64ª Reunião Anual da SBPC |
C. Ciências Biológicas - 13. Parasitologia - 4. Parasitologia Geral |
ESQUISTOSSOMOSE: CONTROLE BIOLÓGICO DA Biomphalaria glabrata POR Pomacea canaliculata |
Dorlam’s da Silva Oliveira UFMA Clícia Rosane França UFMA Dionísia Fernanda Paixão UFMA Renato juvino Aragão UFMA Adalberto Alves Pereira Filho UFMG Ivone Garros Rosa UFMA |
1. dorlams_bio@hotmail.com-Depto de Biologia 2. Depto de Biologia 3. Depto de Biologia 4. Depto de Biologia 5. Depto de Biologia 6. Depto de Patologia |
INTRODUÇÃO: |
A esquistossomose é uma doença parasitária que atinje a maioria dos países, principalmente, aqueles localizados no hemisfério Sul. No Brasil, ocorre em 19 estados incluindo o Maranhão. Pesquisas demonstram que cerca de 2.500.000 a 8.000.000 de brasileiros sejam portadores desta doença. A doença é contraída peloSchistosoma mansoni. A sua transmissão depende da presença de três espécies de caramujo do gênero Biomphalaria: B. glabrata; B. tenagophila; e B. straminea. Pelo menos uma das três espécies já foi notificada em 25 das 27 Unidades Federativas do país. Esses moluscos são encontrados em regiões onde há coleções de água doce, como, barragens, áreas de irrigação, rios, lagos, lagoas e brejos. A B.glabrata é considerada de grande importância epidemiológica por conta de sua grande distribuição geográfica, pelo seu alto nível de suscetibilidade com relação a infecção e eficácia na transmissão do S.mansoni. Outro tipo de molusco conhecido por Pomacea canaliculata normalmente é encontrado no mesmo ambiente da Biomphalaria glabrata. O presente trabalho teve como objetivo verificar se a Pomacea canaliculata pode exercer um controle biológico da espécie Biomphalaria glabrata. |
METODOLOGIA: |
O estudo foi executado no infectório do laboratório de Imunologia Básica e Aplicada. Este experimento foi realizado em quatro etapas: na primeira etapa foi colocado no aquário 1 dez espécimes de B. glabrata e cinco P.canaliculata; no aquário 2 foi inserido dez B. glabrata. Na etapa 2 foi retirado do aquário 1 as cinco espécimes de P.canaliculata, sendo transferidos para o aquário 2. Na etapa 3 foi transferido as cinco P.canaliculata do aquário 2 para o recipiente 1. Na quarta fase foi transferido as cinco P.canaliculata do aquário 1 para o recipiente 2. Cada etapa durou duas semanas totalizando o estudo em dois meses. Os moluscos foram coletados no Sá-Viana, um bairro de periferia de São Luís, MA. Os moluscos foram alimentados diariamente com folhas de alface e água do recipiente era trocada sempre que necessário. Os aquários foram observados no turno vespertino analisando os seguintes fatores: temperatura (por meio de um termômetro digital), pH (fitas de pH), quantidade de desova depositada e desaparecida, dimensionamento dos moluscos no recipiente. |
RESULTADOS: |
Verificou-se na primeira fase no aquário 1 cinco desovas de B.glabrata e uma predação da sua desova por P.canaliculata; no aquário 2 foi depositado 54 desovas de B.glabrata. Na fase 2 o aquário 1 apresentou 21desovas e no aquário 2,onde se inseriu a P. canaliculata constatou-se 5 desovas de B.glabrata e a predação de 46 desovas da mesma por P.canaliculata. Na terceira fase no aquário 1 foi detectado 22 desovas de B.glabrata e a predação 45 desovas da mesma por P.canaliculata; e o aquário 2 apresentou 62 desovas do planorbídeo presente. Na quarta fase no aquário 1 foi detectado 65 desovas; no aquário 2 foi observado 18 desovas de B.glabrata e a predação da 36 desovas da mesma por P.canaliculata. Quanto ao dimensionamento os moluscos ficaram mais próximos de espécimes da mesma espécie. No decorrer do experimento a temperatura da água do aquário variou de 26°C a 28°C. Por conseguinte, o pH da água dos recipientes utilizados variou de 7 a 8. Observou-se um decréscimo na quantidade de desovas da B.glabrata na presença de espécimes de P.canaliculata. |
CONCLUSÃO: |
A partir das observações verificou-se que as pomáceas exercem um controle sobre a população de B.glabrata, pois predou uma quantidade razoável de desovas. Além disso, influenciou na diminuição da quantidade de desovas da B.glabrata. Em suma, a P.canaliculata pode ser uma bioferramenta de controle do hospedeiro intermediário da esquistossomose no ambiente em que coexistem. |
Palavras-chave: Esquistossomose, B.glabrata, P.canaliculata. |