64ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 5. Medicina Veterinária - 3. Medicina Veterinária Preventiva
PRESENÇA DE Staphylococcus aureus EM CARNE MOÍDA BOVINA COMERCIALIZADA EM FEIRAS E MERCADOS PÚBLICOS DA CIDADE DE SÃO LUÍS-MA
Nara Andréa Franco Santos 1
Gabriel Gomes Leôncio 2
Fernando Douglas Santos Silva 2
Míryan Fabianny Nunes Pinheiro 1
Débora de Matos Pereira 2
Ilderlane da Silva Lopes 1
1. Curso de Mestrado em Ciência Animal/UEMA
2. Curso de Medicina Veterinária/UEMA
INTRODUÇÃO:
A carne bovina continua sendo um dos produtos mais consumidos pela população. No entanto, pode tornar-se potencialmente perigosa quando manipulada incorretamente, pois é considerada como um excelente meio de cultura podendo propiciar a multiplicação de microrganismos que ocasionam graves consequências à saúde dos seres humanos. A elaboração da carne moída de forma inadequada, sem condições higiênico-sanitárias pode agravar mais ainda a contaminação desta. Cita-se como um dos agentes incriminados em toxinfecções alimentares as bactérias do gênero Staphylococcus sp., em especial, ao grupo do Staphylococcus coagulase positivo. Este, quando presente no alimento, representa um perigo para a saúde pública, uma vez que poderá se multiplicar, produzindo a toxina estafilocócica. Dentre o grupo de Staphylococcus coagulase positivo, destaca-se a espécie Staphylococcus aureus que habita com frequência a nasofaringe do ser humano, a partir da qual pode facilmente contaminar as mãos do homem e penetrar no alimento (MURRAY et al., 2000). Diante disso, a presente pesquisa teve como objetivo pesquisar Staphylococcus aureus na carne moída bovina comercializada em feiras e mercados públicos da cidade de São Luís-MA.
METODOLOGIA:
Foram adquiridas 20 amostras de carne moída bovina provenientes de cinco feiras e mercados públicos da cidade de São Luís-MA durante o mês de Janeiro de 2012. As amostras foram devidamente acondicionadas em caixas isotérmicas com gelo para envio imediato ao laboratório de Microbiologia de Alimentos e Água da Universidade Estadual do Maranhão-UEMA. Para a pesquisa de Staphylococcus sp., inoculou-se sobre a superfície do Agar Baird-Parker, 0,1 mL de cada diluição selecionada (10-1, 10-2 e 10-3). Após a incubação a 35ºC por 24 a 48 horas, contavam-se placas contendo entre 25 e 250 colônias, as colônias típicas (negras brilhantes com anel opaco, rodeadas por um halo claro, transparente) foram semeadas em tubos contendo caldo BHI e fez-se a incubação a 35ºC por 24 horas. Posteriormente foi realizada a coloração de Gram, teste de catalase e prova de coagulase para identificação de Staphylococcus coagulase positiva. A identificação bioquímica de Staphylococcus aureus foi realizada através do teste de DNase, Prova de Voges-Proskauer, manitol em aerobiose e anaerobiose e utilização ou não de açúcares (maltose e trealose), de acordo com Baird-Parker (1990).
RESULTADOS:
Das 20 amostras analisadas, 19 (90%) amostras estavam contaminadas por Staphylococcus sp., sendo que 6 amostras(30%) apresentaram contagens iguais ou superiores a 104 UFC/g.Em 10 (50%) das amostras foram Staphylococcus coagulase positiva, sendo três Staphylococcus aureus com contagens que variaram de 1,8 x 103 a 1,2 x 104 UFC/g. Os riscos veiculados pelos alimentos com Staphylococcus são amplos, uma vez que esta bactéria além de ser patogênica para o homem apresenta resistência a determinadas drogas antimicrobianas, agravando sua importância para a saúde pública (ALMEIDA et al.,2010). Pesquisa realizada por Alves et al. ( 2001) revelou que 52 (100%) amostras de carne bovina moída comercializada em açougues de São Luís – MA estavam contaminadas por Staphylococcus sp, sendo que 31 (59,6%) amostras apresentaram contagens de 5,0 x 105 UFC/g. A presença de Staphylococcus coagulase positivo pode representar indício de condições inadequada de processamento e/ou armazenamento de alimentos, pois além da produção de toxinas, é uma forte indicação de práticas inadequadas de manipulação dos alimentos, visto que este pode habitar as mais diferentes regiões do corpo humano, sendo os manipuladores participantes da epidemiologia da maioria dos surtos de intoxicação estafilocócica (FAGUNDES & OLIVEIRA, 2004).
CONCLUSÃO:
Pode-se concluir que a carne moída bovina comercializada na cidade de São Luís-MA não apresenta condições microbiológicas satisfatórias, pois a presença de Staphylococcus aureus nas amostras analisadas representa um sério risco à saúde da população. Os resultados desta pesquisa comprovam a falta de cuidados higiênico-sanitários e evidenciam a necessidade da adoção de medidas educativas voltadas aos manipuladores de alimentos como forma de minimizar os riscos de toxinfecção por alimentos de origem animal.
Palavras-chave: qualidade, consumidor, carne.