63ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia
MECANISMOS REPRODUTIVOS DO PINHÃO MANSO Jatropha curcas L.
Jailson Gonçalves de Almeida Júnior 1
Arlete da Silva Bandeira 2
Eduardo Tigre do Nascimento 3
Raquel Pérez-Maluf 4
1. Laboratório de Biodiversidade do Semiárido – UESB, Vitória da Conquista/BA
2. Graduanda do Curso de Engenharia Agronômica, UESB, Vitória da Conquista/BA
3. Laboratório de Biodiversidade do Semiárido – UESB, Vitória da Conquista/BA
4. Profa. Dra./Orientadora – Depto. de Ciências Naturais - UESB
INTRODUÇÃO:
A cultura do pinhão manso (Jatropha curcas L.) tem sido indicada em regiões do semi-árido nordestino por ser uma cultura perene, com tolerância à seca e a solos com baixa produtividade, representando uma excelente opção para a agricultura familiar. A pesquisa agrícola necessita buscar a domesticação de novas espécies de plantas, aumentando a produção de óleo por hectare, a partir das técnicas de melhoramento dessas culturas. O conhecimento dos mecanismos reprodutivos e dos vetores de polinização é o passo inicial para o desenvolvimento de tecnologias que favoreçam a maior produção de uma cultura. Os visitantes florais em geral beneficiam as culturas visitadas, seja pela polinização, seja pelo aumento da proporção e da qualidade dos frutos. Em se tratando da cultura do pinhão manso os estudos são incipientes, o que motivou a realização do trabalho proposto. O objetivo do trabalho foi avaliar os mecanismos reprodutivos do pinhão manso e o papel do vento e dos visitantes florais na polinização e formação de frutos.
METODOLOGIA:
O trabalho foi realizado em uma plantação de pinhão mando no campo agrícola da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), campus de Vitória da Conquista – BA, situado em uma região do semi-árido. Para avaliar o mecanismo reprodutivo e polinização, foram realizados os seguintes tratamentos: anemofilia (inflorescências ensacadas com voil), xenogamia (polinização cruzada manual), geitonogamia 1 (polinização manual com pólen da mesma inflorescência) e geitonogamia 2 (polinização manual com pólen da mesma planta, mas de inflorescências diferentes), apomixia (flores femininas ensacadas com papel) além de um controle. Para cada tratamento foram usadas 20 inflorescências. Os frutos formados em cada tratamento foram contados. Em seguida, nove sementes dos frutos formados em cada tratamento foram escolhidas ao acaso e dispostas em caixas tipo gerbox cobertas por plástico filme, contendo vermiculita, com um total de 4 repetições de 36 sementes por tratamento, regadas com água destilada. Após o período de 15 dias as sementes que germinaram foram e os resultados foram avaliados a partir do percentual de formação de frutos e de germinação de sementes.
RESULTADOS:
Houve diferença significativa na formação de frutos nos diferentes tratamentos realizados, tendo a polinização pelo vento (anemofilia) menor percentual de frutificação (45,55%) e ausência de formação de frutos por apomixia. Para os demais tratamentos não houve diferença significativa na quantidade de frutos formados: controle (100%); xenogamia (95%); geitonogamia 1 (92,10%), geitonogamia 2 (89,47%), demonstrando que a cultura não apresenta auto-incompatibilidade. Os visitantes florais são os responsáveis por assegurar a transferência dos grãos de pólen entre as flores, sejam elas da mesma ou de outra inflorescência.
O teste de germinação apresentou as seguintes médias de germinação: controle (12%); xenogamia (33,75%); geitonogamia 1 (17%), geitonogamia 2 (15%), evidenciando uma diferença significativa entre as taxas de germinação das sementes dos frutos originados nos tratamentos em estudo, contrastando os tratamentos xenogamia, com maior taxa de germinação e geitonogamia 2 e controle, com menores taxas de germinação.
CONCLUSÃO:
Quanto ao sistema reprodutivo do pinhão manso, é possível concluir que suas inflorescências são autocompatíveis em relação aos grãos de pólen e que a geitonogamia ocorre naturalmente, assim como a xenogamia. Os testes de germinação das sementes por terem sidos realizados com um número pequeno de sementes não devem ser conclusivos, e novos experimentos serão realizados para confirmar os dados observados.
Palavras-chave: Pinhão manso, Produção, Sementes.