63ª Reunião Anual da SBPC |
G. Ciências Humanas - 6. Ciência Política - 1. Comportamento Político |
Juventude e participação eleitoral no Estado de Goiás |
Milka de Oliveira Rezende 1 Heloísa Dias Bezerra 2 |
1. Graduanda - Depto de Ciências Sociais - UFG 2. Profa. Dra/ Orientadora - Depto de Ciências Sociais - UFG |
INTRODUÇÃO: |
Este trabalho objetivou mapear o comportamento político-eleitoral de jovens goianos. São discutidas a função social da juventude, sua relação com a política institucional, vias alternativas de participação e socialização políticas e os possíveis motivadores do alheamento eleitoral (votos nulos, brancos e abstenções). Aportada neste aparato teórico, abordo a relação da juventude goiana na faixa etária de dezesseis a vinte anos com alguns mecanismos institucionais de participação política – alistamento eleitoral e voto. |
METODOLOGIA: |
Objetivamos com esta pesquisa mapear o comportamento político-eleitoral de jovens goianos nas idades de 16 e 17 anos, período de alistamento e voto facultativos, bem como de 18 a 20 anos, anos iniciais da obrigatoriedade do voto. Analisamos as taxas de abstenção e a variação no número de alistados a partir de dados eleitorais levantados junto ao Tribunal Regional Eleitoral, TRE-GO e no site do Tribunal Superior Eleitoral – TSE. O estudo enfocou as eleições nacionais e municipais compreendidas entre 2000 e 2008 e as unidades de análise são as mesorregiões de Goiás. |
RESULTADOS: |
A análise levou à construção de um perfil em grande medida similar em todas as mesorregiões nas idades estudadas. Aos 16 anos, observou-se uma instabilidade no comportamento eleitoral, caracterizada por grande participação nos anos de eleições municipais (expressa no grande número de alistamentos e nos baixos índices de abstenção) e baixa participação nos anos de eleições nacionais. Aos 17 anos, foi notável uma estabilidade maior que na idade anterior no que tange à evolução do eleitorado. Tanto os movimentos de redução quanto de crescimento no número de eleitores a cada ano eleitoral eram menores que aos 16. Quanto às abstenções, a variação foi parecida, sendo que em grande parte dos anos estudados, as taxas de abstenção nesta idade foram maiores que aos 16. Na faixa etária de 18 a 20 anos, o registro eleitoral, caracterizado pela obrigatoriedade, foi superior às outras idades e estável ao longo do período em grande parte das mesorregiões estudadas. Porém, as abstenções deste grupo etário foram maiores em todo o período. A comparação entre cidades muito e pouco populosas em cada mesorregião mostrou que a participação eleitoral em cidades com menor número de habitantes é consideravelmente maior. Nestas, o crescimento do eleitorado em anos de eleições municipais foi mais alto e os índices de abstenção nestes anos foi menor que nas cidades mais populosas. Já nos anos de eleições nacionais, não houve significativa diferenciação entre elas. |
CONCLUSÃO: |
A análise comparativa estruturada nos aspectos abstensionismo e crescimento do eleitorado evidencia que a participação eleitoral é maior nas idades em que o voto é facultativo, posto que estas, protagonizam menores índices de abstenção e crescimento mais significativo no contingente de eleitores. Tem-se clara a percepção da diferença comportamental entre o eleitorado das arenas municipais e da nacional. Elencar as razões que fazem das eleições municipais mais expressivas que as demais disputas carece, indiscutivelmente, de exames mais profundos com contornos essencialmente qualitativos. |
Palavras-chave: Juventude, Participação eleitoral, abstenção. |