63ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 8. Botânica
ESPÉCIES VEGETAIS TÓXICAS UTILIZADAS NA ORNAMENTAÇÃO DA CIDADE DE ARAGUAÍNA, TO
Mirna Batista Araújo 1
Beatriz Cardoso Roriz 2
Claudia Scareli dos Santos 3
1. Bolsista permanência - Universidade Federal do Tocantins - UFT
2. Bolsista PET - Universidade Federal do Tocantins - UFT
3. Profa. Dra./ Orientadora- Universidade Federal do Tocantins - UFT
INTRODUÇÃO:
Muitas espécies tóxicas são utilizadas como ornamentais em casas, estabelecimentos comerciais, escolas e jardins públicos refletindo, de certo modo, o grau de desconhecimento por parte da população. A literatura indica que as espécies utilizadas na ornamentação devem ser desprovidas de princípios tóxicos ou elementos suscetíveis de provocar reações alérgicas. As substâncias vegetais tóxicas mais comuns são os alcalóides, os glicosídeos cardiotóxicos, os glicosídeos cianogenéticos e as toxoalbuminas. Os alcalóides são substâncias naturais, nitrogenadas, de natureza básica, apresentando acentuada ação farmacológica, embora muitas apresentam papel importante em medicina, são também responsáveis por intoxicações no homem. As plantas tóxicas com alcalóides mais comuns são Atropa belladona e Datura suaveolens (Solanaceae).Treventia peruviana, espécie ornamental bastante difundida no Brasil, apresenta glicosídeos cardiotóxicos presente em suas sementes estas quando ingeridas provocam taquicardia, fibrilações cardíacas e, dependendo da dose, induz a óbito. Este trabalho teve por objetivo elaborar um checklist com as espécies vegetais tóxicas utilizadas na ornamentação das vias públicas da cidade de Araguaína, TO.
METODOLOGIA:
Para a análise da arborização urbana primeiramente foram listados e consultados mapas para a localização dos setores, bairros com suas respectivas ruas e avenidas. Em seguida foram realizados censos das espécies vegetais nos seguintes bairros: Centro, Jardim Filadélfia, Vila Aliança, Senador, Santa Helena, Raizal, Patrocínio e Alaska. Parte do material foi coletado, preservado e herborizado; a maior parte do material coletado foi identificado em campo. Os resultados foram organizados em um banco de dados informatizado com as seguintes informações: nome comum e suas variações regionais, família botânica, nome científico, origem, porte e características morfológicas das espécies quanto a presença de flores e frutos e acompanha um registro fotográfico das espécies amostradas.
RESULTADOS:
Foram amostradas 83 exemplares das espécies Caladium bicolor e Dieffenbachia seguine (Araceae); Treventia peruviana e Allamanda catartica (Apocynaceae), Jatropha gossypiifolia e Euphorbia milii (Euphorbiaceae). J. gossypiifolia foi a espécie com maior representabilidade (36,84%) e o menor foi C. bicolor (7,89%). Os bairros Jardim Filadélfia e Raizal foram as localidades com maior número de exemplares. Analisando os bairros individualmente, no setor Senador foi observado as seis espécies, enquanto no setor Santa Helena ocoreu somente J. gossypiifolia. A intoxicação por esta espécie ocorre com a ingestão de suas sementes, sendo que cinco sementes poderá levar a óbito uma pessoa adulta. Treventia peruviana foi encontrada nos bairros Senador, Patrocínio e no Jardim Filadélfia, apesar da baixa representabilidade na cidade de Araguaína é relevante ressaltar que suas sementes quando ingeridas em pequena quantidade provocam desconfortos abdominais e vômitos, acima de quatro sementes podem ocorrer óbito. Geralmente os casos de intoxicação por esta espécie são coletivos com participação de adolescentes e adultos. Além da ingestão das sementes, o látex presente nos frutos e ramos causa irritações na pele, principalmente durante a poda.
CONCLUSÃO:
Com os resultados obtidos na presente pesquisa concluímos que a cidade de Araguaína apresenta plantas tóxicas utilizadas como ornamentais em suas vias públicas principalmente nos bairros Jardim Filadélfia e Raizal; a espécie Jatropha gossypiifolia é a mais representativa e foi coletada em 87% dos bairros.
Palavras-chave: Jatropha gossypiifolia, Treventia peruviana, Tocantins.