64ª Reunião Anual da SBPC

G. Ciências Humanas - 4. Geografia - 3. Geografia

CARACTERÍSTICAS SOCIOAMBIENTAIS MUNICIPIO DE RAPOSA-MA

Jacenilde Cristina Braga Soares 1 Daniel Simões Dutra 2 Billie Jean Gatinho Soares . 3 Marcelino Silva Farias Filho 4

1. Discente do curso de Geografia da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Membro do Grupo de Estudos e Pesquisa em Edafologia e Pedologia (GEPEPE) 2. Discente do curso de Geografia da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) 3. Discente do curso de Geografia da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) 4. Prof°. Msc. / Orientador – Depto. de Geociências - UFMA, coordenador do GEPEPE

INTRODUÇÃO:

Durante os últimos 60 anos ocorreram mudanças nos ambientes de manguezais, canais de marés, praias e dunas em decorrência dos processos singulares de urbanização, dispostos ao conjunto de espaços referenciados no território maranhense. Configurando impactos nas dinâmicas das comunidades ecológicas, que abrangem os fatores bióticos interagindo com os fatores abióticos, constituindo assim, os ecossistemas. No caso específico do sítio urbano do município de Raposa, apesar de apresentar belíssimas feições geomorfológicas, o crescimento horizontal aliado à falta de políticas públicas geram processos de degradação por origem natural e antrópica tanto nos meios bióticos como nos abióticos. O principal objetivo do trabalho é sistematizar dados sobre as características geoambientais do sítio urbano em questão. Associando análises múltiplas seja dos elementos físicos, ecológicos e humanos que são aspectos constituintes da Geomorfologia.

METODOLOGIA:

Para a realização deste trabalho, houve prescrição de documentos pertinentes ao assunto; levantando de questões inerentes à temática, a possíveis e significativas discussões, comparações e análises, para obter-se assim descrições e conclusões a respeito da mesma. Em síntese, todas as questões do presente trabalho, foram abordadas sobre uma perspectiva com âmbito dialético; e ainda sobre informações adquiridas ao longo da aula de campo. Desta forma, a pesquisa ocorreu da seguinte maneira: Pesquisa documental: documentos (leis, pareceres, portarias...) que podem ser encontradas em arquivos (públicos ou particulares), bibliotecas, sites da internet, etc.; Pesquisa bibliográfica: livros, artigos e outros meios de informação em periódicos, outras pesquisas podem ser encontradas em sites da internet, etc. Pesquisa de campo, com a realização de registro fotográfico e observação dos pesquisadores para assimilação das variáveis sociais e ambientais que contribuem para a evolução das degradações ambientais neste município.

RESULTADOS:

Atualmente o município de Raposa possui como principal fonte de renda, a pesca artesanal com a captura de variadas espécies de peixes, mariscos e crustáceos, sendo considerada uma das maiores vilas de pescadores do Estado do Maranhão, com 3.066,8 toneladas/ano, consolidando assim, a pesca como a principal atividade econômica do município, atingindo renda anual de 7,1 milhões de reais e satisfazendo quase 10% do faturamento total do Estado neste ramo da economia (FEITOSA E TROVÃO, 2006, p.139). Outra atividade rentável neste município é o artesanato, que exerce forte influência no mercado turístico local, contribuindo assim para a economia da região, e na maioria dos casos, para o mercado informal. Observou-se neste ambiente, a presença marcante de três espécies de mangue, as quais possuem como principal função, conter os processos erosivos das ondas de maré, por apresentar uma dinâmica de flutuações do nível do mar oriundas dos processos de regressão e transgressão marinha, ao decorrer dos anos biológicos. Por isso constituem-se como um manguezal exótico. Segundo (NEY SILVA, 2008 apud MACEDO, 2003, p.15), considera esses ecossistemas como áreas de grande berçário natural, além de refúgio para várias espécies de animais marinhos que, na fase jovem e em época de reprodução.

CONCLUSÃO:

Em correlação direta com o processo histórico de urbanização e colonização, desde a instalação dos colonizadores cearenses, em fins da década de 40 do século XX (KATER apud DIAS, 2006), o homem interferiu de maneira significativa na história ambiental desta região. A necessidade de transformações ensejadas pelo desenvolvimento urbano, aumentaram a demanda de ocupações populacionais e sem haver nenhum tipo de planejamento, estes instalaram-se irregularmente em ambientes costeiros. A problemática social gera no ambiental, a poluição, a degradação, o desmatamento, a contaminação e extinção dos ecossistemas, em decorrência da ausência primordial de infra-estrutura e saneamento básico relacionado com a falta de planejamento ocupacional, onde o problema mais significativo, está na degradação e no aterramento do manguezal, pois é onde situa-se o espaço da cidade, e quanto mais a cidade cresce, mais o ecossistema sofre e com isso surge algumas doenças de veiculação ambiental que tornaram-se endêmicas relacionadas com os impactos observados, dentre as mais importantes, verminoses, diarréia, calazar, dentre outras, veinculadas pela precária coleta regular dos resíduos sólidos.

Palavras-chave: Ecossistemas, Feições Geomorfológicas, Degradações Ambientais.