63ª Reunião Anual da SBPC |
D. Ciências da Saúde - 5. Farmácia - 4. Farmacotecnia |
CARACTERIZAÇÃO DO MESOCARPO DO BABAÇU (ORBIGNYA SP) E AVALIAÇÃO DE SUA VIABILIDADE COMO EXCIPIENTE NO DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE COMPRIMIDOS |
André Igor Oliveira Prado 1 Lívio César Cunha Nunes 1 |
1. Estudante de Farmácia - Bolsista PIBITI - UFPI 2. Prof. Dr./ Orientador - Depto. de Bioquímica e Farmacologia – UFPI |
INTRODUÇÃO: |
Os fármacos raras vezes são administrados isoladamente, eles fazem parte de uma formulação combinada com um ou mais agentes não medicinais com funções farmacotécnicas. Com o uso seletivo desses agentes não medicinais, denominados excipientes farmacêuticos, resultam formas farmacêuticas de vários tipos. O babaçu (Orbignya sp.) é usado a muito tempo pela população como um alimento e tem, hoje, a possibilidade de ser aproveitado também na área farmacêutica. A partir do seu processamento obtém-se a casca, o côco e o mesocarpo do babaçu, em forma de pó ou farinha. O estudo desenvolvido teve como objetivo verificar as propriedades reológicas do mesocarpo do babaçu e a viabilidade da utilização como excipiente na produção de comprimidos na indústria farmacêutica. |
METODOLOGIA: |
O pó do mesocarpo de babaçu utilizado na pesquisa foi fornecido pela Ativa Vida® a partir do qual obteve-se um granulado por via úmida. Submeteu-se o mesocarpo de babaçu, seu granulado e a celulose microcristalina 102 (padrão para comparação) a um estudo reológico e determinou-se a granulometria, ângulo de repouso, volume aparente, densidade bruta e de compactação, fator de Hausner, índice de compressibilidade e compactabilidade. Empregou-se processo de compressão aos granulados e foram produzidas duas formulações distintas de comprimidos de diclofenaco sódico 50mg: uma com celulose microcristalina 102 como excipiente e a outra com o pó do mesocarpo de babaçu. Realizou-se controle de qualidade onde avaliou-se características organolépticas, peso médio, friabilidade, dureza e desintegração dos dois lotes, utilizando as metodologias presentes na Farmacopéia Brasileira IV ed. Os comprimidos foram submetidos à análise de perfil de dissolução coletando-se alíquotas em 15, 30, 45 e 60 minutos de ensaio para quantificação por espectrofotometria UV (276nm). Para efeitos de comparação calculou-se a eficiência da dissolução e os resultados obtidos no controle de qualidade das duas formulações pelo do teste estatístico de Tukey. |
RESULTADOS: |
O granulado de mesocarpo de babaçu apresentou boas propriedades de fluxo e compressibilidade, caracterizado por valores de índice de compressibilidade situados entre 5 e 20; compactabilidade próximo de 05 mL, fator de Hausner inferiores a 1,25 e ângulos de repouso entre 30 e 35º. Os resultados dos ensaios de controle de qualidade para os comprimidos obtidos com babaçu e celulose (peso médio, dureza, friabilidade e desintegração) encontraram-se dentro dos parâmetros farmacopéicos e foram considerados comparáveis (eficiência de dissolução de 87,78% para os comprimidos com babaçu e de 81,22% para os comprimidos de celulose. |
CONCLUSÃO: |
A comparação entre os perfis de dissolução aponta que o farelo de mesocarpo de babaçu apresenta comportamento estatisticamente (teste de Tukey) igual à celulose microcristalina. Por isso o mesocarpo de babaçu se caracteriza como um excipiente farmacêutico em potencial, cuja matéria prima é regional e abundante. |
Palavras-chave: Babaçu, Excipiente, Comprimidos. |