64ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 5. Ecologia - 1. Ecologia Aplicada
BIOENSAIO TOXICOLÓGICO FRENTE A LARVAS DE Artemia salina DE EXTRATO CONTENDO GLICOSÍDEO CARDIOTÓXICO OBTIDO DE FOLHAS DE Neruim oleander
Bruna Weida Rabelo da Silva 1
Rômulo Máximo de Castro 1
Danielly Albuquerque Medeiros Rios 2
Kamila Benevides Rios França 3
1. EEFM Profa. Telina Barbosa da Costa, Fortaleza/CE
2. Profa. Msc./Orientadora – Secretaria da Educação do Ceará – SEDUC
3. Profa. Esp./Co-orientadora - Secretaria da Educação do Ceará – SEDUC
INTRODUÇÃO:
A espirradeira é um arbusto da família dos Apocynaceae. Seu nome científico é Nerium oleander L. Originária da Região Mediterrânea, a espirradeira, hoje, é cultivada como planta ornamental, sendo considerada tóxica podendo causar danos em potencial quando ingerida pelo homem ou animal. Suas folhas apresentam uma mistura de glicosídeos cardioativos, na qual se destaca a olenadrina, substância que já foi utilizada como cardiotônico. Na possibilidade do estudo da espirradeira no controle ambiental de caramujos invasores tornou-se necessário a avaliação tóxica do extrato vegetal para aplicabilidade in locus no meio ambiente. O teste de toxicidade com o crustáceo Artemia salina foi desenvolvido para detectar compostos bioativos em extratos vegetais (MEYER et al., 1982). Artemia salina é uma espécie de crustáceo da ordem Anostraca, obtém seu alimento pela filtração da água, podendo ingerir bactérias, algas unicelulares, pequenos protozoários e detritos dissolvidos no meio. A taxa de filtração diminui com o aumento da concentração de partículas, ficando estas acumuladas e interferindo o processo normal de seus batimentos. É objetivo desse trabalho, avaliar o efeito tóxico do extrato do vegetal espirradeira, contendo glicosídeo cardioativo, com relação ao crustáceo Artemia salina.
METODOLOGIA:
A pesquisa de glicosídeo cardiativo seguiu metodologia proposta por ROBBERS, James et al. (1997) modificada. Folhas de espirradeira foram secas em estufa por 48h a 50ᵒC e em seguida trituradas. 10g do pó foi adicionado a solução de EtOH a 70% com agitação e fervura em banho-maria por 2min. Após resfriamento foram adicionada água destilada e duas gotas de Pb(AcO)2 a 10% sob forte agitação e repouso. A extração foi realizada com clorofórmio após filtração. O extrato foi submetido a decantação e a evaporação do solvente em banho-maria até obtenção do precipitado. O extrato foi testado nas concentrações de 100, 500, 1000 e 2000ppm com relação sua ação tóxica no crustáceo Artemia salina segundo metodologia seguida por Meyer et al., (1982). Aos dados de porcentagem de larvas de Artemia salina mortas, em relação ao aumento da concentração do extrato, ajustou-se uma equação linear simples, que foi utilizada para estimar a concentração responsável por matar 50% das artemias valor representativo da DL50. Utilizou-se método gráfico de análise para obtenção da DL50 (dose letal do extrato para 50% da população).
RESULTADOS:
O hidrolato não apresentou toxidade frente a Artemia salina, sua DL50 foi igual a 124.000ppm. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), são consideradas tóxicas substâncias que apresentam valores de DL50 abaixo de 1000 ppm em Artemia salina (Meyer et al., 1982). Pode-se concluir com os resultados apresentados, que apesar da presença de compostos potencialmente tóxicos, como glicosídeos cardioativos, entende-se que a concentração destes deva ser baixa, uma vez que o extrato avaliado apresentou alta DL50, que é um indicativo de baixa toxicidade.
CONCLUSÃO:
O extrato de folhas de espirradeira não apresentou toxicidade ao microcrustáceo Artemia salina. Os resultados foram bons, apresentando dados positivos para a possível utilização da planta espirradeira no controle ambiental de caramujos invasores sem ocorrência de danos no meio.
Palavras-chave: Toxicidade, Artemia salina, Espirradeira.