64ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 4. Geografia - 3. Geografia
INCLUIGEO: GEOTECNOLOGIAS LIVRES PARA CONHECER, INCLUIR E PRESERVAR NO ARCO VERDE: O MUNICÍPIO DE LÁBREA, AM
Danielle Pereira da Costa 1
Luiz Pacheco Motta 2
Gercicley Rodrigues dos Santos 3
Paula Cristina Prestes de Souza 4
Pedro Eleutério Lealci de Jesus 5
Taiane Monteiro Barreiros 6
1. Profa. Ms/Coordenadora - Sistema de Proteção da Amazônia - SIPAM
2. Pesquisador - Sistema de Proteção da Amazônia - SIPAM
3. Bolsista/Co-orientadora - Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre as cidades na Amazônia Brasileira - NEPECAB
4. Bolsista/Graduanda em Biologia - Faculdade Alvorada
5. Bolsista/Graduando em Geografia - Universidade do Estado do Amazonas - UEA
6. Bolsista/Graduanda em Biologia - Instituto Nacional de Pesquisas Amazônicas - INPA
INTRODUÇÃO:
O projeto IncluiGEO - GEOTECNOLOGIAS LIVRES PARA CONHECER, INCLUIR E PRESERVAR NO ARCO VERDE: O MUNICÍPIO DE LÁBREA, teve por objetivo principal formar representantes da sociedade civil em geotecnologias livres visando promover a difusão de acesso a informações sobre o meio ambiente, dados socioespaciais e de políticas que subsidiem o desenvolvimento sustentável local no município de Lábrea, Amazonas.
O município de Lábrea, situado no sul do estado do Amazonas, foi escolhido por três motivos: ter se destacado no cenário nacional devido aos avanços nos índices de desmatamento associado a diferentes atividades socioeconômicas ali implementadas. Por em termos etários, os dados oriundos a contagem populacional de 2007 (IBGE), quando espacializados por setor censitário, evidenciarem a predominância de uma população jovem com baixos níveis de escolaridade, o que por sua vez ratifica a necessidade de ampliação de ações de capacitação que primem por maximizar os conhecimentos sobre a realidade local sobre o meio ambiente em que esta população está circunscrita utilizando como ferramentas para tal geotecnologias que permitam o acesso a base de dados gratuitas e o terceiro pelo fato do mesmo fazer parte da Operação Arco Verde, direcionada pelo governo federal para os municípios constantes na lista dos mais desmatadores do bioma amazônico.
Por último, é válido considerar que o projeto foi financiado pelo CNPq no âmbito do Edital nº49 de 2010 - MCT/CNPq – REID CASA BRASIL.
METODOLOGIA:
Realizado no formato de curso de extensão com quatro módulos sendo o primeiro módulo intitulado “Conhecendo para Incluir e preservar” que objetivou capacitar os participantes na utilização de ferramentas de busca de informações gratuitas; difundir dados e informações acerca das cadeias produtivas locais e as possibilidades de inserção dessas no mercado fomentando geração de emprego e renda; e, a realização de trabalhos de campo para aplicação de roteiros de entrevistas para caracterização da cadeia produtiva pesqueira municipal e para compreender o impacto da dinâmica do desmatamento na oferta de caça em três projetos de assentamento no município. Utilizou-se como metodologia aulas expositivas dialogadas, exercícios práticos sobre escalas, identificação de alvos em imagens de satélite e a utilização de GPS para coleta de coordenadas geográficas
O segundo módulo denominado " Introdução ao QuantumGIS" explorou recursos do software livre de geoprocessamento para geração de mapas temáticos.
O terceiro módulo envolveu a aplicação dos jogos didáticos PIRADADOS e NAVEGANDO PELO PURUS via utilização de ferramentas lúdico-didáticas que abordaram a problemática ambiental por meio da dinâmica dos bagres migratórios e da importância do uso correto do território.
O quarto módulo abrangeu palestras de educação ambiental ministradas por analistas ambientais do IBAMA na perspectiva de difundir aspectos da legislação ambiental e ainda, fortalecer a ação de agentes ambientais voluntários.
RESULTADOS:
Dentre os principais resultados alcançados pelo projeto destacam-se o interesse demonstrado pela sociedade local em conhecer ferramentas de analise espacial que permitam, sob diferentes matizes, a ampliação do conhecimento do território onde vive, suas problemáticas e como esses podem atuar na mitigação das mesmas.
Como prática de inclusão digital e social as ferramentas multi-formato utilizadas que congregraram meios tradicionais de ensino a técnicas informacionais e lúdicas permitiram aos participantes o resgate do pensar espacialmente, que para alguns havia ficado restrito as aulas de geografia e para outros se apresentou como a possibilidade de entender o espaço vivido, interagir na dinâmica de construção do mesmo, ainda que de maneira exploratória.
Desse modo, o projeto iniciado como uma proposta com começo, meio e fim, se tornará em um programa de atuação continuada via telecentros em implantação em 43 municípios amazônicos sob a coordenação do Sipam, com financiamento do ministério de comunicações e em parceria com as prefeituras e demais instituições conveniadas.
CONCLUSÃO:
A execução do projeto INCLUIGEO no município demonstrou para toda a equipe, face o interesse pelo mesmo por parte da sociedade local, que atividades de inclusão digital e social, contribuem, mormente, tanto para a difusão de novos conhecimentos, quanto para fortalecer a atuação extensionista das instituições envolvidas. Sendo válido lembrar que inicialmente as 25 vagas previstas pela proposta enviada pelo CNPq tiveram que ser ampliadas para 60, afinal como negar a possibilidade de fazer o curso a pessoas que 5h da manhã estavam aguardando na universidade para fazer sua inscrição?!
Outro ponto positivo do projeto diz respeito à possibilidade que o mesmo proporcionou de conjugar diferentes estratégias didáticas-metodológicas, que foram desde aulas expositivas dialogadas e palestras à atividades práticas como a utilização do programa QuantumGIS, o manuseio de aparelhos para coleta de coordenadas geográficas (GPS), técnicas e rotinas de laboratório expressas pelo ensino das técnicas de extração de DNA de frutas, como também a aplicação de jogos lúdicos didáticos abordando a problemática ambiental. Isso sem falar na interdisciplinaridade das áreas de conhecimento – geografia, biologia, informática trabalhadas, igualmente por pesquisadores, professores e bolsistas, até porque, havia o entendimento como filosofia do projeto que o meio ambiente deve ser trabalhado por todos holisticamente.
Palavras-chave: Geotecnologias, Inclusão digital, Amazonas.