64ª Reunião Anual da SBPC
H. Artes, Letras e Lingüística - 2. Letras - 5. Letras
PROPOSTAS DE UM MODELO BRASILEIRO DE AUDIODESCRIÇÃO PARA DEFICIENTES VISUAIS.
Veryanne Couto Teles 1,2
Soraya Ferreira Alves 1,3
1. Graduanda de Letras - Instituto de Letras - UnB
2. Profa. Dra./Orientadora - Depto.de Línguas Estrangeiras e Tradução – IL/UnB
INTRODUÇÃO:
Este trabalho apresenta resultados de pesquisa realizada na Universidade de Brasília cujo objetivo foi propor um modelo de audiodescrição que atendesse às necessidades de deficientes visuais brasileiros e foi motivado pela garantia que todas as pessoas têm por lei, dos direitos à acessibilidade de informação e comunicação.
A audiodescrição (AD) é uma forma de tradução intersemiótica que no âmbito das tecnologias, viabiliza a acessibilidade igualitária aos deficientes visuais em programas de televisão, cinema, espetáculos teatrais, obras de arte, etc.
METODOLOGIA:
Na primeira fase do projeto foi feita a leitura da bibliografia especializada. Logo após, foi escolhido o corpus da pesquisa, quatro curtas-metragens de autores brasilienses que nos autorizaram a fazer a tradução por AD. São eles: Feijão com arroz, Dona Custódia, A ilha e A rua das tulipas. Utilizando o Software Subtitle Workshop, foram elaborados dois roteiros de AD seguindo os modelos espanhol (focado nas ações) e inglês (detalhado), para cada um dos filmes, que foram revisados pelo pesquisador voluntário deficiente visual levando em consideração critérios técnicos prescritos e suas impressões pessoais. Então, os curtas foram apresentados a alunos adultos com deficiência visual do CEEDV – Centro de Educação Especial de Brasília, em busca de aprimoramento dos modelos por meio da coleta de dados. Os sujeitos foram separados em dois grupos: um com os sujeitos com cegueira congênita e outro com os sujeitos com cegueira adquirida. Por fim, foi proposto um modelo de AD que atendesse à necessidades dos sujeitos participantes.
RESULTADOS:
Não houve preferência por um tipo específico de AD, porém todos os participantes acharam que a AD ajudou na compreensão do filme.
Melhores resultados de compreensão foram obtidos no filme com AD centrada nas ações, já que, foi observado que a AD detalhada causou confusão quanto à compreensão, mas os alunos enfatizaram a importância da descrição de elementos como características dos personagens, ambientes e do tempo. Após os testes realizados e a análise dos dados, elaborou-se uma proposta de modelo de audiodescrição que atenda o público participante, levando em considerações a linguagem utilizada e questões semânticas e sintáticas e visando colaborar para a criação de um modelo brasileiro de audiodescrição.
CONCLUSÃO:
O modelo proposto trata-se de um intermédio entre os modelos detalhado e sucinto, que busca apresentar o que de fato for considerado relevante para a compreensão do enredo, sem deixá-lo cansativo ou resumido.
Pesquisas como esta são de grande valia para a difusão da audiodescrição no Brasil, mostrando a importância da pesquisa na academia em questões que promovem o acesso à cultura, à informação e comunicação aos deficientes visuais.
Palavras-chave: Audiodescrição, Deficiente visual, Modelos brasileiros.