64ª Reunião Anual da SBPC |
E. Ciências Agrárias - 7. Ciência e Tecnologia de Alimentos - 4. Ciência e Tecnologia de Alimentos |
EXTRAÇÃO DE ÓLEO DE MURICI (Byrsonima verbascifolia L) |
Euzedith Sousa e Silva 1 José de Ribamar Macedo Costa 2 |
1. Engenharia de Alimentos - UFMA 2. Prof. Msc./ Orientador - Engenharia de Alimentos - UFMA |
INTRODUÇÃO: |
A região dos cerrados, com seus 204 milhões de hectares – aproximadamente 25% do território nacional – apresenta grande diversificação faunística e florística em suas diferentes fisionomias vegetais. Dentre os frutos do cerrado destacam os seguintes: Baru, buriti, cagaita, jatobá, macaúba, mangaba, pequi, pitomba e murici (CHAVES, 2003). O murici é uma fruteira arbustiva pertence à família Malpighiaceae, com frutos amarelos, medindo de 1 a 2 cm, de sabor exótico sem paralelo dentre as fruteiras amazônicas. Sua colheita vai de dezembro a abril. Fruto carnoso de sabor forte, o murici é agridoce e oleoso. Consumido in natura e usado na fabricação de doces, sucos, sorvetes e licores, é encontrado em 11 estados brasileiros. Possui várias espécies e, por isso, pode ser encontrada em cores diferentes, dependendo do local da sua ocorrência. A estimativa é que o gênero Byrsonima possua mais de 200 espécies, sendo que 100 delas estão amplamente distribuídas no País, a maioria encontrada na região amazônica (MARIANO, 2008). |
METODOLOGIA: |
O murici obtido em feiras da cidade de Imperatriz-MA foi higienizado (hipoclorito de sódio a 1%), despolpado e então desidratado no liofilizador (-56°C/ 40 h, 240 mHg). As amostras de polpa fresca, assim como o material processado foram submetidas às análises de umidade (IAL 012/IV), proteínas (IAL 036/IV), teor fibra bruta (IAL 044/IV), carboidratos totais (por diferença), cinzas (IAL 018/IV), acidez (IAL 016/IV). A extração do óleo foi realizada sohlext com hexano P.A, com relação (m/v) de 50g/250 mL, por 3 horas. Para o óleo obtido foram determinadas a acidez (IAL 325/IV), densidade (IAL 337/IV), índice de refração (IAL327/IV), índice de saponificação (IAL 328/IV). |
RESULTADOS: |
A estrutura do fruto do muricizeiro introduz uma dificuldade tecnológica para extração do óleo, limitando-a a extração por solvente da polpa desidratada. A polpa de murici obtida apresentou umidade (m/m) 75,91 ± 0,01%, proteína (m/m) 0,79 ± 0,12%; lipídeos (m/m) 2,73 ± 0,30%; carboidratos (m/m) 20,07 ± 1,51%; cinzas (m/m) de 0,50 ± 0,01% e acidez titulável de 3,26 ± 0,01 mg/g. A caracterização do óleo obtido por extração com hexano mostrou valores de acidez titulável 27,19 mg de KOH/g, índice de saponificação 110,39 mg de KOH/g; índice de refração 1,4658 (a 20°C) e densidade 0,9224 g cm-3. O óleo de murici obtido funde próximo de 8 - 10 °C. Estes valores são semelhantes àqueles referenciados para óleo de soja, indicando a aplicabilidade deste óleo como ingredientes em preparações de alimentos. O óleo após desidratação apresenta coloração amarelo ouro do óleo que é devida aos corantes carotenóides presentes na polpa e extraídos pelo solvente utilizado. O aroma marcante do óleo obtido assemelha-se ao cheiro do fruto maduro, devido aos ésteres butíricos e ácidos livres, deixando seu aroma característico nas composições onde é utilizado o óleo. |
CONCLUSÃO: |
Os dados de caracterização do óleo de murici colocam este fruto do cerrado como uma promissora fonte de óleo vegetal comestível, tendo este óleo características físico-químicas semelhantes ao óleo de soja, largamente empregado na indústria alimentícia. |
Palavras-chave: Murici, Óleo de murici, Frutos do cerrado. |