64ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 2. Economia e Sociologia Agrícola
TERRA FIRME: PRODUÇÃO AGRÍCOLA E RENDA EM ÁREA PERIURBANA NA CIDADE DE TABATINGA- AMAZONAS
Maércio de Oliveira Costa 1
Reginaldo Conceição da Silva 2
Leide Maria Leal Lopes 1
Raimundo Gonçalves Ferreira Netto 1
1. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas – Campus Tabatinga
2. Universidade Estadual do Amazonas – Centro de Ensino Superior de Tabatinga
INTRODUÇÃO:
Entender as práticas de produção alimentícia dentro do espaço urbano requer, de um lado, uma visão de como a cidade pode ser utilizada para o trabalho típico de área rural e, ao mesmo tempo, sua relação com as atividades comuns de área urbana. Neste estudo, procurou-se obter uma visão geral de como a cidade de Tabatinga – Amazonas está espacializada sob a perspectiva da produção agrícola (horticultura), buscou-se identificar a existência de práticas agrícolas na área periurbana; analisar a quantidade dos produtos cultivados; verificar onde e como é feita a comercialização dos produtos cultivados e por fim, identificar a renda dos trabalhadores agrícolas urbanos de Tabatinga.
Somente conhecendo onde tais práticas são desenvolvidas é possível criar meios de fomentar novas discussões acerca da qualidade de alimentação, geração de alternativas de renda, bem como a canalização de medidas que permitam que tais agricultores urbanos possam desempenhar suas atividades com segurança e comprometimento socioambiental em pequenas e médias cidades, sobretudo as localizadas no interior do Amazonas. Esta medida repercute a problemática que evolve a alimentação e segurança alimentar em diferentes perspectivas de analise sócio espacial.
METODOLOGIA:
Partindo da observação quanto à comercialização de produtos oriundos de hortas, vários questionamentos foram formulados para tentar compreender a dinâmica de produção e comercialização na área urbana de Tabatinga. Dessa forma, a elaboração do projeto seguiu da seleção de literatura especializada sobre a demanda local, a fim de fundamentar os objetivos levantados. Em seguida a elaboração e aplicação do questionário com possibilidade de tratar os dados de forma quantitativa e qualitativa. Tendo como resultados esperados, produzir um perfil agrícola urbano praticado dentro dos diversos bairros da Cidade.
Para tanto, 30 alunos do 2º ano do Ensino Médio, do IFAM-Tabatinga, foram estimulados a participarem como aplicadores dos questionários, por estar estudando a temática de formação e desenvolvimento de atividades econômicas no espaço brasileiro, tendo a possibilidade de uma articulação deste fenômeno partindo da escala local para a global. Outros agentes envolvidos foram os produtores de gêneros alimentícios da Cidade. A metodologia adotada foi à pesquisa Aleatória. Ao todo, foram aplicados 69 questionários em 11 diferentes bairros.
RESULTADOS:
Constatou-se que as praticas agrícolas urbanas em Tabatinga estão espacializada da seguinte forma: a) heterogênea, ou seja, não se localiza em uma porção especifica da cidade; b) varia de 02 a 19 produtores diferentes por bairro; c) os bairros mais afastados são onde se localizam mais agricultores; d) os produtos mais cultivados são: chicória, cheiro-verde, pimentão, pimenta de cheiro e cebolinha. Além dos produtos da horticultura, alguns produtores realizavam o comércio de frutas, tais como: cupuaçu, açaí, acerola, graviola, banana e limão. A produção não é regular, sendo menos praticada no 1º trimestre, já nos demais trimestres, há significativo aumento de produção em todos os bairros devido à redução do índice pluviométrico característico da região neste período. A comercialização é feita de forma simples e, eventualmente, aparece um agente externo à produção: o atravessador. Quanto ao ambiente de comercialização, estes são acessíveis ao consumidor final, principalmente, no Mercado Municipal e ao longo da Avenida da Amizade (Via principal que une Tabatinga-Brasil a Letícia-Colômbia) e, poucos são comercializados na própria residência. A renda dos produtores gira em torno de R$ 550,00 mensais, haja vista que alguns apenas sobrevivem desta atividade profissional.
CONCLUSÃO:
Com base no levantamento preliminar, podemos afirmar que há necessidade de novos e detalhados estudos dessa atividade profissional no seio da cidade, para que possamos quantificar a produção de todos os elementos apontados. Entretanto, as considerações estão inicialmente pautadas em: propiciar maior informação de produção, comercialização e higienização da cadeia produtiva para os agricultores urbanos; fomentar a necessidade de montar uma cooperativa que possa eliminar o agente externo e garantir uma maior renda ao produtor; estruturação técnica de beneficiamento dos produtos; articular uma produção bem como propiciar discussões dentro das Instituições de Ensino envolvidas neste estudo para desenvolver projetos que atinjam tais finalidades e dessa forma aliar à agricultura periurbana à geração de emprego, renda e segurança alimentar para os consumidores destes bens alimentícios. Dentro do principio didático da pesquisa, estimular os educandos a desenvolverem novos projetos que possam articular a vivência aos conteúdos curriculares e assim formar uma nova geração de pesquisadores.
Palavras-chave: Comercialização, Horticultura, Produção agrícola.