64ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 2. Botânica Aplicada
AVALIAÇÃO FARMACOBOTÂNICA DE AMOSTRAS COMERCIAIS DE FOLHAS DE Laurus nobilis L.
Majela Maria Leal 1
Volney Barroso Marques 2
Wermerson Assunção Barroso 3
Priscila Freitas Santos 4
Abigail Trindade Oliveira Castro 5
Crisálida Machado Vilanova 6
1. Depto. de Farmácia, Lab. de Farmacobôtanica- UFMA
2. Depto. de Farmácia, Lab. de Farmacobôtanica- UFMA
3. Depto. de Ciências Fisiológicas, Lab. de Ensino e Pesquisa em Fisiologia - UFMA
4. Depto. de Farmácia, Lab. de Farmacobôtanica- UFMA
5. Depto. de Farmácia, Lab de Farmacognosia - UFMA
6. Profa. Msc./ Orientadora - Depto.de Farmácia, Lab. de Farmacobôtanica - UFMA
INTRODUÇÃO:
Laurus nobilis L., Lauraceae, é conhecida popularmente como louro-comum, loureiro-de-presunto, sweet-bay (inglês), yui gui (chinês), laurier d’Apollon (francês) e Rand (árabe). Trata-se de uma planta que pode atingir 14 m de altura, de tronco liso, com muitos ramos e folhas, inflorescências amarelas e frutos globosos escuros. As folhas são nitidamente odoríferas e empregadas como condimento alimentar, fonte de óleo essencial na perfumaria, bem como na medicina popular em razão de suas propriedades digestiva, carminativa e antiespasmódica, além de possuir atividades analgésica, anti-inflamatória e antioxidante. Este trabalho objetivou realizar uma avaliação farmacobotânica das folhas de Laurus nobilis L. de diferentes marcas comercializadas em São Luís-MA a fim de avaliar e determinar parâmetros de autenticidade, integridade e pureza.
METODOLOGIA:
A metodologia adotada foi a proposta pela Farmacopéia Brasileira 5ª edição, com algumas modificações realizadas no decorrer da pesquisa. Foram adquiridas folhas secas da espécie Laurus nobilis L. comercializadas em São Luís-MA, amostras estas selecionadas aleatoriamente das marcas comerciais Cheiro Verde (CV) e Ricco (RC). Também se adquiriram amostras vendidas no Mercado Central (MC) da cidade. O material foi levado ao Laboratório de Farmacobotânica, do Departamento de Farmácia, da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), para acondicionamento e devidos estudos. Foi realizada análise macroscópica como tamanho, cor, odor e morfologia externa. Realizou-se também uma análise microscópica a partir de secções transversais, a mão livre, com auxílio de lâmina, na região intermediária do limbo foliar, incluindo a nervura central. Alem de reações histoquímicas que foram feitas com material seco seccionado transversalmente, adicionando-se uma gota dos reativos sobre as amostras em lâmina e observando-se em microscópio, utilizando iodo SR para identificar amido e cloreto férrico para identificar fenóis. Empregou-se hipoclorito de sódio na clarificação e solução de fucsina e safranina como corante. O material foi montado entre lâmina e lamínula com glicerina e observado ao microscópio óptico.
RESULTADOS:
As folhas apresentaram-se concolores verde-cinza e coriáceas, com odor forte e aromático. Verificou-se divergência no contorno, variando de elíptico-lanceolado a oboval-elíptico, oval-lanceolado e oboval-lanceolado. Quanto à base predominou a cuneada, o ápice acuminado, margem de sinuosa a inteira e pecíolo de reto e curvado a biconvexo e côncavo-convexo. Todas as folhas se mostraram íntegras, peninérveas, lisas e glabras. O comprimento e largura foram estatisticamente diferentes, verificando-se, respectivamente, para MC 7.2 ± 0.29 e 3,59±0.29cm, para RC de 9.8±0.54 e 3,77±0.29cm, e para CV de 6.24±0.39 e 2.8±0.16. Quanto à microscopia, a epiderme apresentou células isodiamétricas, colênquima anelar, mesofilo dorsiventral composto por uma a duas camadas de parênquima paliçádico e três a quatro fileiras de parênquima esponjoso. A amostra da marca CV mostrou cutícula moderadamente espessada na face abaxial, quando comparada com as demais amostras. Presença em todas as marcas de várias células secretoras, grandes e relativamente arredondadas, próximas a epiderme, dispersas no parênquima fundamental e no mesofilo. Foi observada a presença de fenóis e amido nas três amostras analisadas, sendo as das marcas CV e RC em maior proporção do que a do MC.
CONCLUSÃO:
As observações podem ser utilizadas como critério de identificação do vegetal e na garantia da qualidade do farmacógeno. Não há registro na literatura de um padrão foliar para L. nobilis L. e pelos resultados pode-se constatar uma dificuldade em se estabelecer características morfológicas devido à variabilidade observada. Portanto, os testes histoquímicos de fenóis e amido, bem como a análise morfoanatômica, contribuem para a caracterização da espécie e para o estabelecimento de parâmetros de análise para as folhas de L. nobilis L.
Palavras-chave: Laurus nobilis L., Morfoanatomia, Histoquímica.