63ª Reunião Anual da SBPC |
C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 4. Fitogeografia |
FITOSSOCIOLOGIA DA VEGETAÇÃO ARBUSTIVO-ARBÓREA EM ÁREA DE CERRADO RUPESTRE NO MUNICÍPIO DE MINEIROS, GOIÁS |
Watson Rodrigues dos Santos 1,2 José Roberto Rodrigues Pinto 3 |
1. Graduado em Engenharia Florestal – Universidade de Brasília 2. Pós-Graduando em Perícia Ambiental - Unicespe 3. Prof. Dr./ Orientador - Depto de Engenharia Florestal - Universidade de Brasília |
INTRODUÇÃO: |
O Cerrado representa 22% do território nacional, sendo o segundo maior bioma brasileiro em área, com aproximadamente dois milhões de km2. Este bioma é formado por diferentes fitofisionomias, entre elas e a de maior extensão está o cerrado sentido restrito. O cerrado sentido restrito pode ocorrer tanto em solos profundos, como Latossolos, Cambissolos e Neossolos Quartzarênicos, como em ambientes rochosos (Neossolos Litólicos). Na região de domínio do Cerrado os ambientes rupestres representam cerca de 7% da sua extensão e ocorrem sob condições edáficas peculiares. Por serem consideradas como inóspitas para o avanço da agropecuária, essas áreas podem representar importantes refúgios para a conservação da flora e fauna nativa do bioma. Assim, o objetivo deste estudo foi inventariar a composição florística e a estrutura da vegetação arbustivo-arbórea em uma área de cerrado rupestre localizado no município de Mineiros, no estado de Goiás. |
METODOLOGIA: |
O estudo foi realizado no município de Mineiros, localizado no sudoeste goiano a cerca de 420 km de Goiânia – GO e 650 km de Brasília - DF. A precipitação média anual da região é de 1.600 mm, concentrada nos meses de outubro a maio. A região está situada na formação geológica Botucatu, sob derramamento de basalto. Os dados foram coletados em áreas de cerrado rupestre, amostrando 10 parcelas temporárias de 20 x 50 m cada, com cerca de 100 m de distância entre si, totalizando 1,0 hectare de parcelas disjuntas. Em cada parcela foi realizada a identificação botânica dos indivíduos que apresentaram diâmetro a 30 cm do solo - DAS ≥ 5 cm e mensurados o DAS e altura total. A partir desses dados foram calculados os parâmetros fitossociológicos convencionais para todas as espécies. Para avaliar a diversidade florística foi calculado o índice de diversidade de Shannon-Wiener e o índice de uniformidade de Pielou. Nas análises dos dados utilizaram-se os aplicativos Excel e Mata Nativa. |
RESULTADOS: |
Foram registradas 85 espécies distribuídas em 65 gêneros e 37 famílias, com incide de diversidade H´ = 3,45 nats./ind. e de equabilidade J’ = 0,78. A densidade total foi de 1.800 ind./ha e área basal 11,7940 m2/ha. As famílias com maior riqueza foram Fabaceae (16), seguidas por Vochysiaceae (8), Malpighiaceae (6), Melastomataceae e Rubiaceae com quatro espécies cada. Estas cinco famílias representam 13,5% do total das famílias amostradas e contribuem com 44% da riqueza florística da área. As quatorze espécies com maior valor de importância ordenada de forma decrescente são Salvertia convallariodora, Davilla elliptica, Miconia ferruginata, Qualea parviflora, Styrax ferrugineus, Byrsonima pachyphylla, Palicourea rigida, Vochysia elliptica, Curatella americana, Myrcia rostrata, Vochysia rufa, Espécie não identificada, Neea theifera e Kielmeyera coriacea. Estas espécies são responsáveis por 63% da densidade absoluta (1.134 indivíduos), 72% da área basal (8,53 m2/ha.) e 59% do IVI total. |
CONCLUSÃO: |
Os resultados indicaram que a riqueza observada foi alta, com 86 espécies. O índice de diversidade de Shannon-Wiener também foi alto (de 3,45 nats./ind), com elevada densidade (1.800 ind./ha.) e área basal (11,7940 m2/ha.). A diversidade florística registrada no presente trabalho está dentro dos valores observados em estudos realizados em cerrado rupestre no Distrito Federal e em Goiás, porém próximo ao limite superior. Provavelmente esses valores elevados de riqueza, densidade e área basal sejam reflexos dos solos mais férteis na área, em função de estar localizada numa região de derramamento de basalto. |
Palavras-chave: Cerrado rupestre, Estrutura da vegetação, Biodiversidade. |