64ª Reunião Anual da SBPC |
C. Ciências Biológicas - 6. Farmacologia - 3. Toxicologia |
ANÁLISE DOS PARÂMETROS BIOQUÍMICOS DO EXTRATO ETANÓLICO BRUTO DE Diocleia grandiflora NO TRATAMENTO PRÉ-CLÍNICO CRÔNICO. |
Josué do Amaral Ramalho 2,3,4 Andressa Brito Lira 2,4 Margareth de Fátima Formiga Melo Diniz 1,2,3,4 Isac Almeida de Medeiros 1,2,3,4 |
1. Prof.(s) Dr. (s)/Orientador(s) 2. Centro de Ciências da Saúde 3. PPg DITM 4. UFPB |
INTRODUÇÃO: |
As plantas medicinais são largamente utilizadas pelo homem no tratamento dos seus males desde os primórdios da civilização. Por suas propriedades terapêuticas ou tóxicas, elas adquiriram fundamental importância na medicina popular. No Brasil, o uso de plantas medicinais como alternativa terapêutica é uma prática realizada por milhares de brasileiros, sendo influenciada por fatores sociais, econômicos e culturais. Ainda, a Resolução nº 338/04 do Conselho Nacional de Saúde que aprova a Política Nacional de Assistência farmacêutica, a qual contempla, em seus eixos estratégicos, a “definição e pactuação de ações interseririas que visem à utilização das plantas medicinais e de medicamentos fitoterápicos no processo de atenção à saúde”. Contudo, são escassos os dados científicos confirmatórios da ausência de toxicidade ou da ação terapêutica da rica flora nacional. A Dioclea grandiflora, é conhecida como Mucunã ou caroço de Mucunã e sua utilização popular é devido a seus possíveis efeitos sobre o sistema nervoso central, está planta medicinal não possui até o presente momento descrição de estudo toxicológico, assim o trabalho visou investigar a toxicidade pré-clínica crônica da planta por meio de parâmetros bioquímicos. |
METODOLOGIA: |
O estudo de toxicidade pré-clínica crônica se baseou na Resolução Específica (RE) nº 90/2004 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Utilizou ratos Wistar que foram distribuídos em quatro grupos de vinte animais cada (10 machos e 10 fêmeas). Três grupos foram tratados diariamente, por via oral (gavagem), com as seguintes doses do EEDg ( Extrato Etanólico de Diocleia grandiflora) em ambos os sexos: 10 mg/Kg , 50mg/Kg e 250mg/Kg, por um período de 13 semanas. Ao quarto grupo (controle), foi administrada água destilada e a substância diluidora. No final do estudo, os animais foram sacrificados e seu sangue foi coletado através de sangria do plexo braquial. Foram feitas as análises bioquímicas de: glicose, uréia, creatinina, transaminases: AST (Aspartatoaminotransferase) e ALT, colesterol, triglicerídios, ácido úrico, fosfatase alcalina, proteínas totais e frações, DHL (Lactatodesidrogenase ), amilase, cálcio, sódio e potássio, sendo observado um jejum de 12 horas antes da coleta de sangue. Os resultados foram comparados com grupo controle e foi utilizado o Software Graph Pad Prism 4.0 para a análise estatística, sendo os resultados considerados significativos quando apresentassem valores de p < 0,05. |
RESULTADOS: |
A avaliação bioquímica demonstrou alteração nas dosagens de albumina nos machos e proteinas totais e globulinas em ambos os sexos, em relação ao controle. Nos machos foram observadas alterações nas doses: 10 e 50 mg/kg na dosagem de albumina; 50 mg/kg proteínas totais; e 50 e 250 mg/kg nas dosagens de globulina. Já nas ratas ocorreram alterações na dose de 50mg/kg na determinação de proteínas totais e globulina. Houve uma inversão de valores, em relação à globulina e albumina em três fêmeas tratados na dose de 50 mg / kg e três machos tratados na de 250 mg / kg. A hiperproteinemia é observada em diversos distúrbios e a invesão dos valores de albumina e globulina é importante na avaliação de infecções. Além disso, foi observado um aumento na ALT e glicose em ratos machos tratados com doses de 250mg/kg, a elevação da AST e desidrogenase láctica em ratos tratados em todas as doses. A lesão hepática pode ser detectada pelo aumento dos níveis de enzimas hepaticas no sangue. Por fim, foi encontrada alteração nas dosagens de ureia nas roedoras tratadas com a menor dose do extrato, 10mg/kg, contudo ainda está dentro dos parâmetros de normalidade dos animais em estudo. |
CONCLUSÃO: |
A avaliação toxicológica pré-clínica dos parâmetros bioquímicos crônica em ratos demonstrou que o extrato etanólico Dioclea grandiflora Mart possui toxicidade crônica, principalmente nos animais machos nas doses de 50 e 250 mg/Kg. Porém, é necessario uma avaliação mais abrangente, uma vez que, neste trabalho foi avaliado os parâmetros bioquímicos, então é necessário a avaliação dos parâmetro hematológicos e histopatológicos, para que haja uma confirmação da toxicidade crônica. Diante do exposto, é necessário um maior cuidado no uso dessa planta medicinal, pois apesar ser uma planta e ser natural não quer dizer que só trará benefícios. |
Palavras-chave: Parâmetros Bioquímicos, Diocleia grandiflora, Tratamento crônico. |