63ª Reunião Anual da SBPC

D. Ciências da Saúde - 5. Farmácia - 5. Farmacognosia

PROSPECCÃO FITOQUÍMICA, DOSAGEM DE FENOIS, TANINOS E FLAVONÓIDES TOTAIS DE Erythroxylum tortuosum Martius

Ludmylla Araújo Arruda 1 Franciolly Roberto Pires 1 Daniella Silva Prado Branquinho 2 Giuliana Muniz Vila Verde 3 José Realino de Paula 4 Tiago Branquinho Oliveira 5

1. Depto.de Farmácia, Centro Universitário de Anápolis - UniEvangélica 2. Profa. Co-orientadora - Depto.de Farmácia , Faculdade Anhanguera de Anápolis - FAA 3. Profa. M.Sc. Co-orientadora - Depto.de Farmácia - UniEvangélica 4. Prof. Dr. Co-Orientador - Laboratório de Pesquisa em Produtos Naturais, Universidade Federal de Goiás - UFG 5. Prof. M.Sc./Orientador - Depto.de Farmácia - UniEvangélica

INTRODUÇÃO:

Nos últimos anos o tratamento com medicamentos à base de plantas medicinais tem aumentado e é fundamental que a comunidade médica e outros profissionais da saúde atentem para esse potencial. Em Goiás, devido a fatores culturais e também ao reduzido poder aquisitivo de grande parte da população, é comum o uso de plantas medicinais, muitas vezes sem os devidos conhecimentos quanto à “prescrição” e/ou qualidade. O Cerrado é um bioma ainda pouco estudado do ponto de vista fitoquímico, logo, há a necessidade de descobrir novas moléculas bioativas e seu potencial econômico. Erythroxylum é um dos gêneros mais comuns dos cerrados brasileiros, com diversas espécies, como E. tortuosum Martius, cuja pesquisa é muito importante para a área farmacêutica, já que há poucos estudos relacionados aos seus efeitos. Conforme a literatura as espécies do gênero Erythroxylum mostram uma grande variedade de atividades farmacológicas, como: adstringente, antiviral, anti-infeccioso, anestésico, analgésico, antiinflamatório, entre outros. Muitos desses estudos foram atribuídos aos flavonóides e alcalóides presentes. O estudo tem como objetivo realizar o perfil fitoquímico, testes de pureza e doseamento dos metabólitos secundários existentes nas folhas de E. tortuosum Martius.

METODOLOGIA:

Amostras de folhas da E. tortuosum Martius foram coletadas em regiões de Cerrado no espaço peri-urbano próximo a cidade de Goiânia-GO. A identificação do material botânico foi realizada pelo Dr. Heleno Ferreira Dias ICB/UFG. O perfil fitoquímico foi realizado através da análise qualitativa das principais classes de metabólitos secundários (heterosídeos antraquinônicos, esteróides e triterpenóides, flavonóides, heterosídeos saponínicos, taninos e compostos fenólicos, alcalóides, e cumarinas), nas amostras pulverizadas e dessecadas a 40°C utilizando-se as metodologias descritas por Costa (2001), Matos (1988) e Matos e Matos (1989). Os testes de pureza, para determinação do teor de umidade, cinzas totais e cinzas insolúveis em ácido clorídrico (HCl), foram realizados em triplicata, segundo as metodologias da Farmacopéia Brasileira IV (1998). O doseamento de fenóis e taninos totais foi realizado utilizando os métodos colorimétricos de Hagerman e Butler (MOLE; WATERMAN, 1987), enquanto que o doseamento de flavonóides totais foi realizado utilizado o método espectrofotométrico descrito por Rolim et al. (2005) modificado.

RESULTADOS:

No perfil fitoquímico das folhas de E. tortuosum Martius, verificou-se a presença de taninos, flavonóides, triterpenóides, saponinas e cumarinas. Estes resultados corroboraram com os encontrados por Alemão et al. (2004) que identificaram taninos (adstringentes e fungicidas) em Erythroxylum confusum Britt, Erythroxylum minutifolium var. minutifolium Griseb. e Erythroxylum Alaternifolium, também identificaram flavonóides (antiinflamatórios) em folhas de E. confusum Britt, e E. minutifolium var. minutifolium Griseb. , e detectaram cumarinas e saponinas (detergentes) nas folhas de E. confusum Britt, E. minutifolium var. minutifolium Griseb. e E. alaternifolium; Catarino (2009) encontrou triterpenóides em E. deciduum. Os resultados dos testes de pureza, para determinação do teor de umidade, cinzas totais e cinzas insolúveis em ácido clorídrico (HCl) das folhas foram respectivamente 7,7807 mg ± 0,01805, 9,58 mg ± 0,1411, e 0,0572 mg ± 0,00530. Conforme resultados da prospecção fitoquímica com positividade para fenóis, taninos e flavonóides totais foram realizados doseamentos dos mesmos e de acordo com as análises realizadas, obteve-se valores de 100 mg de fenóis totais/g da amostra, 84 mg de taninos totais/g da amostra e 0,64 mg de flavonóides totais/g da amostra.

CONCLUSÃO:

A análise fitoquímica indicou os principais metabólitos secundários presentes nas folhas de E. tortuosum Mart., sendo eles, taninos, flavonóides, triterpenóides, saponinas e cumarinas. Essas substâncias encontradas fazem com que a planta em questão possa ser empregada em diversas atividades terapêuticas, a partir destes resultados foi despertado o interesse em isolar as substâncias a fim de avaliar efeitos farmacológicos, toxicológicos, bem como realizar a determinação estrutural destas substâncias para a busca de substâncias ativas em trabalhos futuros. Portanto, a pesquisa do perfil químico da espécie se faz necessária no sentido de diferenciá-la das demais do gênero, bem como para nortear a pesquisa e desenvolvimento de novos fármacos e ratificar a importância do Cerrado para as pesquisas farmacêuticas.

Palavras-chave: E. tortuosum Martius, Doseamento, Perfil fitoquímico.