64ª Reunião Anual da SBPC |
C. Ciências Biológicas - 8. Genética - 1. Genética Animal |
CARACTERIZAÇÃO DE Marmosa murina (DIDELPHIMORPHIA, DIDELPHIDAE) DE OCORRÊNCIA NO CERRADO MARANHENSE ATRAVÉS DE DADOS MORFOLÓGICOS E MOLECULARES |
Daiane Chaves do Nascimento 1 Lúcio Lauro Leite dos Santos 2 Ana Priscila Medeiros Olímpio 3 Jociel Ferreira Costa 4 Elmary da Costa Fraga 5 Maria Claudene Barros 6 |
1. Acadêmica bolsista PIBIC/CNPq do curso de Ciências Biológicas, Universidade Estadual do Maranhão-CESC/UEMA 2. Acadêmico do curso de Ciências Biológicas, Universidade Estadual do Maranhão-CESC/UEMA 3. Acadêmica bolsista BIC/UEMA do curso de Ciências Biológicas, Universidade Estadual do Maranhão-CESC/UEMA 4. BATI II - Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Tecnológico do Maranhão - FAPEMA 5. Prof. Dr./ Co-Orientador - Depto. Ciências Biológicas, Laboratório de Genética e Biologia Molecular - GENBIMOL - CESC/UEMA 6. Profa. Dra./ Orientadora - Depto. Ciências Biológicas, Laboratório de Genética e Biologia Molecular - GENBIMOL - CESC/UEMA |
INTRODUÇÃO: |
O gênero Marmosa descrita inicialmente por Gray, 1821, referia-se a vários didelfídeos de pequeno porte. Atualmente possui nove espécies descritas. São marsupiais que não apresentam marsúpio no período reprodutivo, mas carregam seus filhotes sobre o corpo, habitam vegetações tropicais e subtropicais desde o México até o norte da Argentina, são importantes componentes faunístico atuando ativamente na cadeia trófica, dispersando sementes e servindo de alimento para animais maiores como mamíferos e aves de rapina. A espécie Marmosa murina tem ampla distribuição geográfica, ocorrendo nos países da América do Sul e na ilha de Trinidad e Tobago. Na literatura está registrado que no Brasil esta espécie ocorre pelo menos em três biomas: Mata Atlântica (Rio de Janeiro e Espirito Santo), Amazônia (Pará e Amapá) e Cerrado (Maranhão e Piauí). Estudos moleculares destinados a investigar o status taxonômico das espécies são comuns e geralmente são eficazes na distinção dos táxons, sendo assim o presente estudo objetiva caracterizar através de dados moleculares a espécie M. murina, registrar sua ocorrência na Área de Preservação Ambiental do Inhamum, bem como, inferir sobre a biodiversidade da área. |
METODOLOGIA: |
Este trabalho teve como área de estudo a Área de Preservação Ambiental do Inhamum, localizada na parte centro leste do estado do Maranhão no município de Caxias/MA entre as coordenadas 04º53’30” S e 43º24’53” W. Para a coleta dos espécimes usou-se armadilhas dos tipos Sherman, Tomahawk e Pitfalltrap, que foram igualmente distribuídas em sete campanhas com duração de sete dias no biênio 2010/2011. O material coletado foi levado ao laboratório de Biologia do CESC/UEMA onde foi identificado com base em caracteres morfológicos. A extração de DNA foi realizada a partir de tecido muscular através do método de fenol/clorofórmio/RNase/Proteinase. O gene de interesse (DNAr 5S) foi amplificado com utilização de primers específicos através da Reação em Cadeia da Polimerase (PCR). O amplificado foi submetido à eletroforese em gel de agarose a 1% e o padrão de bandeamento foi visualizado em luz UV. |
RESULTADOS: |
Através de caracteres morfológicos foi possível identificar nove espécimes como M. murina que caracteriza-se por apresentar um crânio com processos pós-orbitais projetados lateralmente, amplamente triangulares, com forames palatinos postero lateral diminutos. A morfologia externa tem particularidades típicas, possui uma faixa de pelos enegrecida ao redor dos olhos, pelagem dorsal marrom-acinzada, pelagem ventral de cor creme, cauda nua e unicolor, levemente mais clara no ventre, no entanto muito destes caracteres são comuns aos didelfídeos tornando difícil a resolução taxonômica ao nível de espécie apenas pela morfologia. Neste sentido dados genéticos tem sido usados como uma ferramenta na caracterização da espécie. A análise através do gene ribossomal 5S que é um marcador genético que discrimina espécies crípticas pela diferenciação de padrão de bandas revelou para M. murina de ocorrência na APA do Inhamum um padrão de banda único confirmando o status taxonômico desta. |
CONCLUSÃO: |
As análises através de caracteres morfológicos e moleculares para este estudo revelaram o status taxonômico de M. murina e permitiu-nos inferir quanto a sua ocorrência no cerrado maranhense contribuindo assim com informações referente à sua distribuição, bem como, inferir quanto à biodiversidade da Área de Preservação Ambiental do Inhamum área esta incipientemente estudada para estes marsupiais. |
Palavras-chave: Marsupiais, Maranhão, DNAr 5S. |