63ª Reunião Anual da SBPC |
F. Ciências Sociais Aplicadas - 10. Comunicação - 3. Comunicação Visual |
HISTÓRIA DA IMAGEM NA IMPRENSA ALAGOANA: ESTUDO DA FOTOGRAFIA NO JORNAL GAZETA DE ALAGOAS DE 1954 A 1964 |
Elaine Maria Gonzaga Santos 1 Antônio Francisco Ribeiro de Freitas 2 |
1. Curso de Comunicação Social, Universidade Federal de Alagoas – UFAL 2. Prof. Dr. /Orientador - Curso de Comunicação Social - UFAL |
INTRODUÇÃO: |
O estudo da imagem em quase todas as formas é relevante, pois se a comunicação é um objeto do estudo relativamente novo no desenvolvimento da humanidade, a imagem muito carece de teoria. A fotografia, justamente por ter popularizado a imagem no cotidiano das pessoas, precisa ser amplamente pesquisada, para que seja possível entender seus conceitos, formas e consequências. Além disso, é necessário compreender como ela afetou a relação dos sujeitos na imagem. Pois, em pouco mais de 150 anos passamos das raras fotografias, feitas com daguerreótipo e as carte de visit, para um bombardeio de imagens produzidas instantaneamente, provocando uma cultura da desmemoria. Dessa forma, o papel dos pesquisadores amantes da fotografia é justamente estudá-la nos mais diferentes aspectos. Essa temática em Alagoas é praticamente inexistente, e quando voltamos para fotografia na imprensa, esse estudo é inédito. As imagens necessitam de pessoas que se debrucem sobre histórias e contextos, para que isso não se perca ainda mais no tempo. Resumidamente, esta pesquisa visa resgatar a história da fotografia, notadamente estimular outras investigações sobre o fotojornalismo em Alagoas e realçar a importância da imagem na mídia impressa de forma geral. |
METODOLOGIA: |
O Trabalho de campo da pesquisa ocorreu prioritariamente no Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas (IHGAL). Por meio de uma câmara digital, marco do fotojornalismo atual, foi possível captar imagens dos anos de 1955 e 1959, os períodos em que na divisão da pesquisa com o companheiro Raul Spinassé, fiquei responsável. É importante lembrar que os períodos não catalogados por nós, isso porque não puderam ser manuseados, estão em processo de decomposição. Sendo assim, entre esses jornais tirei aproximadamente 140 imagens, levando em consideração sua importância para pesquisa e elementos que contribuíssem para análise, uma vez que, muitas das imagens estão danificadas devido o estado dos jornais, As imagens arquivadas no computador foram enumeradas conforme a data e quantidade de imagens sobre o mesmo fato, uma vez que tirei foto da capa dos jornais e das fotos isoladamente para facilitação do estudo e para que se possa mostrar como era realizada a disposição das fotografias no periódico. Além disso, no texto em que se encontra as análises dos corpus, encontra-se a data e quantidade de fotos tiradas também. |
RESULTADOS: |
No período de 1954 a 1956 estava no poder governamental alagoano, o Dr. Arnon Afonso de Farias Mello, com a empresa Gazeta de Alagoas pertencendo à família Collor de Mello desde 1952. Evidenciando assim, o fato de no jornal possuir bastantes matérias e imagens voltados para sua gestão. Nesse período é comum encontrar fotos de rostos de autoridades e personalidades, e poucas fotos ilustrando o jornal, como no período de 1955. As imagens eram tiradas em câmeras analógicas, que já possuíam objetivas que proporcionava aos fotógrafos irem mais longe à busca por imagens de acontecimentos importantes. Carregando equipamento fotográfico de pequeno formato e lentes claras, fotojornalistas como Roberto Stuckert, Laercio Luiz, Pedro Farias e Pereira, se destacaram nos períodos de 1955 e 1959 da Gazeta de Alagoas. Nesse período é comum ver nas fotografias, as sombras dos objetos e das pessoas, marcando assim o uso frequente de flash nas imagens, que teve seu surgimento em 1929, conhecido por flash de lâmpada. Muitas vezes as imagens também eram veiculadas em formato de mosaico, o que caracterizava a saída da foto única para a entrada do fotoensaio, marcando as inovações técnicas que determinariam novas formas de utilização da fotografia na imprensa. |
CONCLUSÃO: |
A análise realizada desses jornais mostra como o fotojornalismo se inicia em Alagoas e quais recursos foram utilizados para sua inserção e desenvolvimento. A forma como a fotografia era tirada, como era disposta no jornal, bem como o texto do jornal era escrito revelava não só a cultura, o momento histórico e o que tinha no discurso, mas como a fotografia estava inserida na sociedade. Apesar dos fotojornalistas serem pouco comentados no jornal, uma deficiência gerada pelo surgimento do fotojornalismo, foi possível encontrar alguns fotográficos e registrá-los na pesquisa, o que nos leva a vários caminhos de pesquisa e estudos com relação ao próprio registro desses fotógrafos, bem como sobre a evolução da profissão daquele período para hoje. |
Palavras-chave: Fotojornalismo alagoano, Fotografia, Gazeta de Alagoas. |