64ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 5. História - 8. História Regional do Brasil
OS POVOS CIGANOS NO MARANHÃO
Francinete Santos Braga 1,3
Luiz Alves Ferreira 1,4
Bruno Vinícius Santos Braga 2
1. PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE E AMBIENTE DO NÚCLEO DE EXTENSÃO E PESQUISA COM COMUNIDADES NEGRAS RURAIS QUILOMBOLAS E INDÍGENAS-NURUNÍ-UFMA
2. FISIOTERAPIA-UNICEUMA.
3. nete2010@yahoo.com.br
4. luiz_brejo@yahoo.com.br
INTRODUÇÃO:
As origens dos povos ciganos continuam envoltas em grandes mistérios. Suas histórias sempre foram transmitidas pela tradição oral, não deixando registros precisos. Alguns especialistas acreditam que eles surgiram na Índia, por causa de seu idioma. Mas também existem indícios que apontam para outras regiões. Assim, é provável que tenham surgido alguns milênios antes de Cristo. Deslocaram-se do Oriente para o Ocidente até chegarem à Europa no fim do século XIV. Nessa época, perseguidos pela Inquisição, o tribunal da Igreja Católica que julgava crimes contra a fé, suas crenças oscilavam do paganismo ao cristianismo, o que bastava para serem acusados de heresia. O pior é que os preconceitos em relação à religiosidade, à cultura e ao modo de vida nômade desse povo não ficaram restritos à Idade Média. Séculos mais tarde, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), os alemães mataram cerca de 400 mil ciganos, vítimas da ideologia nazista que defendia uma raça supostamente pura, a ariana, na Europa. No século XVII, os ciganos já haviam se espalhado por todos os países da Europa, América e África. O documento mais antigo referente à presença dos ciganos no Brasil é de 1574. Além de migrarem voluntariamente, esses grupos também foram historicamente submetidos a processos de deportação, subdividindo-se vários clãs, denominados segundo antigas profissões procedência geográficos, que falam línguas ou dialetos diferentes.
METODOLOGIA:
Revisão bibliográfica;
Viagens para verificação in loco;
História oral contadas pelos moradores dos clãs.
RESULTADOS:
De acordo com a historiadora, Andréa Lisly Gonçalves, as proibições se estenderam à América portuguesa pelo menos até fins do século XVII, quando o destino dos ciganos condenados ao degredo pelas autoridades portuguesas era a África. Em 1754, o governador de Angola, o conde da Cunha, defendeu, sem êxito, que a metrópole promovesse a emigração de ciganos que, por sua resistência ao clima, seriam úteis à defesa de Angola, ajudando na concretização de seu projeto de instalação de uma fortificação que serviria de base para a travessia da África. Dessa forma em 1698 se registra a chegada da primeira leva de pessoas da etnia Calon ou Kalé ao Maranhão, deportada de Portugal. Essa etnia compunha a maioria do grupo cigano da Península Ibérica. A escolha do Maranhão não era, de modo algum, aleatória: o destino dos degredados seria as áreas menos densamente ocupadas pelos colonizadores, nas quais o espaço seria disputado com os índios. Ainda que segregados na metrópole, dava-se preferência aos ciganos, e não ao gentio da terra, no processo de ocupação de determinadas áreas da colônia portuguesa na América. Assim a discussão dar-se á em torno da localização dos ciganos no Maranhão.
CONCLUSÃO:
A pesquisa ainda está em curso, mais já podemos adiantar algumas considerações, apreendidas, entre as quais, que O Brasil tem a segunda maior população cigana do mundo, cerca de 1,3 milhões. A maioria faz parte dos clãs Calon, que veio fugida de Portugal. No Estado do Maranhão chegam aproximadamente a quatro mil, existem milhares de castas distintas mais em sua maioria são do clã Rom, tornaram-se sedentários e estão estabelecidos nos seguintes municípios: Codó, Coroatá, Caxias, Chapadinha, Miranda do Norte, Mirinzal, Pirapemas, Pinheiro, Timon, Turilândia e Vargem Grande, vivem a segregação social ,racial e espacial resultante das desigualdades,preconceitos e falta de políticas publicas especificas para o povo cigano. Entre as poucas ações governamentais adotadas recentemente está à instituição, em 2006, do Dia Nacional do Cigano, 24 de maio. A data é uma homenagem à padroeira Santa Sara Kali. No entanto, não temos nenhuma ação ligada à educação, saúde e programas assistenciais para os ciganos. “Não temos uma política para as comunidades ciganas, mas estamos trabalhando na perspectiva de ter”, afirmou a secretária de Políticas para Povos e Comunidades Tradicionais da Secretaria de Políticas e Promoção da Igualdade Racial (Seppir). A idéia é que cada ministério defina ações e destine recursos para execução de políticas voltadas a esses povos.
Palavras-chave: CIGANOS, MIGRAÇÃO, MARANHÃO.