64ª Reunião Anual da SBPC |
C. Ciências Biológicas - 5. Ecologia - 4. Ecologia |
LEVANTAMENTO RÁPIDO DA HERPETOFAUNA EM UMA SUBUNIDADE DA FLORESTA NACIONAL DE TEFÉ-AM. |
Márcia Andréa de Oliveira Lemos 1 Vanielle Medeiros Vicente 1 Jacó Rocha da Silva 1 Kaciane Pereira Egino 1 Rosiely Silva Cabús 1 Juliana Vaz e Nunes 2 |
1. Acadêmicos do curso de Licenciatura em Biologia, Universidade do Estado do Amazonas, CEST/AM 2. Profa. MsC./ Orientadora, Universidade do Estado do Amazonas, CEST/AM |
INTRODUÇÃO: |
A Bacia Amazônica compreende aproximadamente 60% da área de florestas úmidas do planeta. Dada sua magnitude, é de enorme importância para a conservação da biodiversidade. A Floresta Nacional de Tefé – AM, criada em 1989, integra o Corredor Central da Amazônia e, embora apresente mais de vinte anos, há uma escassez de dados sobre a biodiversidade local, o que inviabiliza a construção de um plano de gestão. A caracterização da fauna, de qualquer região, impõe o conhecimento de sua diversidade através do levantamento de espécies. Os répteis são animais de extrema importância para o ecossistema, pois representam um dos principais grupos que realizam o controle biológico, ou seja, são moderadores de populações em seus hábitats, ocupando uma posição muito importante na cadeia trófica. Os anfíbios, por serem um grupo abundante e funcionalmente importante em muitos hábitats terrestres e aquáticos em regiões tropicais, subtropicais e temperadas, são um componente significante da biota da Terra. A identificação das espécies de anfíbios e o estudo de suas particularidades ecológicas revelam-se decisivos para o sucesso das ações que buscam conservar a biodiversidade. O objetivo deste estudo foi realizar o levantamento rápido da herpetofauna em uma subunidade da FLONA de Tefé. |
METODOLOGIA: |
A Floresta Nacional de Tefé apresenta uma área de 1.020.000 hectares e faz limites com os municípios de Alvarães, Carauari, Juruá, Tefé e Uarini. Esta unidade de conservação é uma das maiores dentro do território brasileiro, portanto, o projeto contemplou uma área em que o acesso é mais fácil. Assim, a região escolhida foi a do povoado da Ponta da Castanha, localizada a cerca de uma hora e meia do Município de Tefé. O levantamento rápido foi realizado em três excursões de dois dias cada, nos meses de dezembro de 2011, janeiro e fevereiro de 2012, totalizando seis dias de esforço amostral. Foram utilizados três métodos de amostragem: busca ativa limitada por tempo, registros oportunísticos e armadilhas de interceptação e queda (pitfall traps), sendo que foram utilizados 10 baldes de 20 litros, com cerca guia, distribuídos em um transecto linear e distantes uns dos outros em dez metros, ao longo da trilha escolhida. Os animais foram coletados manualmente ou com uso de laço, fotografados, pesados, medidos e soltos no mesmo local de captura. Alguns espécimes foram coletados como material testemunho e depositados na Coleção Zoológica do Centro de Estudos Superiores de Tefé. A identificação dos indivíduos foi efetuada com base na literatura especializada e por especialistas da área. |
RESULTADOS: |
Foram registradas 15 espécies de anuros, distribuídas em cinco famílias: seis da família Bufonidae (Bufo bufo, Rhinella granulosus, Rinella margaritifer, Rhinella proboscideus, Rhinella spp); duas da família Dendrobatidae (Dendropsophus parviceps, Ranitomeya toraro); quatro da família Hylidae (Osteocephalus taurinus, Osteocephalus gr. taurinus, Phyllomedusa tomopterna, Scinax nasicus); duas da família Microhylidae (Chiasmocleis jimi, Chiasmocleis cf. ventrimaculata) e uma da família Aromobatidae (Allobates sp). Quanto aos répteis, foram registradas sete espécies de lagartos, representadas por seis famílias: Gekkonidae (Gonatodes humeralis); Gymnophtalmidae (Alopoglossus angulatus); Iguanidae (Iguana iguana); Polychrotidae (Anolis fuscoauratus, Anolis nitens nitens); Scincidae (Mabuya nigropunctata) e Teiidae (Ameiva ameiva). A busca ativa limitada por tempo se mostrou o método de captura mais eficiente, pois permitiu o encontro da maioria das espécies identificadas. O conhecimento sobre a biodiversidade de uma unidade de conservação é uma das ferramentas básicas dentro de um plano de manejo, no entanto, na FLONA Tefé ainda não há inventários acerca da herpetofauna, sendo este estudo um primeiro passo para a criação de diretrizes de gestão da unidade de conservação. |
CONCLUSÃO: |
O levantamento rápido da herpetofauna da FLONA de Tefé apresentou resultados satisfatórios em relação ao esforço amostral desenvolvido durante a pesquisa, sendo o inventário acerca da biodiversidade um passo fundamental para a criação de diretrizes de gestão da unidade de conservação. O presente estudo contribui para o conhecimento da biodiversidade local, para futuros planos de manejo na região, além de colaborar para um maior conhecimento da herpetofauna em áreas amazônicas. |
Palavras-chave: Herpetofauna, FLONA, Biodiversidade. |