64ª Reunião Anual da SBPC |
F. Ciências Sociais Aplicadas - 13. Serviço Social - 1. Serviço Social Aplicado |
INTERGERACIONALIDADE, VELHICE E POBREZA EM BREVES NO MARAJÓ-PARÁ. |
Gicele Brito Ferreira 01 José Alberto Silveira Araujo 02 |
1. Profª Msc. Faculdade de Serviço Social do Campus Marajó-Breves/Universidade Federal do Pará. 2. Discente Faculdade de Serviço Social do Campus Marajó-Breves/Universidade Federal do Pará. |
INTRODUÇÃO: |
Cerca de 15% da população brasileira esta na faixa etária acima de 55 anos, diante desses dados demográficos, se torna necessária à preparação das novas gerações para um convívio saudável com essa outra etapa do desenvolvimento humano.No presente trabalho apresentamos as ações desenvolvidas pelo PEHI com seus impactos quantitativos e qualitativos no período de Março a Dezembro de 2011 com a participação de 369 Usuários sendo, 198 Gerontos (usuários da Política de Assistência Social com recebimento do Beneficio de Prestação Continuada – BPC), 10 Técnicos (Assistentes Sociais, Psicólogos, Pedagogos e Educadores Sociais) da Secretaria Municipal de Assistência Social de Breves, 100 acadêmicos da Graduação em Serviço Social, 38 Criança e 23 adolescente da Escola Pública Municipal Maria Rafols. Buscou-se através do PEHI desenvolver processos de aproximação e análise crítica da história de vida de idosos e crianças que vivem abaixo da linha da pobreza, com a violação constate dos marcos regulatórios:Constituição, Estatuto do Idoso, Estatuto da Criança, Declaração dos Direitos Humanos, que baseiam a convivência na sociedade contemporânea. Promovendo à valorização dos idosos, através da escuta de outros idosos ou jovens, em seus relatos acerca de suas opiniões e de suas visões sobre os temas propostos, em cada um dos encontros realizados. |
METODOLOGIA: |
O conhecimento sobre o processo de envelhecimento humano e aproximação entre gerações, para isso foi utilizado o relato de lembranças e de histórias de vida dos participantes. Como forma de motivar a discussão foram delimitados temas, algumas vezes sugeridos pelos próprios participantes, e sendo desenvolvidos os encontros a partir de dinâmicas estruturadas e da utilização de recursos – audiovisuais, com vídeos, músicas, poemas, contos, fotografias, recortes de revistas e diferentes objetos que evoque conhecimento e lembrança significativa. Utilizamos as técnicas de dinâmica e esses diversos recursos como instrumentos para abordar os principais temas ligados à vida de cada um, fazendo uso desse encontro entre gerações, como um detonador de discussão sobre os temas intrínsecos ao encontro, analisar o material produzido e desconstruir o já estabelecido nos jovens acerca do envelhecimento.Os encontros contaram com a participação dos idosos que compõem os grupos de convivência da SEMTRAS e indicados por instituições que atendem situações de violência, alunos de Serviço Social , das crianças de escola pública municipal com histórico de vulnerabilidade social. Os encontros foram semanais com a duração de 90 minutos, acontecendo durante o período letivo de 2011. |
RESULTADOS: |
Qualitativamente buscamos Possibilitar aos idosos e aos jovens conhecimentos dos marcos regulatórios que definem a trajetória das gerações na sociedade contemporânea e tudo o que ocorre, tornando esses idosos mais ativos para discordarem, aprovarem, demonstrarem seus sentimentos, se dispondo a transformar seus cotidianos. Ao sistematizar informações sobre a rede de projetos e programas existentes que visem à satisfação das necessidades do idoso, verificamos que o Estatuto do Idoso não é cumprido, pois não existe trabalho especifico para atendimento dos idosos no Município nas políticas públicas. A rede de serviços existentes não possui interesse real em praticar ações que possibilitem a sociabilidade do idoso no seu meio cultural e social, promovendo aproximação e respeito entre as gerações. Como forma de registro do trabalho desenvolvido com gerontos o Programa produziu o Vídeo: Memórias e Histórias do Trabalho com Idosos em Breves. Todo o trabalho governamental desenvolvido com idosos no Município de Breves é centrado em atividades de recreação de segunda a quinta feira (dança, jogos de salão e oficinas de trabalhos manuais) para ocupação do tempo, nos remetendo a concepção de Terceira Idade advinda do continente europeu, onde a cidadania plena já faz parte do cotidiano. O que não corresponde à realidade local. |
CONCLUSÃO: |
Não há atendimento especifico para idosos nas políticas públicas oficiais oferecidas pelo Município, a arquitetura urbanística não permite que idosos transitem pelas ruas. Os idosos participantes dos CC são em maioria (81%) analfabetos e/ou semi-analfabetos (apenas assinam o nome) e os projetos de alfabetização (Educação de Jovens e Adultos – EJA) não tem metodologia que atenda a sua especificidade, contribuindo para a exclusão social destes idosos. Outro dado significativo é a merenda fornecida pela SEMTRAS ser considerada por 57% dos idosos como refeição, já que estes não tem alimentação em casa. Todas as atividades do PEHI consideraram esta limitação, para que os idosos pudessem participar construindo vinculo com crianças e jovens. A Inserção de temáticas voltadas para os direitos e a cidadania dos idosos com a perspectiva de projeto e participação social causou impacto em todos os envolvidos (Idosos, técnicos, crianças e adolescentes), sendo verbalizado por uma idosa com a seguinte expressão: “ o PEHI tirou um véu da minha vista”. |
Palavras-chave: Envelhecimento, Intergeracionalidade,Pobreza, Marajó. |