64ª Reunião Anual da SBPC

C. Ciências Biológicas - 11. Morfologia - 1. Anatomia Animal

Estudo anatômico de esqueleto de raposa da espécie Credocyon thous

Priscilla Fernanda Fernandes Rodrigues 1 Andressa Isabela Ferreira da Silva 1 Franciany de Oliveira Souza 1 Leide Dayane do Nascimento Matos 1 Mayane Bezerra Melo 1 Ligia Almeida 2

1. Depto de Química e Biologia - UEMA 2. Profa. Dra./ Orientadora - Depto de Química e Biologia - UEMA

INTRODUÇÃO:

A classe dos mamíferos é caracterizada por sua maior complexidade anatômica, envolvendo os sistemas esquelético, muscular, circulatório, digestório, respiratório e excretor. Nos mamíferos, encontramos a completa ossificação das estruturas ósseas, para a proteção dos órgãos vitais destes. Nessa classe insere-se o animal em estudo, Cerdocyon thous. Também conhecido como cachorro do mato, lobete ou guaraxaim, está amplamente distribuído pela América do Sul, habitando em regiões costeiras e montanhosas. Tais animais são noctívagos, isto é, possuem hábitos noturnos. Medem, aproximadamente, 65 cm de comprimento e chegam a pesar entre 5 a 9 quilos, possuem pelagem cinza-clara de base amarelada e faixa dorsal negra, que se estende da nuca à ponta da cauda. O trabalho teve como objetivo realizar a montagem do esqueleto de raposa da espécie C. thous e identificar características anatômicas do seu esqueleto, analisando as estruturas ósseas e relacionando-as à sua funcionalidade.

METODOLOGIA:

Durante a disciplina Anatomia Comparada de Vertebrados do curso de Ciências Biológicas da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) foi proposta a montagem de esqueleto de raposa cedida pelo Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS), órgão gerenciado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, IBAMA. O material biológico foi conservado em freezer no Laboratório de Morfofisiologia Animal, localizado no Departamento de Química e Biologia da UEMA, até sua manipulação. O processo foi dividido em etapas: preparo do animal, maceração, preparo dos ossos e montagem. Durante o preparo do animal, foi retirado o tegumento, musculatura e órgãos, com o auxílio de bisturis e tesouras. Na maceração, o corpo foi acondicionado em uma cuba com água de modo que ficasse totalmente submerso. Foram realizadas trocas periódicas de água e a desarticulação dos membros. Em seguida, iniciou-se o preparo dos ossos, os quais foram lavados com água corrente e detergente para a retirada de gordura e tendões. E ainda, colocados em solução de peróxido de hidrogênio, diluído em água, por 10 minutos e levados para secagem ao ar livre. Por fim, a montagem do esqueleto, em que foram usados colas, hastes de aço, suporte de madeira e livros e sites para obtenção de imagens.

RESULTADOS:

Com a retirada do tegumento, músculos e vísceras, não foi possível a realização de uma análise mais aprofundada das peças anatômicas. Supõe-se que devido ao mau acondicionamento e manuseio, estas tenham sido danificadas. Com a desarticulação do animal, foi relevante a observação das primeiras vértebras cervicais, Atlas e Axis, respectivamente, e dos tendões, atentando para a capacidade de movimentação que proporcionam. Depois de totalmente desarticulado e limpo, os ossos foram clareados para dar-se início a montagem do esqueleto. Primeiramente, os dentes foram colados, podendo-se visualizar uma secção na linha média da mandíbula. Observou-se que sua coluna vertebral é composta de sete vértebras cervicais, treze torácicas, sete lombares, o osso sacro e vinte uma caudais, possui também treze pares de costelas, sendo uma flutuante e as outras falsas, uma vez que não são ligadas diretamente ao esterno, o qual é constituído de oito ossículos. Montaram-se os membros torácicos e pélvicos, com todos os seus respectivos constituintes, incluindo os ossos sesamóides. O aparelho hióde, que se insere à base do crânio, foi preservado, assim como o osso esplâncnico, ou visceral, encontrado no pênis do animal envolto de tecido muscular.

CONCLUSÃO:

A partir da montagem do esqueleto da raposa, foi possível a identificação de todas as suas estruturas ósseas, pois não houve perda do material. O esqueleto apresentou características próprias da família, assim como do gênero e da espécie. A realização do trabalho mostrou-se de grande aproveitamento, dando oportunidade de aprofundar o conhecimento sobre o sistema esquelético da espécie em estudo.

Palavras-chave: Cerdocyon thous, Osteotécnica, Esqueleto.