63ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 4. Geografia - 2. Geografia Regional
O SIG COMO FERRAMENTA PARA ANÁLISE AMBIENTAL DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO NA VILA DE PONTA GROSSA DOS FIDALGOS (CAMPOS DOS GOYTACAZES/RJ)
Vinícius Santos Lima 1
José Maria Ribeiro Miro 2
Ricardo Pacheco Terra 3
Victor dos Santos Souza 4
1. Bolsista de Extensão/IFF – Núcleo de Pesquisa em Gestão Ambiental (NPGA) – IFF-Campos
2. Prof./Orientador - Núcleo de Pesquisa em Gestão Ambiental (NPGA) – IFF-Campos
3. Prof. Ms. - Núcleo de Pesquisa em Gestão Ambiental (NPGA) – IFF-Campos
4. Graduando em Licenciatura em Geografia – IFF-Campos
INTRODUÇÃO:
A vila de pescadores de Ponta Grossa dos Fidalgos (PGF) localiza-se em Tocos, 17º distrito do município de Campos dos Goytacazes/RJ, estrutura-se em torno da Avenida João Cabral Melo, que se posiciona paralelamente a lagoa Feia (VALPASSOS, 2006, p,54), limitando-se pelas coordenadas UTM 258289m N / 7571790m E e 259111m N / 7571158m E, no fuso UTM 24K. Em sua extensão as marcas da ruralidade são notadas, sejam nas construções ou nas atividades econômicas ali desenvolvidas: a pesca, a monocultura da cana-de-açúcar, a pecuária extensiva, além de pequenos comércios desencadeados por uma delas. No seu entorno há fazendeiros que, para Corrêa (1995, p.16), estão incluídos na categoria de produtores do espaço, fazendo com que a vila tenha um limite fixo de uso da terra: as propriedades agrícolas a leste. Já a oeste o limite de PGF é condicionado pelos regimes de cheia e vazante da lagoa Feia, quando os quintais das residências são expandidos na estação seca. Objetivou-se neste artigo o uso de um Sistema de Informação Geográfica que auxilie a tomada de decisões no planejamento territorial, para que a comunidade tenha um instrumento técnico de gestão participativa do espaço, se credenciando para exercer melhor a democracia (SOUZA, 2006, p. 335).
METODOLOGIA:
Esta pesquisa se deu em duas etapas onde na primeira realizaram-se trabalhos de campo de caráter exploratório nos dias 14/08/2010, 29/12/2010 e 20/01/2011 visando identificar in locu as marcas do rural e do “urbano” e confirmar os limites e extensão dos diferentes usos e ocupação do solo na vila de PGF; tomadas de coordenadas UTM marcadas a partir de um GPS; georreferenciando os dados; além de realizar entrevistas semi-estruturadas com pescadores e suas famílias, para nos assegurarmos dos usos mais comuns da terra. A segunda etapa se deu no laboratório com a confecção de uma carta-imagem em escala de 1:2000 criada a partir do aplicativo de Sistema de Análise Geo-Ambiental (SAGA-UFRJ) segundo o método de Análise Ambiental em escala nominal, onde foram identificadas as variáveis qualitativas dos fenômenos espaciais observados no campo (XAVIER DA SILVA, 1992, p. 50).
RESULTADOS:
A análise espacial dos usos e ocupações do solo na vila de PGF se deu em escala de 1:2000. Nesta foram possíveis identificar, através de imagens provenientes de sensor orbital e investigações em campo, os limites entre o urbano e o rural. As atividades agropecuárias consomem 89% do território restando assim 11% para os usos destinados as moradias comércio e serviços. Entre os produtores do território da vila de Ponta Grossa dos Fidalgos destaca-se um que age de maneira mais intensa: os proprietários fundiários, que neste caso são os fazendeiros. Como todo o território da vila se estrutura em torno da Avenida João Cabral Melo, o crescimento urbano a leste é fortemente limitado pelas fazendas que estendem suas terras até o quintal dos moradores, em sua maioria pescadores, e a oeste pela lagoa Feia.
CONCLUSÃO:
A vila de Ponta Grossa dos Fidalgos é essencialmente rural, nela os usos e ocupação das suas terras se dão de maneira desigual à medida que os fazendeiros são os grandes consumidores daquele território em detrimento das pequenas áreas que restam para as modestas construções habitacionais da maior parte dos moradores (pescadores). Santos (2004, p,16), afirma que as primeiras informações históricas sobre planejamento do espaço estão ligadas a prática de pesca ou agricultura. Dessa forma, a vila de PGF enquanto periferia urbana habitada por uma população de 256 pescadores formalmente cadastrados e suas famílias carece de maior articulação com o centro de decisão em defesa de sua autonomia coletiva, fundada no planejamento colaborativo e no associativismo, superando os problemas técnicos, as desigualdades entre os diferentes atores e suas capacidades de intervenção espacial.
Palavras-chave: Ponta Grossa dos Fidalgos, Sistemas de Informações Geográficas, Planejamento do Território.