64ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 4. Educação Básica
Educação Física no Ensino Noturno: caminhos metodológicos
Roberto Martins Costa 1, 2
Renato Sarti dos Santos 3, 4
1. Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ
2. Bolsista do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID, da CAPES – Brasil.
3. Coordenação de Extensão EEFD/UFRJ.
4. Mestrando do Núcleo de Tecnologia Educacional para a Saúde – NUTES/UFRJ
INTRODUÇÃO:
A reflexão acerca da Educação Física no ensino noturno é uma grande demanda no campo de debates na área educacional. Pensar em trajetórias metodológicas para alunos de ensino médio, pautadas no desenvolvimento da autonomia do educando, é um desafio no campo de ensino da Educação Física. O presente trabalho se configura como um relato de experiências vivenciado no subprojeto Educação Física UFRJ do Projeto Institucional de Bolsas de Iniciação a docência (PIBID). A experiência metodológica a ser apresentada, parte no sentido de organizar e suscitar questões acerca da temática do ensino noturno e a Educação Física.
METODOLOGIA:
A experiência educacional em tela tem como princípio metodológico a perspectiva “problematizadora” de Paulo Freire, trabalhando na realidade dos alunos, afastando-se da simples transmissão de conteúdos, valorizando a construção de conhecimento no processo educativo de alunos do ensino noturno.
A instituição de ensino tratada neste relato é uma escola de ensino médio, localizada na zona norte da cidade do Rio de Janeiro, contendo aproximadamente 400 alunos matriculados. O Colégio Estadual Barão de Macaúbas, tem seu funcionamento em um prédio compartilhado com a Prefeitura do Rio de Janeiro, realizando suas atividades exclusivamente no turno noturno.
No período de imersão, foram aplicados instrumentos de coleta de dados dos alunos, oferecendo indicativos para a construção de eixos temáticos, contendo dentro desses, grupos de interesses a serem desenvolvidos. O desenvolvimento dos grupos em seus respectivos eixos foram acompanhados pelos bolsistas do PIBID – UFRJ, que trabalharam, juntamente com os discentes, na construção de propostas investigativas.
RESULTADOS:
A fase de imersão caracterizou-se pela abertura do espaço escolar para a entrada do Subprojeto Educação Física. O conjunto de ações iniciais foi baseado na perspectiva de apresentar os eixos temáticos e seus possíveis desdobramentos, ampliando o leque de caminhos para construção de conhecimento ligado a Educação Física como componente curricular. Sendo adotado um vídeo que ilustrasse os eixos temáticos (Educação Física e cultura popular, Educação Física e saúde, expressão corporal e jogo e esporte), que formariam a base das aulas nos próximos momentos.
Após o período de imersão os alunos aderiram ao grupo que mais despertou o interesse deles, tendo o eixo temático cultura popular uma adesão razoável. A partir dessa demanda passamos a trabalhar algumas questões, estipulando objetivo, construindo cronograma de ação. Começando por explorar as peculiaridades dos objetos de estudo. No decorrer processo de exploração do tema, os alunos fizeram uma aproximação do contexto da capoeira e taco no Brasil, posteriormente entramos em um momento de caráter prático, experimentando alguns movimentos da capoeira e jogos de taco, mantendo um continuo diálogo sobre a representação da capoeira e taco para o povo brasileiro em suas dimensões regional, estadual e nacional.
CONCLUSÃO:
Questões iniciais
Sendo assim ao analisar todo o processo, seus agentes e as condicionantes do percurso, algumas questões se fazem pertinente. A estrutura escolar do ensino noturno oferece uma dinâmica que possibilite ao estudante o desenvolvimento de autonomia em seus estudos? Quais caminhos metodológicos podemos seguir no trabalho com o ensino noturno?
Em relação à estrutura do ensino noturno e o fomento da autonomia do educando, tão previsto nos documentos oficiais sobre o ensino médio, a realidade do contexto escolar nos permitiu colocar alguns indicativos, tais como: horário reduzido, evasão de alunos, ausência de aulas por motivos banais e tímido diálogo entre escola e comunidade. Portanto, percebemos uma influência relevante da estrutura da escola na implementação de novos referenciais metodológicos pautados no desenvolvimento da autonomia discente.
Em relação à abordagem metodológica, percebemos a predominância de valorização de uma perspectiva “bancária”, pouco compatível com as demandas dos estudantes noturnos. Sendo assim, não poderíamos deixar de citar características que sinalizaram êxito no presente relato, destacando a valorização do interesse do aluno e a problematização como condições fundamentais para construção de conhecimento.
Palavras-chave: Ensino Noturno, Educação Física, Metodologia.