64ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 6. Zootecnia - 5. Zootecnia
AVALIAÇÃO MORFOMÉTRICA DE EQUINOS DA RAÇA MANGALARGA CRIADOS NA REGIÃO DO MUNICÍPIO DE ITAPETINGA
Rafael Costa Oliveira Coelho 1
João Rodrigo Santos Dantas 1
Leandro Pereira Lima 1
Igor Araújo Feraz 2
Amanda dos Santos Faleiro 2
Jaqueline Firmino de Sá 1
1. Discente do Curso Técnico em Agropecuária, Instituto Federal Baiano - Campus Itapetinga.
2. Discente do Curso Técnico em Agropecuária, Instituto Federal Baiano - Campus Itapetinga.
3. Prof. MSc/Orientador, Instituto Federal Baiano - Campus Itapetinga
4. Graduando em Zootecnia, UESB - Campus Itapetinga.
5. Zootecnista, Mestranda em Engenharia de Alimentos, UESB - Campus Itapetinga.
6. Profª. MSc/Instituto Federal Baiano - Campus Itapetinga.
INTRODUÇÃO:
Na avaliação morfológica dos animais, proporções são as relações entre as diversas regiões do corpo e o conjunto formado por elas. As medidas das diversas regiões do corpo do cavalo são úteis para cálculos de índices, que permitem a apreciação das aptidões na escolha de espécimes destinados à reprodução e na seleção de diferentes tipos, de acordo com a utilização (Ribeiro, 1989).
O eqüino é considerado bem proporcionado se as partes do corpo, observadas em conjunto, são adaptadas à função a que ele se destina, como sela, esporte ou tração. Segundo Oom & Ferreira (1987), as proporções corporais podem ser avaliadas a partir de índices que evidenciem relações entre as medidas de comprimento, de perímetro e de peso.
Zamborlini (1996), utilizando animais Mangalarga Marchador, classificou, de acordo com a altura na cernelha e o Índice Corporal, esta raça como de tamanho médio e brevilínea, encontrando machos com 1,50 m e fêmeas com 1,46 m e Índice Corporal de 0,85.
Na região de Itapetinga não há estudos, evidências experimentais e, tão pouco, dados divulgados que demonstrem o perfil morfológico do rebanho de eqüinos da raça Mangalarga.
Conduziu-se o presente trabalho com o objetivo de avaliar a morfometria de eqüinos da raça Mangalarga criados na região município de Itapetinga-Ba.
METODOLOGIA:
Mensurou-se 75 eqüinos da raça Mangalarga criados na região de Itapetinga, utilizando-se hipômetro e fita métrica. As medidas corporais de comprimento, alturas, perímetros e o peso estimado foram utilizados para calcular os seguintes índices:
Corporal (IC) - relaciona o comprimento do corpo com o perímetro torácico, classificando os animais em longilíneos, mediolíneos e brevilíneos;
Compacidade (ICO) – relaciona o peso do animal com sua altura classificando-o quanto ao seu tipo. Classifica os animais para tração pesada, para a tração ligeira e para sela;
Meloscópico (IM) - relaciona a altura do membro anterior com três perímetros do mesmo membro e, também, classifica os animais em longilíneos, mediolíneos e brevilíneos;
Dáctilo-torácico (IDT) - relaciona o perímetro da canela com o perímetro torácico e indica a relação existente entre a massa de um animal e os membros que a suportam, classificando-o como hipermétrico, eumétricos e hipométricos;
Carga na canela (ICC) - relaciona o perímetro da canela com o peso e indica a capacidade dos membros de deslocar a massa corporal.
A relação entre as alturas do costado, e deste ao solo exprimem o Índice Peitoral (IP). Quando IP é maior que a distância do tórax ao chão, o cavalo é perto do chão, quando ocorre o inverso é longe do chão.
RESULTADOS:
O IC classificou os animais como longilíneos, pois apresentaram valores superiores a 90. Tal resultado se deve a média da medida de comprimento do corpo da população que foi de 1,67 m e que apresentou o valor máximo de 1,75 m.
De acordo com as médias de ICO, pode-se classificar tanto os machos quanto as fêmeas como animais típicos de sela, pois as médias para este índice foram próximos de 2,60. Nota-se que as médias tenderam a apresentar valores mais elevados, o que è facilmente justificado pelo peso médio estimado que na população apresentou média de 425,07 kg.
Considerando o IM, os animais podem ser considerados como mediolíneos, pois apresentaram valores muito próximos a 1.
Quanto ao IDT, obteve-se os valores de 10,83 e 10,80, nos machos e nas fêmeas, respectivamente, o que os classifica como eumétricos.
Paro o ICC, os valores observados foram de 4,39 nos machos e 4,49 nas fêmeas. Tais valores levam a concluir que os membros dos animais avaliados possuem boa capacidade de deslocarem sua massa. Considerando a faixa etária dos animais, valores baixos podem significar membros fracos.
Quanto ao IP verificou-se que os animais apresentaram este índice 1,3 e 1,4 cm menor do que a distância do tórax ao chão, para machos e fêmeas, respectivamente, o que os classifica como longe do chão.
CONCLUSÃO:
Os animais machos e fêmeas avaliados foram classificados de acordo com o IC como longilíneos, como animais de sela pelo ICO, como mediolíneos pelo IM, e como eumétricos pelo IDT. Pelo ICC conclui-se que os animais apresentam boa capacidade de deslocamento de sua massa corporal e levando em conta o IP verificou-se que são animais longe do chão.
Conclui-se que as os animais da raça Mangalarga criados na região de Itapetinga apresentam características morfométricas condizentes com o fim que são criados.
Palavras-chave: Mangalarga, Morfometria, Itapetinga.