63ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 4. Odontologia - 4. Materiais Odontológicos
ANÁLISE DA CAPACIDADE DE MANCHAMENTO E ALTERAÇÃO DE FLUORESCÊNCIA DE DENTES CLAREADOS PELO MÉTODO CASEIRO
Jair Caetano de Oliveira 1
Natan Luiz Martinelli 1
Lilian Carla Pereira Lopes 2
Ana Raquel Benetti 3
1. Graduação em Odontologia, Centro de Pesquisa em Ciências da Saúde – UNOPAR
2. Programa de Pós-Graduação em Odontologia - UNOPAR
3. Profa. Dra. / Orientadora - Programa de Pós-Graduação em Odontologia – UNOPAR
INTRODUÇÃO:
O clareamento dentario é um dos procedimentos estéticos mais procurados pelos pacientes. Certa controvérsia discute a possibilidade de que a dureza do esmalte e da dentina podem se alterar com o clareamento, devido a uma modificação na composição mineral e possível aumento da porosidade das estruturas dentárias. Especula-se que este aumento de porosidade do esmalte torne os dentes clareados mais susceptíveis a um manchamento futuro quando em contato com substâncias pigmentantes. Após a indução de manchamento artificial, essas manchas podem ser eficazmente removidas com a técnica de clareamento. No entanto, poucos estudos avaliam se o consumo de corantes durante o tratamento clareador pode pigmentar os dentes. Com relação à fluorescência, são reconhecidas as propriedades fluorescentes do esmalte, cemento e dentina. Já foi observado em trabalhos prévios redução na luminescência do esmalte e dentina quando clareados com peróxido de hidrogênio a 13% e 16%, submetidos à espectoscopia Raman e sugerem mais estudos para se compreender como e porque mudanças na fluorescência podem resultar do tratamento clareador. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a alteração de cor, fluorescência e capacidade de manchamento de dentes humanos submetidos ao tratamento clareador caseiro.
METODOLOGIA:
O presente estudo foi previamente aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Norte do Paraná (CEP 0050/10). Foram utilizados 20 molares humanos extraídos por razões ortodônticas, cujas faces vestibulares foram clareadas (com peróxido de hidrogênio a 7,5% ou peróxido de carbamida a 16%, durante 14 horas) e as faces palatinas foram mantidas como controle. Após o clareamento, os dentes foram submetidos a oito ciclos de manchamento em saliva artificial, clorexidina a 2%, refrigerante, vinho tinto, café e chá preto, permanecendo imersos por 2 minutos em cada solução. A análise de cor dos dentes foi realizada com uma escala (Vita), em ordem crescente de valor, e a fluorescência foi analisada através de fotografias sob iluminação ultravioleta, ambas conduzidas antes e após o clareamento e depois dos ciclos de manchamento. Os escores foram submetidos aos testes de Wilcoxon e Mann-Whitney (α=0,05).
RESULTADOS:
Todos os dentes tornaram-se mais claros após o clareamento caseiro (p<0,05) e mais escuros após os ciclos de manchamento (p<0,005). Esses resultados estão de acordo com os dados observados por Adeyemi et al. (2006) e Götz et al. (2007). Os dentes clareados não se mostraram mais susceptíveis ao manchamento (p=0,461). A fluorescência não foi alterada visualmente após o clareamento, mas foi reduzida após o contato com as soluções.
CONCLUSÃO:
Conclui-se que o clareamento caseiro não interferiu na capacidade de manchamento nem na fluorescência dos dentes.
Palavras-chave: Clareamento de dente, Esmalte dentário, Peróxido de hidrogênio.