64ª Reunião Anual da SBPC |
A. Ciências Exatas e da Terra - 3. Física - 2. Ensino de Física |
ENSINANDO ASTRONOMIA PARA ALUNOS SURDOS |
Niviane Oliveira Santos 1 Edna Menezes Santos 2 Jadiane Oliveira de Andrade 3 Celso José Viana-Barbosa 4 |
1. Depto. de Física- UFS 2. Depto. de Física- UFS 3. Depto. de Física- UFS 4. Prof. Dr./Orientador- Depto. de Física- UFS |
INTRODUÇÃO: |
A população dos surdos se caracteriza por ser linguisticamente diferente da população ouvinte, já que a linguagem dos ouvintes é uma língua oral auditiva, e a Língua Brasileira dos Sinais (LIBRAS), linguagem dos surdos, é visual-gestual. É um grande desafio ensinar física aos surdos, principalmente por não haver formação necessária na área de LIBRAS por parte dos professores de física. A partir do ponto de vista psicológico e pedagógico, Vygotsky (1983) afirmava que se deve e se pode encarar a criança surda com o mesmo padrão que uma criança “normal”. Seguindo essa linha de pensamento as bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência (PIBID), montaram uma aula sobre astronomia para alunos surdos do ensino fundamental de uma escola pública de Itabaiana/SE, com o propósito de promover aos alunos surdos à oportunidade de conhecer os fenômenos físicos através de materiais multissensoriais, ampliando assim a chance de se ter um aprendizado significativo. |
METODOLOGIA: |
Para desenvolver o trabalho foi necessário a ajuda de uma intérprete para intermediar a aula entre as bolsistas e os surdos, onde utilizamos materiais visuais como slides por meio de várias figuras relacionados com a astronomia. Os conceitos trabalhados foram: eclipse solar e eclipse lunar, o sistema solar (planetas: Terra, Marte, Vênus, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno, Mercúrio) e as faces da lua (minguante, cheia, nova, crescente). Apresentamos também um experimento, afim de, mostrar as faces da lua onde procuramos explorar se houve aprendizagem e compreensão do que foi ensinado. O experimento era constituído de uma caixa revestida de papel preto, contendo um orifício de cada lado e um orifício maior para encaixar a lanterna, uma bola de isopor e uma lanterna. No final os alunos construíram um modelo de um sistema solar através de figuras mostradas no slide. Os dados obtidos foram constituídos por gravação de áudio e vídeo da aula. |
RESULTADOS: |
Nesse trabalho foi possível observar através da análise dos vídeos uma grande participação dos alunos. O interesse e a curiosidade dos mesmos pelo conteúdo abordado foram evidenciados durante a aula. Observamos que a participação dos alunos ia aumentando à medida que eles eram estimulados, destacando que o processo de comunicação com os discentes sobre os conceitos de astronomia mostrou-se complexo, já que houve algumas lacunas nos conteúdos ensinados, pois havia uma série de conceitos sobre o tema que não possui sinal em libras, contudo a interprete através do alfabeto manual conseguia, por exemplo, descrever o nome dos planetas. |
CONCLUSÃO: |
Com base nas observações e análises feitas, envolvendo o ensino de Astronomia com ajuda de intérprete, concluímos que os resultados foram bastante satisfatórios, pois foi mostrado um grande interesse e entusiasmo pelo assunto abordado. É de extrema importância que o professor conheça e compreenda a LIBRAS como forma de comunicar-se com o aluno surdo, entretanto esta linguagem não contém muitas palavras e termos físicos que possibilite a comunicação de significados para os discentes surdos. É necessário que exista um apoio constante e empenho de professores e intérpretes para que o aluno surdo tenha uma melhor compreensão dos significados físicos. |
Palavras-chave: Astronomia, Ensino-aprendizagem, Alunos surdos. |