64ª Reunião Anual da SBPC

C. Ciências Biológicas - 8. Genética - 1. Genética Animal

USO DO GENE rDNA 5S NA IDENTIFICAÇÃO DE Prochilodus DE BACIAS MARANHENSES

Fernanda da Conceição Silva 1 Maria Claudene Barros 2 Elmary da Costa Fraga 3

1. Bolsista BIC/FAPEMA – Curso Ciências Biológicas – CESC/UEMA 2. Prof (a). Dra. / Co-orientadora - Laboratório de Genética e Biologia Molecular - CESC/UEMA 3. Prof. Dr. / Orientador - Laboratório de Genética e Biologia Molecular - CESC/UEMA

INTRODUÇÃO:

Os peixes da família Prochilodontidae estão distribuídos entre os gêneros Prochilodus, Semaprochilodus e Ichthyolephas, são extremamente abundantes ocorrendo em todas as bacias hidrográficas da América do Sul. O gênero Prochilodus possui 24 espécies, conhecidas vulgarmente como curimatãs ou curimbatás. Essas espécies são de grande interesse comercial, devido à sua capacidade de adaptação aos diferentes ambientes aquáticos, facilidade de fecundação artificial, manejo, regime alimentar, entre outros fatores. A natureza migratória das espécies deste gênero, aliado aos fatores acima citados, resulta em sua extensa distribuição geográfica e riqueza das espécies. São poucas as variações morfológicas entre Prochilodus, dificultando a identificação em nível de espécie e ultimamente estudos moleculares vem apontando problemáticas na taxonomia das espécies Prochilodus nigricans Spix & Agassiz, 1829, distribuída na bacia Amazônica, e Prochilodus lacustris Steindachner, 1907 de ocorrência na bacia do rio Itapecuru/MA. No presente estudo objetivou-se realizar a identificação molecular de P. nigricans e P. lacustris baseado no padrão de bandeamento do gene rDNA 5S e assim gerar informações que possam esclarecer seu status taxonômico.

METODOLOGIA:

A amostragem foi constituída de 16 espécimes de Prochilodus, sendo que desse total, seis eram provenientes de rios amazônicos e os demais oriundos de bacias hidrográficas maranhenses (quatro do rio Pindaré, quatro do rio Mearim e dois do rio Itapecuru). Para a coleta foram utilizadas redes de malhadeiras de vários milímetros e tarrafas. A identificação dos espécimes foi realizada utilizando-se literaturas específicas sendo que a identificação dos exemplares provenientes do rio Itapecuru já foi confirmada por especialista do MZUSP- Museu de Zoologia da USP (voucher – 104603). A extração de DNA foi realizada a partir do tecido muscular, utilizando-se o protocolo de fenol-clorofórmio. O isolamento e amplificação da região genômica foi realizada através da técnica de Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) usando-se primers específicos. O produto da PCR foi aplicado em gel de agarose a 1% corado por brometo de etídio, submetido a uma corrida eletroforética e o resultado final pode ser visto em transluminador sob luz UV. O gel foi fotografado para posterior análise do padrão de bandas observado nos diferentes espécimes de Prochilodus.

RESULTADOS:

O padrão de tamanho de bandas do gene rDNA 5S foram analisados nos 16 espécimes avaliados, sendo que o número de bandas nítidas geradas por esta técnica nos indivíduos avaliados variou de dois a quatro. Pode-se observar que os padrões de banda fornecidos por esse gene, para as espécies P. lacustris e P. nigricans foram semelhantes dentre todos os espécimes analisados, indicando, portanto se tratarem de uma única espécie. Estes dados corroboram com Silva et al. (2008) e Silva et al. (2011) que através de estudos com os marcadores moleculares rRNA 16S e COI, apontaram essas duas espécies como sendo apenas uma.

CONCLUSÃO:

Os resultados contribuem para o esclarecimento da problemática taxonômica entre estas populações, determinando o status específico do estoque de Prochilodus do Norte e Nordeste e vem a sustentar a hipótese, apresentado com o uso de outros marcadores moleculares como rRNA 16S e COI, de que as espécies que ocorrem no Maranhão (identificadas como P. lacustris) e Amazônia (P. nigricans) sejam as mesmas. Assim o marcador molecular rDNA 5S teve papel importante na identificação do status taxonômico desse grupo, pois mostrou através dos padrões de bandeamento tratar-se de uma única espécie.

Palavras-chave: Curimatá, Taxonomia, PCR.