63ª Reunião Anual da SBPC |
D. Ciências da Saúde - 8. Fisioterapia e Terapia Ocupacional - 1. Fisioterapia e Terapia Ocupacional |
CAPACIDADE FUNCIONAL DE EXERCÍCIO INTERAGE NO DESEMPENHO DE EQUILÍBRIO DE IDOSOS FISICAMENTE INDEPENDENTES |
Marcio Rogério de Oliveira 1 André Wilson de Oliveira Gil 1 Daniela Hayashi 2 Cristiane Golias Gonçalves 2 Vanessa Suziane Probst 2 Rubens Alexandre da Silva 3 |
1. Graduação em Fisioterapia, Centro de Pesquisa em Ciências da Saúde – UNOPAR 2. Programa de Mestrado em Ciências da Reabilitação – UNOPAR 3. Prof. Dr. / Orientador – Programa Mestrado em Ciências da Reabilitação – UNOPAR |
INTRODUÇÃO: |
As projeções científicas prevêem que em 2025 existirão 1,2 bilhões de pessoas com mais de 60 anos, sendo que os idosos (acima de 80 anos) constituem o grupo etário de maior crescimento. No entanto o aumento na expectativa da idade, não é acompanhado em melhora na qualidade de vida. A inatividade física no processo de envelhecimento é um fator importante que contribui para o aumento do número de idosos com doenças crônicas e incapacitantes. Um dos motivos que levam os idosos a determinadas incapacidades são as quedas devido os déficits de equilíbrio e outros fatores complementares que comprometem seu sistema neuromuscular e suas capacidades funcionais. O presente estudo focaliza na discriminação da capacidade funcional do exercício (CFE) verificada por meio do teste de caminhada de 6 minutos (TC6min) e do equilíbrio quantificado por meio de uma Plataforma de força em idosos de ambos os sexos, elegidos conforme a independência física e sedentarismo. Portanto, o principal objetivo deste estudo foi verificar se a capacidade funcional de exercício pode influenciar no desempenho de equilíbrio em idosos fisicamente independentes. A hipótese é que idosos com boa capacidade funcional de exercício detêm melhor equilíbrio postural do que aqueles com baixa capacidade funcional do exercício. |
METODOLOGIA: |
Quarenta e um idosos voluntários participaram deste estudo, homens (n = 18) e mulheres (n = 23). Subdivididos em dois grupos: (G1) Grupo com boa CFE, 20 idosos (idade: 6702 anos; massa: 6502 kg; altura: 1.583 m; IMC:25±6 kg/m2 ) que realizaram o TC6min e obtiveram valores acima de 80% do predito e (G2) Grupo com CFE ruim, 21 idosos (idade: 697 anos; massa: 675 kg; altura:1.635 m; IMC:25±3 kg/m2) que realizaram o TC6min e obtiveram valores abaixo de 80% do valor predito. O TC6min consistia em caminhar a maior distância no período de 6 minutos, na qual a distância percorrida determinava seu desempenho. Posteriormente ao TC6min, os dois grupos realizaram o teste de equilíbrio unipodal com a perna de preferência sobre uma plataforma de força (BIOMEC 400, EMG System do Brasil, SP Ltd.) durante 30 segundos e com os olhos abertos e orientados para um alvo. A média de três tentativas sobre a plataforma foi utilizada para calcular os principais parâmetros de oscilação postural associado às medidas do centro de pressão (COP) dos pés. O test t foi utilizado para comparar as diferenças entre os grupos para ambas medidas: TC6min e equilíbrio. O estudo faz parte de um projeto de pesquisa e foi previamente aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da Universidade Norte do Paraná (UNOPAR). |
RESULTADOS: |
Os dois grupos (G1 e G2) eram homogêneos quanto às características físicas de idade, peso, altura, Índice de Massa Corporal (IMC), com nenhuma diferença significativa entre eles (p>0.05). Diferenças significativas (p<0.05) foram encontradas para todos os parâmetros de oscilação postural, com exceção da freqüência média de oscilação do COP no plano M/L. O grupo G2, com baixa CFE (<80%) apresentou maior instabilidade postural comparado ao grupo G1. Esses resultados sugerem que a capacidade funcional de exercício pode interagir no resultado do equilíbrio e interferir de maneira negativa quando os idosos possuem valores de CFE abaixo do esperado. Também, os resultados encontrados no presente estudo corroboram com outros trabalhos da literatura. Conforme o estudo de Baczkowicz et al. (2008), existe uma relação significativa entre o equilíbrio postural e o TC6min. As evidências cientificas sugerem que a prescrição do exercício para a prevenção e tratamento do déficit de equilíbrio devem incluir a promoção de um estilo de vida fisicamente ativo e exercícios específicos visando a capacidade aeróbia, força e equilíbrio. A manutenção destes componentes contribui para melhorar a mobilidade e estabilidade postural, bem como reduzir os riscos de quedas da população idosa. |
CONCLUSÃO: |
O teste de caminhada de 6 minutos pode discriminar a capacidade funcional de exercício entre idosos e ainda indicar aqueles que apresentariam um déficit de equilíbrio. Os resultados do presente estudo têm implicações para implantação de programas de prevenção e intervenção das capacidades funcionais de idosos. |
Palavras-chave: Envelhecimento, Equilíbrio, Capacidade Funcional. |