64ª Reunião Anual da SBPC |
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 3. Saúde de Populações Especiais |
ANEMIA E BIOMARCADOR DE INFLAMAÇÃO (PROTEÍNA-C-REATIVA) EM PACIENTES RENAIS CRÔNICOS EM HEMODIÁLISE. |
Rodrigo Mendonça Cardoso Pestana 1 Amora Fernanda Mendes Gomes 1 Diogo Nascimento Moraes 1 Bruno Santos Carneiro 1 Joyce Santos Lages 2 Alcione Miranda dos Santos 3 |
1. Discente - Curso de Farmácia - UFMA 2. Enfermeira - Hospital Universitário da UFMA 3. Profa. Dra./ Orientadora - Depto de Saúde Pública – UFMA |
INTRODUÇÃO: |
A doença renal crônica (DRC) consiste em lesão renal e perda progressiva e irreversível da função dos rins. A anemia é uma complicação frequentemente encontrada nos pacientes portadores de DRC sua principal causa é a produção inadequada de eritropoetina. Níveis séricos elevados de PCR são preditores de mortalidade em pacientes com ou sem DRC. As concentrações séricas de diversos marcadores de inflamação estão elevadas nos pacientes renais crônicos, é bem estabelecida na literatura a relação entre os rins e vários biomarcadores inflamatórios, como por exemplo: PCR, interleucina-6 e fator de necrose tumoral, sugerindo um papel importante na eliminação de citocinas pró-inflamatórias Citocinas pró-inflamatórias atuam nas células progenitoras eritropoéticas, de maneira oposta à eritropoetina, estimulando a apoptose. O estado inflamatório da DRC provoca uma situação de resistência à ação medular da eritropoetina e pode variar ao longo do tempo, e a presença de eventos clínicos pode estar relacionada a elevações persistentes de PCR. Objetivo: Avaliar o nível de proteína C reativa (PCR) em pacientes renais crônicos em hemodiálise em uso regular de eritropoietina em duas unidades de referência no Município de São Luís-MA. |
METODOLOGIA: |
Realizou-se um estudo analítico longitudinal, foram incluídos 141 pacientes de dois centros de hemodiálise de São Luís–MA no período de janeiro a junho de 2009. Informações clínicas foram obtidas por meio de consulta aos prontuários do paciente. Os exames bioquímicos foram obtidos mensalmente. As variáveis qualitativas são apresentadas por meio de freqüências e porcentagens e as quantitativas por média e desvio padrão (média ± DP) quando têm distribuição normal ou quando não têm, por mediana e quartis (Q1 - Q3). Os níveis ideais de PCR adotados no estudo foram os inferiores a 0,3 mg/dL, considerou-se níveis-alvo de hemoglobina como sendo entre 11,0 e 12,5 g/dL (Sociedade Brasileira de Nefrologia). Para identificação dos fatores associados com os níveis de PCR, foi utilizado modelo linear longitudinal com efeitos mistos, tendo como variável dependente o nível de PCR mensal para cada paciente. As variáveis independentes que apresentaram valor de p menor do que 0,20 na análise de regressão longitudinal univariada foram consideradas no modelo de regressão linear multivariado, as que apresentaram valores de p inferiores a 0,05 foram mantidas no modelo final com o objetivo de controlar o confundimento residual. Os dados foram analisados no programa estatístico STATA 10.0. |
RESULTADOS: |
Características da amostra: idade média de 47,40 13,65 anos, prevalência do sexo masculino (51,06%) e cor parda (54,61%) e 41,84% estão inseridos na classe D. A hipertensão arterial foi a doença de base prevalente (41,30%) sendo também a principal comorbidade (91,49% dos pacientes). Os níveis medianos mensais de PCR encontraram-se superior a 0,3 mg/dL durante todo o estudo, e os de hemoglobina acima de 10 g/dL. Pela análise univariada, estiveram estastiticamente associadas ao aumento de PCR: Hemoglobina (p<0,001), Doença de Base (p<0,002), Ferro (p<0,001) e Transferrina (p<0,001). Após a análise ajustada permaneceram estatisticamente associadas ao nível de PCR, as variáveis: Hemoglobina (p<0,004), Doença de Base (p<0,027), Ferro (p<0,001) e Transferrina (p<0,001). |
CONCLUSÃO: |
Pela proporção que assume a DRC, é essencial investigar a presença de anemia e inflamação, para se chegar às suas respectivas causas, evolução ou mesmo influência que uma possa exercer sobre a outra. Os níveis de hemoglobina, ferro sérico e transferrina apresentaram correlação negativa com nível de PCR. O nível sérico de ferro foi significativamente menor na população com PCR aumentado. |
Palavras-chave: Doença Renal Crônica, Inflamação, Anemia. |