64ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 5. História - 1. História da Cultura
Escola sem muros
Luiza Ritz Bertocco 1
Luiz Fernando de Sousa Miranda 1
Rochelle Gutierrez Bazaga 1
Marcela Cristina de Faria 1
Sílvia L. C. M. Campos 1
Clayton Cardoso Romano 2
1. Universidade Federal do Triângulo Mineiro - UFTM
2. Prof. Dr./ Orientador - Depto de Historia – UFTM
INTRODUÇÃO:
O NUEN (Núcleo de ensino), um dos três núcleos existentes dentro do grupo PET- História da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), procurou, também com participação e auxílio de petianos membros dos dois outros núcleos (de pesquisa e o de extensão), analisar as metodologias de ensino de duas escolas nos arredores do bairro Estrela da Vitória, sendo elas: Carmelita Carvalho Garcia e Norma Sueli Borges.
O intuito das atividades realizadas era o de conhecer as relações discente/docente, professor/comunidade, escola/universidade, a expectativa dos alunos, e a concepção de educação e da didática nestes locais. Além de registrarmos as entrevistas com professores das duas escolas e da UFTM, pudemos realizar, por fim, um documentário constando diversas visões sobre o tema.
METODOLOGIA:
Pelo fato da dificuldade para conseguirmos bons recursos para filmagem em nossa instituição, fizemos o que pudemos com duas câmeras da instituição (uma de mão e outra maior).
Para a realização e edição dos vídeo, foram necessárias algumas oficinas sobre filmagem ministradas pelo professor Wagner Teixeira da UFTM, auxílio de um graduando do nosso curso, e, já que não tínhamos muita estrutura para isso, um pouco de amadorismo.
Os métodos eram simples, de certa forma: a) Os petianos precisaram ir às escolas, marcar entrevistas com professores destas e também da UFTM; b) desenvolver questões pertinentes às entrevistas e que gerassem uma boa discussão; c) entender dos diversos contextos que a pedagogia pode estar inserida; d) relacionar os altos índices de analfabetismo no bairro popular e a questão da expectativa dos alunos com relação à educação, o estímulo da família, o tempo disponibilizado ao estudo fora da escola, a questão da qualidade de ensino, dentre outros. Além disso, os petianos estudaram bibliografias próprias ao tema de estudo, para depois, agirem no bairro e nas escolas.
RESULTADOS:
Realizamos idas revezadas ao bairro e às escolas, e contatos com professores quando era possível, mas o que notamos foi a dificuldade da recepção. Na escola Norma Sueli Borges, tivemos uma abertura maior para nos comunicarmos com professores, diretores, inspetores, pessoal da secretaria, dentre outros. A produção final foi um documentário de aproximadamente trinta minutos intitulado “Escola sem muros”, tratando sobre as diversas visões sobre educação, como de professores e funcionários das escolas já citadas, professores de nossa universidade dos departamentos de História e Educação. O interessante é que dentro de uma mesma escola há várias interpretações e opiniões, como por exemplo, se a metodologia e o planejamento da instituição escolar é viável para todos os professores, se o uso de uma apostila de uma escola particular e de “boa qualidade” da cidade de Uberaba poderia ser usada sem problemas nessas escolas mais periféricas e, acima de tudo, se os alunos realmente usufruem e têm estrutura para darem conta do modelo proposto por elas.
CONCLUSÃO:
Quando conseguimos assistir a uma aula de uma professora de História, percebemos que nossa presença era vista como algo problemático, como se quiséssemos introjetar inovações nas escolas, analisar profundamente e julgar a metodologia de ensino dos professores de lá, comparando com os da universidade, insinuando que temos idéias renovadoras para a escola, diferentes das usadas pelos professores das escolas que analisamos. Porém, não era e não é essa a nossa intenção, até por que não existe metodologia melhor ou pior simplesmente, para isso, é preciso analisar primeiramente o contexto de onde será realizada tal metodologia, saber se é viável. Além disso tudo, como se não bastasse, cada aluno é único, e cada um tem as suas particularidades que devem ser notadas por professores daqui e dali. Ao retratar em vídeo-documentário o cotidiano das duas escolas localizadas na periferia de Uberaba, o PET História buscou romper com estes e outros cismas, demonstrando na prática que é possível unir escola e universidade, numa integração efetiva, numa multiplicidade de conexões de saberes.
Palavras-chave: prática docente, documentário, entrevistas.