64ª Reunião Anual da SBPC |
E. Ciências Agrárias - 7. Ciência e Tecnologia de Alimentos - 3. Tecnologia de Alimentos |
CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DA PIMENTA-DE-MACACO (Piper aduncum L.) ORIGINÁRIA EM TERESINA-PI |
Máyna Reis Lopes de Andrade 1 Fernanda Marques Farias de Araújo 1 Poliana Brito de Sousa 1 Josiel da Silva Valadão 2 Manoel de Jesus Marques da Silva 3 Vera Lúcia Viana do Nascimento 4 |
1. Aluna de Graduação do Curso de Tecnologia em Alimentos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí- IFPI 2. Aluno de Graduação do Curso de Tecnologia em Alimentos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí- IFPI 3. Técnico de Laboratório do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí - IFPI 4. Profª./Orientadora do Curso de Tecnologia de Alimentos do Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia do Piauí (IFPI) |
INTRODUÇÃO: |
A espécie Piper aduncum L. ocorre naturalmente na Amazônia (MOTA, et al., 2001a). Comumente conhecida como pimenta-de-macaco, a espécie Piper aduncum L. produz um óleo essencial com grande potencial de exploração, tendo comprovada ação analgésica e anti-inflamatória com baixos níveis de toxicidade e ação sobre fitopatógenos de culturas tradicionais. O óleo produzido pela espécie é rico principalmente em safrol e dilapiol, que são compostos de interesse às indústrias de perfumes e que fabricam produtos fitossanitários. Entretanto, é uma espécie ainda não muito domesticada havendo poucos estudos acerca da mesma. Araújo et al. (2003), relataram as características biométricas de suas espiguetas, o número de sementes por espigueta e o peso de 1000 sementes, verificando os seguintes resultados: para P. aduncum, número de espiguetas por plantas (1072), comprimento da espigueta (10,3 cm), peso da espigueta (1,90 g), número de sementes por espigueta (1207) e peso de 1000 sementes (0,193 g). Desta forma a pimenta-de-macaco (Piper aduncum L.) possuindo grande potencial de exploração devido suas propriedades inseticidas e medicinais objetivou-se avaliar as características físico-químicas e centesimais desta planta originária da cidade de Teresina-PI. |
METODOLOGIA: |
A pimenta-de-macaco (Piper aduncum L.) in natura foi adquirida em um mercado local de Teresina-PI. Sendo esta acondicionada em caixas térmicas e transportada para o Laboratório de Tecnologia de Alimentos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí (IFPI), onde foi armazenada sob refrigeração para serem avaliadas as seguintes características físico-químicas: acidez total titulável (ATT) em ácido cítrico; sólidos solúveis totais (SST); pH; umidade; vitamina C e cinzas. Feitas de acordo com as normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz (IAL, 2008). |
RESULTADOS: |
Os resultados foram comparados aos de Valverde (2011) sobre a pimenta malagueta, pois na literatura há poucos trabalhos acerca da pimenta-de-macaco. A acidez total titulável apresentou média 2,39±0,15 superior a encontrada por Valverde (2011) que obteve (0,0353 ± 0,043) para a pimenta malagueta. Já o pH de 4,95±0,10, variou pouco comparado ao trabalho confrontado que foi de 5,48 ± 0,053, porém ambas pimentas segundo Paschoalino (1989) possuem pH não adequado para a conservação de pimenta em vidro, que é entre 4,0 e 4,5. O valor médio de 2,06 ± 0,11 para SST (°Brix) é considerado baixo, onde o baixo teor desses constituintes na matéria-prima implicam em maior adição de açucares, maior tempo de evaporação da água e menor rendimento do produto, segundo Pinheiro et al. (1984). A média para umidade de 50,6±1,15 foi superior ao encontrado por Valverde (2011) de 29,4±0,100, sendo a pimenta-de-macaco menos estável e propicia a deterioração e processamento do que a malagueta. A média da vitamina C (0,89±0,06) apresentou-se inferior comparada a de Valverde (2011) que foi de 121,5 ± 0,300 podendo ser explicada pelo fato da vitamina C ser volátil ocorrendo perca da mesma nas análises. Já para cinzas a média de 3,42±0,20g/100g, mostrou ser alta quando comparada ao valor da malagueta. |
CONCLUSÃO: |
Perante as análises realizadas e os resultados obtidos, pode-se concluir que a pimenta-de-macaco “in natura” comercializada no mercado de Teresina-PI possui características não muito apropriadas para o consumo humano, no entanto é uma excelente opção para o mercado de plantas medicinais e produtos inseticidas. |
Palavras-chave: Piper aduncum L., características físico-químicas, propriedades medicinais. |