64ª Reunião Anual da SBPC

E. Ciências Agrárias - 5. Medicina Veterinária - 3. Medicina Veterinária Preventiva

BACTÉRIAS AERÓBIAS MESÓFILAS COMO INDICADORAS DE MÁS CONDIÇÕES HIGIÊNICAS DE FRANGOS “IN NATURA” COMERCIALIZADOS NAS FEIRAS DE SÃO LUÍS – MARANHÃO

Luana Gonçalves Rosa 1 Israel Costa Pires Filho 1 Ilderlane da Silva Lopes 2 Ylana Santos de Galiza 1 Osmana Severo Carvalho 1 Lúcia Maria Coêlho Alves 3

1. Curso de Zootecnia, Universidade Estadual do Maranhão - UEMA 2. Curso de Mestrado em Ciência Animal, Universidade Estadual do Maranhão-UEMA 3. Profa. Dra./ Depto. de Patologia, Universidade Estadual do Maranhão-UEMA

INTRODUÇÃO:

A carne de frango é uma importante fonte de proteína na alimentação humana, contudo deve-se priorizar por sua qualidade. Segundo Carvalho et al. (2005), a presença de bactérias nos alimentos, além de favorecer a deterioração e/ou redução da vida útil desse produto, possibilita a veiculação de patógenos, acarretando potenciais riscos à saúde do consumidor. A maioria das bactérias encontradas em aves vivas são mesófilas aeróbias, porém, esse tipo de bactéria encontra dificuldades para se desenvolver em temperaturas de refrigeração. Alta contagem dessa microbiota em frangos tem sido associada às condições higiênicas precárias durante o abate ou processamento das carcaças (OLIVEIRA et al.,2009). Na cidade de São Luís é comum a realização de abate de frangos de forma artesanal e comercialização desse produto em feiras, onde são expostos ao consumidos sem refrigeração. Desta forma, a presente pesquisa teve por objetivo avaliar as condições higiênicas dos frangos “in natura” comercializados em feiras de São Luís - MA.

METODOLOGIA:

Foram coletadas de forma aleatória, 17 amostras de frangos “in natura” comercializados em quatro feiras livres da cidade de São Luís - MA, as mesmas foram denominadas como A, B, C e D. As amostras foram obtidas em suas embalagens originais, e posteriormente foram colocadas em caixas isotérmicas e transportadas sob refrigeração para o Laboratório de Microbiologia de Alimentos e Água da UEMA onde foram quantificadas bactérias aeróbias mesófilas (BRASIL, 2003). As amostras foram retiradas de suas embalagens e transferidas para sacos plásticos estéreis, em seguida, colocou-se 300 mL de água peptonada a 0,1% no saco para a realização do processo de enxaguadura, conforme a metodologia de COX et al. (1978), dando origem a diluição 10-1, de onde foi retirado 1mL para preparação das diluições 10-2 e 1mL desta, para a diluição 10-3. Em seguida, inoculou-se 1mL de cada diluição em placas de Petri contendo Ágar Padrão para Contagem (PCA) e as placas foram incubadas em estufa bacteriológica a 35oC por 24-48 horas para contagem das bactérias aeróbias mesófilas, expressando-se os resultados em UFC/g do produto analisado.

RESULTADOS:

Em 12 (70,59%) amostras apresentaram contagens entre 1,0 x 105 a 9,9 x 105 e 5 (29,41%) apresentaram intervalos de contagens de 1,0 x 104 a 8,2 X 104. A Resolução RDC nº 12, de 2 de janeiro de 2001, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA (BRASIL, 2001) não determina padrões microbiológicos para mesófilos, no entanto, a alta contagem observada evidencia condições microbiológicas insatisfatórias, que podem ser atribuídas condições inadequada de manipulação e armazenamento do produto. Brito et al., (2010) em pesquisa com carcaças de frangos in natura verificaram valores semelhantes de 103 a 107 UFC/g, os quais foram associados a deficientes práticas de limpeza e desinfecção da superfície de contato com as carcaças de frango e a conservação do produto em temperatura incorreta. Para Oliveira et al.(2009), a garantia da segurança higiênico-sanitária da carne de frango, na cadeia produtiva de alimentos, representa uma importante ferramenta no controle e na prevenção das doenças de transmissão alimentar . Diante disso, necessita-se de que haja mudança com relação às formas de manipulação desse alimento por parte dos feirantes.

CONCLUSÃO:

Diante destes resultados, pode-se concluir que os frangos “in natura” comercializados em São Luís - MA, merecem um cuidado especial, quanto à forma de manipulação, no que condiz com as práticas de higiene e desinfecção praticadas pelos manipuladores, assim como as formas de armazenamento do produto.

Palavras-chave: Qualidade, Mesófilos, Carcaça.