64ª Reunião Anual da SBPC |
F. Ciências Sociais Aplicadas - 12. Educação Física e Esportes - 1. Educação Física e Esportes |
A PRÁTICA DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR NA CONSTRUÇÃO DA AUTONOMIA EM ALUNOS DO 3º CICLO DO ENSINO FUNDAMENTAL |
Phillipe Beraldi de Albuquerque 1 Sandra Beltran-Pedreros 2 |
1. Formando - Licenciatura em Educação Física - Faculdade La Salle Manaus 2. Profa. Dra./Orientadora - Coordenação de Pesquisas - Faculdade La Salle Manaus |
INTRODUÇÃO: |
A contrução da autonomia no ensino da Educação Física é um aspecto pouco objetivado pelos professores e pouco pesquisado. A educação contemporânea leva a uma submissão, a pensar pelo outro, a ser autômato e não autônomo, mas a Educação Física possibilita aos alunos vivenciar diferentes contextos, refletir sobre suas ações, resolver conflitos e assim construir sua autonomia. Essa construção garante a formação de indivíduos mais conscientes, mais críticos ao que lhes é posto como verdade, e assim mais autônomos. A Educação Física em sua didática deve ser trabalhada com harmônia entre os conteúdos em todas as suas dimensões e os outros campos do conhecimento e; possibilitar aos alunos construir aprendizagens significativas essenciais para uma educação que vise o desenvolver autônomo. Essa realidade não é vivenciada pelo nosso sistema educacional, e para que ocorra uma melhora no ensino da Educação Física Escolar é preciso haver mudanças didáticas. A pesquisa objetivou analisar as contribuições das atividades desenvolvidas nas aulas de Educação Física na construção da autonomia dos alunos, mediante a verificação das dimensões do conteúdo da disciplina que mais são abordadas na construção da autonomia, e a avaliação do conhecimento dos professores sobre uma Educação para a Autonomia. |
METODOLOGIA: |
A pesquisa dedutiva de caráter descritiva, qualitativa e quantitativa foi desenvolvida em duas Escolas Estaduais da zona norte de Manaus, onde foi observada a prática de dois professores de Educação Física (M e D) do 3º ciclo do ensino fundamental. Durante a observação não participativa das aulas (10 por professor) foram identificados os conceitos que evidenciam uma educação para a autonomia de: CONFEF (2002); PCN (2000); Paixão (2001); Gonçalves (2001); Darido (2005); Freire e Scaglia (2003) e dada uma nota de 1 a 5 na escala de Likert, sendo 5 uma aplicação total dos conceitos. Adicionalmente, se contou com o planejamento de cada professor para verificar o acompanhamento do mesmo e se realizou uma entrevista com três questionamentos, que avaliaram o conhecimento acerca de Educação, Autonomia, e Educação Física Escolar. Os resultados se apresentam como a média obtida por cada professor ao longo das 10 aulas observadas e analisados estes valores com base nas respostas da entrevista e o grau de trabalho dos conceitos para a autonomia por autor. |
RESULTADOS: |
A prática dos professores para a construção da autonomia dos alunos e a geração de condições ambientais para que o aluno possa agir com autonomia foram bem trabalhadas por M (3,4 e 3,0 respectivamente) ao dar atividades manuais a serem realizadas por grupos, que desafiaram a organização, responsabilidade e criatividade, permitindo a avaliação da aprendizagem em qualquer momento do planejamento. Já, D limitou-se a indicar ações a serem executadas (2,3 e 2,2). O ensino valorando o trabalho do aluno na construção de seus conhecimentos faltou nas aulas de D. Propiciar um ambiente equilibrado para o desenvolvimento da adolescência foi mais bem trabalhado por M (3,1), já que D (2,1) teve dificuldade em manter disciplina, respeito, harmonia e, não soube dirimir conflitos. Procedimentos, fatos, conceitos, atitudes e valores dos conteúdos foram coerentes em M (3,3), uma avaliação biométrica dos alunos foi usada ensinar diversos conceitos, facilitando também a aprendizagem significativa (3,0); enquanto que D (2,3) não explicou a importância da informação, passando a não ter importância para os alunos (2,1). O planejamento base esteve sempre presente em ambos os professores (5,0 para ambos), mas em geral a ação pedagógica de M foi mais bem desenvolvida (3,5) que a de D (2,8). |
CONCLUSÃO: |
A ação pedagógica do professor de Educação Física deve ultrapassar a elaboração do planejamento por simples cumprimento, este deve ser pensado para o desenvolvimento da aprendizagem dos alunos, da construção da autonomia e da aprendizagem significativa. As médias entre os dois professores observados revelaram diferenças importante na forma de abordar o ensino da educação física escolar, numa fase do desenvolvimento humano cheia de conflitos, a adolescência. Ainda assim, a ação dos professores poderia ter sido mais comprometida e criativa. Portanto, o que se necessita nas aulas de Educação Física são mais condições favoráveis para que os escolares possam agir com autonomia, pois só se pode aprender autonomia tendo atitudes autônomas, e; essas competem à escola e ao professor. Assim, educar a atitude, para que o aluno aprenda com ela, deveria ser o ponto central de toda a pedagogia. Ainda é necessário que seja trabalhada as dimensões do conteúdo, para que a aprendizagem tenha significado, relacionando os novos conhecimentos, atribuindo e construindo pela interação com o conhecimento prévio relevante. Havendo interação, ambos os conhecimentos se modificam: o novo passa a ter significados para o indivíduo e o prévio adquire novos significados, fica mais diferenciado, mais elaborado. |
Palavras-chave: Ação pedagógica, Aprendizagem significativa, Ensino Aprendizagem. |