi de 30 indivíduos onde a metodologia empregada foi de preservação, separação, identificação taxonômica e pesagem (peso seco, úmido da carne e peso das valvas) comparando-os aos valores recomendados pelo laboratório de Maricultura da UFMA. A balsa é uma estrutura de flutuação (5 m x 8 m) o que corresponde a uma superfície de 40 m2, composta por peças de madeira que incluem vigas mestras transversais, de amarração dos flutuadores (tonéis de polietileno 0,60 m x 0,90 m) e de sustentação dos compartimentos onde as ostras são armazenadas, e permanece a altura mínima de 0,25 m abaixo da lamina d’água. O local de manutenção e engorda é uma área que no ano 2000 participou do Projeto POLOMAR (Pólo de Maricultura do Maranhão), que teve como objetivo incentivar o cultivo de ostras através de plataforma flutuante tipo balsa. Atualmente o projeto está sendo desenvolvido com incentivo do governo do estado do Maranhão (AGERPE) e o apóio técnico da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). O cultivo é mantido mediante o extrativismo de ostras adultas, trazidas de outras áreas como município de Icatu - MA e sendo transferidas para a balsa.
RESULTADOS:
O tamanho dos mariscos coletados medido através das biometrias realizadas mostra a média e o coeficiente de variação (%): um peso médio total de 32,37 g ± 28 %, o peso médio da valva de 23,31± 29,42%, o peso médio da carne de 9,06 g ± 31,63% com o comprimento médio de 62,03 mm ± 18,25%, uma largura média 47,16 mm± 25,31% e uma altura média 21,96 mm ± 22,96%. Pode-se notar que o peso da valva representa 72% do peso do animal, e a parte comestível (carne) apenas 28%. Após a análise dos resultados, verificou-se que a média do comprimento dos indivíduos de 62,03 mm, está de acordo com o valor mínimo recomendado para a comercialização da ostra. A freqüência de vendas para restaurantes e principalmente para turistas que chegam de lancha os quais compram de cinco a seis dúzias, sempre na maré de enchente que é a que permite chegar até o local. O valor de cada dúzia é cinco reais perfazendo um ganho diário de R$ 25,00 a 30,00 reais. Mensalmente contabiliza um ganho de R$ 750,00 a 900,00 reais. Este ganho possibilita a sobrevivência desta família mediante o sistema extrativismo-manutenção da ostra viva para consumo in loco.
CONCLUSÃO:
O presente trabalho estudou as características e práticas de manejo e comercialização do molusco na Ilha das ostras concluindo que o tamanho de comercialização está adequado e que o local apresenta uma grande potencialidade para possíveis cultivos, uma vez que o local não fica perto da cidade e não há um grande fluxo de embarcações, e as que navegam são de pequeno porte. Implicando uma boa qualidade da água.
Palavras-chave: Ostreicultura, Biometria, Ostra.