63ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 13. Parasitologia - 4. Parasitologia Geral
Encontro de larvas de Rhabditis sp. em alfaces (Lactuca sativa) comercializadas em Anápolis-GO
Paula Daiane de Carvalho 1
Thais Laura Queiroz 1
Shayene Carvalho da Silveira 1
Daniella Silva Prado Branquinho 2
Dulcinea Maria Barbosa Campos 3
Tiago Branquinho Oliveira 4
1. Depto.de Farmácia, Centro Universitário de Anápolis - UniEvangélica
2. Profa. Co-orientadora - Depto.de Farmácia , Faculdade Anhanguera de Anápolis - FAA
3. Profa. Dra. Co-orientadora - Depto.de Farmácia - UniEvangélica
4. Prof. M.Sc./Orientador - Depto.de Farmácia - UniEvangélica
INTRODUÇÃO:
O consumo de vegetais in natura é recomendado como alimentação saudável em razão de seu considerável percentual de vitaminas, sais minerais e fibras alimentares, tendo destaque as hortaliças folhosas, favorecendo o seu consumo pela população brasileira. Freqüentemente as verduras são adubadas com dejetos orgânicos ou irrigadas com águas contaminadas com matéria fecal. Soma-se a este fato o hábito alimentar de consumir hortaliças in natura, possibilitando a exposição de uma grande parcela da população às formas de transmissão de parasitos. A análise parasitológica de hortaliças tem como objetivo identificar parasitos intestinais do homem, através da pesquisa das diferentes formas parasitárias que são eliminadas nas fezes, sendo de grande importância para a saúde pública. Este trabalho teve como objetivo a pesquisa de parasitos em alfaces hidropônicas e convencionais comercializadas na cidade de Anápolis-GO.
METODOLOGIA:
Para este estudo foram utilizadas 15 amostras de alfaces (Lactuca sativa), sendo 10 obtidas de cultivo hidropônico e 05 convencionais, coletadas em sacolões e supermercados da cidade de Anápolis-GO, no período de julho a setembro de 2010. Todas as amostras foram adquiridas por meio de compra e acondicionadas em sacos plásticos limpos fornecidos pelo próprio comércio. Foram encaminhadas ao Laboratório de Análises Clínicas da UniEVANGÉLICA. No processamento das amostras foram empregados os métodos de sedimentação espontânea (MSE) e Faust et al. (1939). Para cada amostra foram adicionados 600 mL de água destilada para a realização da lavagem da mesma. A água proveniente da lavagem foi filtrada em tamiz e gaze dobrada em 04 partes em 2 cálices cônicos, sendo um para o MSE e o outro para o Método de Faust. MSE: decorridas 24 h da sedimentação, uma alíquota do sedimento retirado com o auxílio de uma pipeta foi transferido para uma lâmina de vidro. Faust: Do cálice de vidro, foram realizadas 03 centrifugações a 1500 rpm durante 1 minuto cada operação, desprezando-se em seguida cada sobrenadante obtido. A última centrifugação acrescentou-se uma solução de ZnSO4 a 33%, densidade 1.180 g/mL. Uma gota, da película formada na superfície do último sobrenadante, foi retirada com o auxílio de uma alça de platina transferindo-a à uma lâmina de vidro. As lâminas foram coradas com solução de lugol para a observação ao microscópio.
RESULTADOS:
Através deste trabalho observou-se, através do MSE, a presença de larvas nematóides de vida livre do gênero Rhabditis em 05 (100%) das amostras de alface hidropônica, e em 02 (20%) das amostras de alface convencional. Rocha et al. (2008), Belinelo et al. (2009), Silvestre et al. (2009), Cavalcante et al. (2010) e vários outros autores relatam o encontro de larvas do gênero Strongyloides em amostras de alface. A larva rabditóide de nematoides do gênero Strongyloides apresenta uma morfologia semelhante a Rhabditis e esse fato pode gerar erro na identificação entre eles. Os adultos de vida livre, bem como a larva rabditóide de ambas as espécies apresentam o esôfago nitidamente dividido em corpo, istmo e bulbo. No diagnóstico diferencial, considera-se um vestíbulo bucal longo e um pseudobulbo no esôfago de Rhabditis. Rhabditis é um verme de vida livre encontrado em matéria orgânica em decomposição, no solo, água parada e frutas em decomposição, contudo eventualmente pode tornar-se parasito (Campos et al., 2002). Strongyloides é um parasito intestinal humano que pode causar infecções assintomáticas ou desencadear quadros de infecção disseminada na dependência da resposta imune do hospedeiro. Estudos desta natureza são realizados na perspectiva do encontro ovos, larvas e cistos de parasitos presentes em fezes humanas. Fezes, que podem depositadas diretamente no solo, contaminando o ambiente e vegetais utilizados como alimento.
CONCLUSÃO:
O encontro de Rhabditis não é comum, provavelmente por questões relacionadas ao diagnóstico morfológico. A falta de critérios no diagnóstico parasitológico pode levar a falsos resultados, tanto no exame parasitológico de fezes, como em hortaliças e outros vegetais utilizados consumidos in natura. Fica evidente a necessidade de higienização adequada de hortaliças utilizadas para o consumo humano.
Palavras-chave: Enteroparasitoses, Alface, Parasitos.