64ª Reunião Anual da SBPC

D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 4. Saúde Pública

SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA: DESAFIO A SER VENCIDO PELOS TABAGISTAS EM TRATAMENTO

Nelson Bruno de Almeida Cunha 1 Marina Oliveira Honorato 1 Sabrina de Mendonça Aires 1 José Fábio Alves da Silva 1 Ransmully Mendonça Alves 1 Clésia Oliveira Pachú 1

1. Depto.de Farmácia, Universidade Estadual da Paraíba - UEPB 2. Depto.de Farmácia, Universidade Estadual da Paraíba - UEPB 3. Depto.de Farmácia, Universidade Estadual da Paraíba - UEPB 4. Depto.de Farmácia, Universidade Estadual da Paraíba - UEPB 5. Depto.de Farmácia, Universidade Estadual da Paraíba - UEPB 6. Profa. Dra./Orientadora - Depto.de Farmácia - UEPB

INTRODUÇÃO:

O controle da epidemia do tabagismo é considerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como um dos maiores desafios da saúde pública. As doenças relacionadas ao tabaco são eventualmente conhecidas e se manifestam principalmente através de problemas cardiovasculares em geral, inúmeros tipos de câncer e doenças respiratórias obstrutivas crônicas. Sabe-se que a redução do tabagismo contribui para a diminuição da morbidade e da mortalidade, e nesse sentido a busca por parte dos tabagistas aos grupos de tratamento tem sido freqüentes. A síndrome de abstinência à nicotina pode ser um sinal característico de dependência e se trata de uma série de sintomas oriundos da ausência da demanda de substâncias psicoativas no organismo. Sendo assim, o conhecimento dos sintomas da síndrome de abstinência aliados as estratégias adotadas pela equipe do grupo de tratamento pode ser decisivo para fornecer suporte para cessação do hábito tabágico e auxílio para evitar a recaída. Diante disso este trabalho objetiva evidenciar os principais sintomas da síndrome de abstinência apresentado por tabagistas de um Grupo de Tratamento na cidade de Campina Grande/PB.

METODOLOGIA:

Trata-se de uma pesquisa qualitativa exploratória realizada durante o acompanhamento a 49 sujeitos, com faixa etária acima de 18 anos e de ambos os sexos, atendidos no programa para tratamento de tabagistas do Hospital Universitário Alcides Carneiro na cidade de Campina Grande/PB, durante o segundo semestre de 2011. Inicialmente, os pacientes eram orientados quanto aos malefícios do cigarro e os benefícios que há em parar de fumar, através de palestras proferidas pela equipe multidisciplinar de saúde. Em seguida, realizou-se a abordagem cognitiva comportamental e medicamentosa, com o antidepressivo Bupropiona. Em momentos posteriores foram realizadas entrevistas, durante retorno as reuniões quinzenais, sendo questionado acerca da evolução ao tratamento quanto ao desafio de vencer os sintomas da síndrome de abstinência. Neste sentido, eram revisados os históricos dos tabagistas e realçado os fatores que os motivavam a largar o cigarro.

RESULTADOS:

Durante os primeiros quinze dias de tratamento, observou que, dos 49 pacientes, os sintomas mais freqüentes da síndrome de abstinência apresentado pelos pacientes do programa foram insônia (40,82%), ansiedade (30,61%), fome excessiva (20,41%), seguido de dificuldade de concentração (14,29%), depressão (12,24%) e irritabilidade (12,24%). Com 30 dias de tratamento pôde-se observar uma redução destes índices, na maioria dos sintomas referentes à síndrome de abstinência, de tal forma que 26,53% apresentavam insônia, 20,41% ansiedade, 24,49% fome excessiva, 8,16% dificuldade de concentração, 2,04% depressão e 14,29% irritabilidade. O acompanhamento profissional e a utilização de medicamentos são importantes nesta fase no intuito de minimizar a dificuldade causada pela síndrome de abstinência, em virtude da pouca aceitação aos sintomas dificulta a abstenção ao tabaco. A abordagem da equipe de saúde se torna mais efetiva no momento da observação do perfil e orientação dos pacientes na superação dos sintomas da síndrome de abstinência modificando o estilo de vida destes.

CONCLUSÃO:

A discussão dos potenciais fatores que dificultam o processo de abandono do tabagismo é essencial nas pautas das reuniões de grupos de tratamento de tabagistas. O monitoramente constante das taxas de redução dos sintomas da síndrome de abstinência pode sugerir uma boa expectativa quanto ao sucesso da abstenção ao cigarro, no entanto, faz-se necessário prosseguir fortalecendo as estratégias para redução e abandono dos cigarros.

Palavras-chave: Tabaco, Síndrome de Abstinência, Tratamento.