64ª Reunião Anual da SBPC |
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 7. Enfermagem |
PREPARO E ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS: FONTES POTENCIAIS DE ERROS NA PRÁTICA DA ENFERMAGEM EM UM HOSPITAL PÚBLICO |
Ellen Cindy Silva de Sousa* 1 Maria Ribeiro de Jesus dos Santos 1 Paulo Roberto Silva Ribeiro 2 |
1. CCSST – Curso de Enfermagem – UFMA – Imperatriz, MA. 2. Prof. Dr./Orientador – CCSST – Curso de Enfermagem – UFMA – Imperatriz, MA. |
INTRODUÇÃO: |
O preparo e a administração de medicamentos são processos de responsabilidade da enfermagem e para sua execução é necessária a aplicação de princípios técnico-científicos que fundamentam a ação do(a) enfermeiro(a). Este processo requer resultado de segurança, eficiência e responsabilidade, para isso a equipe de enfermagem deve compreender os efeitos dos fármacos, administrando-os corretamente e monitorando as respostas do cliente. A utilização de medicamentos é uma das intervenções mais utilizadas no ambiente hospitalar, no entanto, estudos, ao longo dos últimos anos, têm evidenciado a ocorrência de erros na administração de medicamentos, causando prejuízos aos pacientes, podendo causar efeitos tóxicos com lesões e até a morte. Para a garantia de segurança aos pacientes na utilização dos medicamentos, faz-se necessário que os profissionais envolvidos no sistema de medicação tenham o conhecimento e o entendimento do conceito de erro na medicação de maneira clara, para que possam identificar o erro bem como as situações facilitadoras para sua ocorrência. Diante deste contexto, o presente estudo teve como objetivo avaliar as fontes potenciais de erro de medicação entre profissionais de enfermagem de um hospital público |
METODOLOGIA: |
Este trabalho resultou de um estudo transversal e descritivo, de caráter qualitativo e quantitativo; realizado no Hospital Regional do Município de Augustinópolis – TO, no período de outubro de 2011 a janeiro de 2012. A população alvo foi constituída de 21 profissionais de enfermagem que têm a medicação como rotina de trabalho em sua prática. Os dados foram obtidos após a solicitação do consentimento por escrito, onde se leu o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) para a participação em pesquisa para o profissional e, em seguida, foi solicitada a sua assinatura. Para a coleta dos dados utilizou-se um questionário estruturado e baseado na investigação de fontes potencias de erro de medicação com emprego de cenários. Este instrumento possibilitou o levantamento das percepções de situações facilitadoras do erro, vivenciadas na prática assistencial dos participantes. A confecção deste instrumento foi baseada em estudos e de possíveis situações de erro observadas na prática da assistência de enfermagem. Estas situações foram estruturadas em cenários e adaptadas ao contexto do hospital estudado. Além disso, foram elaborados indicadores que forneceram a caracterização da amostra: sexo; idade; escolaridade; tempo de atuação profissional na enfermagem e setor de trabalho. |
RESULTADOS: |
Neste estudo observou-se que a maioria dos indivíduos investigados trabalha na emergência (25%), é do sexo feminino (75%); com idade entre 31 a 40 anos (45%), possuidores do ensino superior completo (50%) e com tempo de atuação na enfermagem de até 10 anos (65%). 80% desses indivíduos relataram que sempre encontram prescrições medicamentosas manuscritas de difícil compreensão ou ilegíveis e 55% afirmaram que já as encontraram redigidas de forma incompleta como, por exemplo, a ausência da dosagem. 55% dos profissionais afirmaram que, às vezes, os medicamentos administrados não são checados na prescrição. Para 40% destes, quando o paciente não se encontra no setor, no momento da administração do medicamento, nem sempre a equipe providencia para que o mesmo seja administrado. 45% dos indivíduos relataram que já foram detectadas algumas reações a medicamentos após a administração dos mesmos e 55% dos profissionais citaram a presença de flebites ou infiltrações de solução em regiões corpóreas que possuem ou possuíram venóclise. Além disso, 50% dos investigados já detectaram medicamentos diferentes contidos em frascos e apresentações muito semelhantes, aumentando o risco de erro na administração dos mesmos. |
CONCLUSÃO: |
Esta pesquisa permitiu observar que as principais fontes de erros na medicação estão relacionadas com a deficiência de comunicação na equipe de saúde, a falta de atenção do profissional durante da administração e monitorização de medicamentos e com a dificuldade dos profissionais de enfermagem em entenderem as prescrições médicas. Assim, em relação ao sistema de medicamentos como um todo, pode-se concluir que, na percepção dos participantes, os processos de seleção e prescrição de medicamentos possuem o maior risco de promover um erro na medicação, enquanto que os processos de distribuição têm menor possibilidade de promover estes erros. Dessa forma, há a necessidade da realização de oficinas de capacitação e orientação para os profissionais da saúde do Hospital Regional do Município de Augustinópolis – TO, acerca da temática que envolve erros na medicação, com o propósito de contribuir para a prevenção dos mesmos. |
Palavras-chave: Preparo de medicamento, Administração medicamentosa, Erros na medicação. |