63ª Reunião Anual da SBPC |
A. Ciências Exatas e da Terra - 3. Física - 2. Ensino de Física |
ENSINO DE MAGNETISMO: UMA PROPOSTA DE ENSINO QUALITATIVO. |
Marcelo Vitor da Silva Donde 1 Paulo Sérgio Nobre Matos 2 Antônio Jadson Gomes Vieira 3 Cíntia Vaguel Lopes 4 Frederico Alan de Oliveira Cruz 5 |
1. Bolsista Pibid - Depto de Física - UFRRJ 2. Bolsista Pibid - Depto de Física - UFRRJ 3. Bolsista Pibid - Depto de Física - UFRRJ 4. Bolsista Pibid - Depto de Física - UFRRJ 5. Prof. Dr./ Orientador - Depto de Física - UFRRJ |
INTRODUÇÃO: |
Conhecidas desde os gregos e chineses antigos, as propriedades magnéticas de certos materiais sempre despertaram a curiosidade sobre a capacidade desses elementos em atraírem metais localizados em uma região próxima a eles. O estudo que ganhou importância pelas mãos do monge francês Pierre de Maricourt, após o mapeamento das direções apontadas por uma agulha ao ser colocada na superfície de um ímã natural, atualmente é pouco explorado nas escolas, apesar da sua importância em diversas aplicações tecnológicas. As propriedades magnéticas dos materiais são apresentadas nos livros didáticos se restringindo a suposta origem e a algumas propriedades dos ímãs sem efetivamente relacionar o conteúdo com os aspectos do dia a dia, ou mesmo propor uma atividade motivadora ao aluno. Na maioria dos casos a falta de uma atividade experimental, pode fazer com que o aluno trate o tema como algo distante de difícil compreensão, sem relação com o dia a dia, fazendo com que o conteúdo apresentado passe a ser desinteressante e desmotivador para o aluno. Neste trabalho, propomos uma atividade qualitativa para o ensino de Magnetismo utilizando materiais de fácil aquisição e custo pequeno, permitindo a interação direta dos alunos e criando um ambiente de descoberta que favoreça a aprendizagem. |
METODOLOGIA: |
Antes da nossa atividade foram ensinados os conceitos sobre o magnetismo dos materiais e discutidos os princípios de linhas de campo. Após uma breve introdução teórica, propomos duas atividades experimentais com os alunos. Essa atividade se caracterizou pela utilização de 44 bússolas, com diâmetro de 70 mm, e de quatro ímãs cúbicos de Neodímio-Ferro-Boro, também chamados de ímãs Terras Raras ou de “Super-Imãs”, com tamanho 10x10x10 mm e revestimento a base de níquel. De posses desse material, foram realizadas duas atividades, descritas a seguir: Atividade 1) A turma foi separada em quatro grupos, e cada um deles recebeu um ímã e quatro bússolas. Essas bússolas foram separadas formando um quadrado. Os alunos então observaram a direção das agulhas e constataram que elas estavam alinhadas. O passo seguinte foi colocar o ímã no centro do quadrado e discutir o que estava acontecendo quando esse se movia da posição central; Atividade 2) O ímã foi colocado sobre a mesa e usando as bússolas eles tentavam seguir o direcionamento da agulha nas regiões próximas a elas. Após essas atividades, os conceitos magnéticos foram então rediscutidos para saber se houve algum ganho significativo na aprendizagem na opinião dos alunos. |
RESULTADOS: |
Apesar do número um pouco grande de alunos em cada grupo, entre sete e oito, percebemos que todos eles participaram de forma direta da primeira atividade. Como existiam quatro bússolas a visualização deles ficou bem distribuída, pois dois deles observavam o que acontecia em cada uma delas. A atividade permitiu aos alunos discutirem e perceber a existência de um campo magnético terrestre, fato que os próprios alunos disseram que não entendiam bem. Outro dado importante constatado pelos alunos foi que existe uma relação inversa entre a influência magnética e a distância. Em primeiro momento não era nosso objetivo trabalhar esse conceito, mas a própria curiosidade dos alunos nos permitiu discutir essa relação. Na segunda atividade, os alunos se mostraram surpresos com a formação das linhas de campo em torno do ímã. Apesar de a atividade ter sido considerada satisfatória, percebemos que seria necessário ao menos mais um conjunto de 4 ímãs e bússolas para que todos os alunos pudessem interagir com os materiais, pois em geral três deles mexiam e os outros apenas observavam. Mesmo considerando que o objetivo foi alcançado, com a visualização de situações mostradas ou apenas descritas pelos livros, o aumento da manipulação pelos alunos poderia ter contribuído mais. |
CONCLUSÃO: |
O presente trabalho mostrou que uma experiência simples e com custo relativamente pequeno (todo o material não superou R$ 85,00) pode promover uma maior interação entre os alunos, permitindo uma aprendizagem real dos fenômenos a eles apresentados. Percebemos que através da atividade desenvolvida, os alunos tiveram contato com a física sem se preocupar com fórmulas e tornando a aprendizagem prazerosa e realizada em um ambiente de descontração com os colegas de sala. Consideramos que o uso de um kit como esse, permite a compreensão dos fenômenos magnéticos de uma forma simples e que pode ser transportado sem nenhuma dificuldade de uma sala para outra. Percebemos também que essa atividade pode permitir um novo olhar da Física pelos alunos, fazendo com que o desinteresse com a disciplina seja modificado pelo prazer de descobrir. Finalmente, confirmamos que a experimentação no ensino de Física nos diversos ambientes escolares é fundamental para que sejam desenvolvidas habilidades e competências relacionadas ao conteúdo dessa disciplina. |
Palavras-chave: Ensino, Magnetismo, Ímãs. |