64ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 6. Educação Especial
DIFICULDADES E DESAFIOS DE ESTUDANTES COM DEFICIENCIA VISUAL A SER INCLUÍDO NAS ESCOLAS PUBLICAS DE ENSINO REGULAR NA CIDADE DE TABATINGA - AMAZONAS / ESTUDO DE CASO
Rita Dácio Falcão 1
Iatiçara Oliveira da Silva 2
Artemizia Rodrigues Sabino 3
Jucilene Vieira Barbosa 4
Karem Keyth de Oliveira Marinho 5
Francilene dos Santos da Cruz 6
1. Centro de Estudos Superiores de Tabatinga/Universidade do Estado do Amazonas/UEA
2. Centro de Estudos Superiores de Tabatinga/Universidade do Estado do Amazonas/UEA
3. Centro de Estudos Superiores de Tabatinga/Universidade do Estado do Amazonas/UEA
4. Centro de Estudos Superiores de Tabatinga/Universidade do Estado do Amazonas/UEA
5. Centro de Estudos Superiores de Tabatinga/Universidade do Estado do Amazonas/UEA
6. Centro de Estudos Superiores de Tabatinga/Universidade do Estado do Amazonas/UEA
INTRODUÇÃO:
A Educação Inclusiva é fundamentada na concepção dos direitos humanos, onde todos tem o direito ao espaço comum da vida em sociedade e deve estar orientado por relações de acolhimento à diversidade humana em todas as dimensões da vida. O mundo caminha para a construção de uma sociedade cada vez mais inclusiva. Nunca o tema inclusão esteve tão presente no dia-a-dia da educação. As políticas educacionais brasileiras vêm se apoiando em discursos inclusivos, a partir desses referenciais inclusivos, a organização das escolas e das classes especiais passa a ser repensada, implicando uma mudança estrutural e cultural da escola para que todos os alunos tenham suas especificidades atendidas. As escolas cada vez mais estão percebendo que as diferenças não só devam ser aceitas, mas também acolhidas como subsídio para a construção do cenário escolar. Este trabalho é uma contribuição na tentativa de analisar e discutir as dificuldades e desafios que um deficiente visual enfrenta em seu cotidiano, tanto no ambiente escolar como no âmbito familiar, e avaliar de que forma a sociedade está envolvida para oferecer uma melhor qualidade de vida aos deficientes da cidade de Tabatinga. Aprender a conviver e aceitar as diferenças deve fazer parte do crescimento pessoal e profissional de todo cidadão.
METODOLOGIA:
O trabalho foi realizado nas escolas Estaduais da cidade de Tabatinga/AM. Os dados foram coletados através de observação participante, para obter as informações mais reais possíveis. A análise da problemática foi embasada em leituras bibliográficas e documental para dar fundamentação teórica à pesquisa. Os procedimentos utilizados foram entrevistas estruturadas e não estruturadas aplicadas aos professores, alunos e demais profissionais das Instituições de ensino, com a finalidade de identificar as metodologias utilizadas e as dificuldades encontradas para trabalhar com alunos deficientes visuais, além de conversas informais com a família e com o aluno especial em questão. Foram também observadas as dificuldades encontradas por este aluno ao se deslocar de sua casa para a escola, neste caso a Escola Estadual Conceição Xavier de Alencar (GM3). Posteriormente, realizou-se a análise dos dados e interpretação crítica das falas dos profissionais e familiares. Através destas informações pôde-se apresentar um quadro geral do trabalho realizado por estes profissionais e mostrar a realidade vivenciada pelas escolas envolvidas na pesquisa e pelos deficientes no que diz respeito ao ensino-aprendizagem do aluno especial, neste caso um aluno com deficiência visual.
RESULTADOS:
A escola tem um importante papel na vida das pessoas principalmente na vida de um deficiente. Nela convivemos e nos relacionamos com diferentes pessoas, porém, cada uma com suas características. As escolas pesquisadas não oferecem estrutura física adequada para incluir alunos com deficiência visual. Apresentam amplas áreas, mas as adaptações são mínimas. Quanto aos docentes foram unânimes em afirmar sentimento de insegurança ao trabalhar com deficientes, principalmente os visuais, pois na formação acadêmica não foram capacitados para lidar com a diversidade e isso gera intenso sofrimento, pois ensinar alunos com limitações principalmente visuais exige conhecimento, competência e habilidade, pois reconhecem que inclusão não é simplesmente matricular, mas proporcionar ao deficiente condição necessária ao seu desenvolvimento educacional, emocional e social. O aluno em questão estuda na Escola GM3 a única da cidade que oferece aos deficientes visuais uma sala de recursos composta por materiais didáticos que facilitam o ensino/aprendizagem do deficiente visual, esta frequentada no turno oposto à sala comum. Ele enfrenta muitos desafios até chegar à escola principalmente no que se refere à infraestrutura da cidade. Portanto, o problema não é somente do professor, mas de toda sociedade.
CONCLUSÃO:
Este trabalho proporcionou alguns pontos de reflexão à cerca da atuação do Estado, dos professores, familiares e profissionais em geral das Instituições de ensino do município, no que diz respeito às dificuldades e desafios enfrentados por um deficiente visual, principalmente em relação ao ensino/aprendizagem. Sabemos que a Lei garante o acesso e a permanência do aluno especial à escola comum, portanto, temos que ter convicção que entrar nesse processo é realmente necessário. Para que de fato aconteça à inclusão dos deficientes visuais em nossa cidade é necessário que o Estado desenvolva Políticas Públicas votadas a essa deficiência tanto na questão do ensino/aprendizagem propondo novas práticas de ensino que possam acarretar mudanças positivas em suas vidas quanto na área de infraestrutura da cidade e das escolas. Portanto, faz-se necessário também uma significativa reformulação nos cursos de graduação que estão formando professores, os quais, certamente, terão alunos com Necessidades Educativas Especiais em sua trajetória profissional. Afinal, a formação de professores para a educação especial tem sido considerada ponto crucial para dar sustentabilidade ao discurso da inclusão, pois ela caminha em passos lentos, mas já é considerada uma realidade em nosso país.
Palavras-chave: Escola, Inclusão, Deficiente visual.