63ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 8. Fisioterapia e Terapia Ocupacional - 1. Fisioterapia e Terapia Ocupacional
RELAÇÃO ENTRE O USO DE INIBIDORES DA ENZIMA CONVERSORA DE ANGIOTENSINA E BLOQUEADORES DE ANGIOTENSINA II SOBRE A CAPACIDADE FUNCIONAL DE EXERCÍCIO EM PACIENTES IDOSOS
Bruna Muza Nogari 1
Josiane Marques Felcar Piaie de Oliveira 2
Vinícius Arantes Coelho 3
Vanessa Suziane Probst 3
Karen Barros Parron Fernandes 4
1. Graduação em Farmácia, Centro de Pesquisa em Ciências da Saúde – UNOPAR
2. Centro de Pesquisa em Ciências da Saúde – UNOPAR
3. Programa de Mestrado em Ciências da Reabilitação – UNOPAR
4. Profa. Dra./ Orientadora - Programa Mestrado em Ciências da Reabilitação - UNOPAR
INTRODUÇÃO:
O advento do envelhecimento populacional em todo o mundo acarreta um aumento da morbidade por doenças crônicas não transmissíveis (HOLMAN, 2004). Há relatos que o uso contínuo de Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina (IECA) previne o declínio na capacidade funcional em pacientes idosos portadores de Insuficiência Cardíaca Congestiva (GAMBASSI et al., 2000). Há relatos que este efeito terapêutico está relacionado à inibição do sistema renina-angiotensina, o qual previne o remodelamento ventricular, modula o consumo de oxigênio pelo miocárdio e promove vasodilatação periférica (PARMLEY, 1998). Considerando que estes agentes farmacológicos são utilizados na base do tratamento da hipertensão arterial, este estudo piloto objetivou avaliar se existe relação entre o bloqueio da angiontensina II e a capacidade funcional de exercício em idosos fisicamente independentes.
METODOLOGIA:
O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNOPAR. Participaram do estudo, pacientes idosos integrantes do projeto EELO (Estudo sobre Envelhecimento e Longevidade), os quais foram subdivididos em três grupos: I) Pacientes que utilizavam os IECA (grupo IECA); II) Pacientes que utilizavam os Antagonistas do receptor de Angiotensina II (Grupo Antag. AII); III) Pacientes idosos que não utilizam medicação crônica (Grupo Controle). Foram levantados dados sobre as co-morbidades e consumo de medicamentos através de questionários estruturados. A capacidade funcional de exercício foi medida por meio do teste de caminhada de 6 minutos (TC6min), sendo analisadas a distância percorrida e a porcentagem do valor predito (TROOSTERS et al., 1999).
RESULTADOS:
Foi observada maior distância percorrida entre os pacientes do grupo IECA (Média: 526,10 ± 9,62, n= 69) e grupo Antag. AII (Média: 521,00 ± 17,74, n= 21) em relação aos pacientes do grupo controle (Média: 476 ± 12,29, n=79), através da análise de variância (F= 5,59, p <0, 01). Além disso, os pacientes do grupo IECA (Média: 94,61 ± 1,66, n= 69) e grupo Antag AII (Média: 98,48 ± 2,51, n= 21) apresentaram maior porcentagem do valor predito em relação ao grupo controle (Média: 82,49 ± 1,73, n= 79), através da análise de variância (F= 17,90, p<0,001). Dados similares foram observados por Onder et al. (2002). Foi também evidenciada associação entre o uso de IECA e aumento de massa muscular em idosos (DI BARI et al., 2000). Contudo, não se observou associação entre a dose administrada ou tempo de tratamento no grupo IECA ou grupo Antag AII com a distância percorrida no teste da caminhada ou a porcentagem do valor predito (Correlação de Pearson, p> 0,05).
CONCLUSÃO:
A partir dos resultados deste estudo, pode-se concluir que idosos que utilizam Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina ou Antagonistas do receptor de Angiotensina II apresentam melhor capacidade funcional em relação aos controles. Pode-se sugerir que os idosos que utilizam esta medicação poderiam apresentar menor declínio de capacidade física relacionada ao processo de envelhecimento.
Palavras-chave: Idoso, Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina, Capacidade de exercício.